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Tribunal do Júri condena acusado de homicídio, tortura e vilipêndio de cadáver

COMARCA DA ILHA

Publicado em 9 de Fev de 2023, 14h41. Atualizado em 9 de Fev de 2023, 14h48
Por Valquíria Santana

foto/divulgação: Josy Lord

O 3º Tribunal do Júri de São Luís condenou a 34 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão, a acusado José Raimundo Maramaldo, conhecido como Duca, pelo assassinato, tortura e vilipêndio do cadáver de Wildson Baldez Silva. O réu, que já estava preso e também cumpre pena por outros crimes, foi levado de volta à Penitenciária de Pedrinhas após o julgamento.

A sessão de julgamento, presidida pelo juiz titular da 3ª Vara do Tribunal do Júri, José Ribamar Goulart Heluy Júnior, ocorreu nesta quinta-feira (09), no Fórum Des. Sarney Costa (Calhau). Atuaram na acusação e na defesa, respectivamente, o promotor de Justiça Agamenon Batista de Almeida e o defensor público Pablo Camarça. Apenas uma testemunha compareceu à sessão.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, no dia 17 de outubro de 2017, por volta das 20h30, no bairro Vila Nova República, nas proximidades da Vila Guará, os denunciados Sidney Maramaldo Amorim e seu irmão José Raimundo Maramaldo, Jeferson Azevedo Vieira e José Alves dos Santos Filho, assassinaram Wildson Baldez Silva, utilizando pedaços de madeira e pedras, atingindo-o em diversas regiões do corpo, além de terem submetido a vítima à tortura e, posteriormente ao seu óbito, esquartejaram seu cadáver e ocultaram parte dos membros superiores e o crânio.

Ao ser interrogado durante o julgamento, nesta quinta-feira (09), José Raimundo Maramaldo confessou o homicídio, mas negou sua participação nos demais crimes praticados contra Wildson Baldez Silva. Ele disse também que a motivação dos crimes foi porque a vítima integrava facção criminosa rival da qual o acusado participava. A mãe da vítima, também ouvida em juízo, disse que o corpo do filho foi encontrado já em estado de decomposição, sem os braços e sem a cabeça e que as partes do corpo nunca foram achadas.

Na sentença, o juiz José Ribamar Goulart Heluy Júnior afirma que houve premeditação, pois os acusados levaram de carro a vítima com a esposa e o filho de 11 meses de idade para uma casa, onde outras pessoas já aguardavam, e praticaram os crimes. Ainda de acordo com a sentença, relatos colhidos nos autos informam que José Raimundo Maramaldo é integrante de facção criminosa, fato confirmado em seu interrogatório em plenário, é temido pela população do bairro, tanto que duas testemunhas tiveram medo de prestar depoimento e abandonaram a cidade com medo de represálias. “Não tenho palavras para descrever a insensibilidade deles em obrigar que a esposa da vítima e seu filho de apenas 11 meses assistissem a vítima ser espancada, torturada e morta”, disse o magistrado.

Pelos crimes praticados contra Wildson Baldez Silva já foram julgados e condenados pelo 3º Tribunal do Júri de São Luís os réus Sidney Maramaldo Amorim e Jeferson Azevedo Vieira. Quanto ao acusado José Alves dos Santos Filho, em razão do seu falecimento foi extinta a punibilidade.

José Raimundo Maramaldo foi condenado pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e mediante recursos que impossibilitaram defesa da vítima), tido pela lei como hediondo; tortura e vilipêndio de cadáver. De acordo com a sentença, o acusado já foi condenado na 5ª Vara Criminal e na 2ª Vara do Tribunal do Júri, pela prática de crimes ocorridos antes do assassinato de Wildson Baldez Silva.

Núcleo de Comunicação do Fórum Des. Sarney Costa