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Campanha do TJMA aborda dois tipos de câncer: boca e orofaringe

Estevam Carlos, da Divisão Odontológica do Tribunal, fala sobre o tema e avalia campanhas de prevenção

10/04/2023
Ascom/TJMA

A campanha Saúde no Judiciário, do Tribunal de Justiça do Maranhão, aborda nesta semana dois tipos de câncer: o de boca e o de orofaringe. Desta vez, Estevam Carlos, da Divisão Odontológica do TJMA, fala  sobre o tema e avalia campanhas de prevenção.

“Frequentemente, o câncer de boca (lábio e cavidade oral) e o câncer de orofaringe (principalmente, amígdalas e base de língua), são abordados em campanhas com o objetivo de se chamar atenção da população sobre prevenção e diagnóstico precoce. No entanto, em avaliações periódicas, eles permanecem como o quinto tipo mais comum de câncer na região Nordeste; e o oitavo no Brasil”, aponta o odontólogo.

Segundo Estevam Carlos, as estimativas de 2023 a 2025, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), apontam 15.100 novos casos de câncer de boca no país, sendo 10.900 em homens e 4.200 em mulheres.

“Isso nos leva a questionar se as campanhas estão, realmente, alcançando aqueles que têm maior risco de desenvolver a doença. De forma geral, a doença afeta pessoas que, historicamente, acessam menos o sistema de saúde e estão mais expostos aos fatores de risco. Assim, quem fuma cigarro ou utiliza outros produtos derivados do tabaco; quem consome frequentemente bebidas alcoólicas; quem se expõe por muito tempo ao sol sem proteção labial; quem trabalha em atividades expostas a poeiras tóxicas, solventes e agrotóxicos são a maioria dos acometidos pela doença”, explica.
 
Além desses fatores, prossegue o odontólogo, recentemente têm se destacado casos de câncer de orofaringe em homens de 30 a 45 anos que não bebem e nem fumam com frequência, mas que praticam sexo oral desprotegido. Estes casos estão relacionados à infecção pelos vírus HPV 16 e 18.

“Não custa lembrar que a vacinação de meninas e meninos adolescentes contra o HPV está disponível no SUS e pode levar a uma futura redução deste tipo de câncer”, aconselha.

FASE AVANÇADA
 
Estevam Carlos ressalta: “É importante registrar que, infelizmente, a maioria dos casos de câncer de boca são detectados em fase avançada, o que reduz as chances de cura. A taxa de sobrevida de 5 anos é estimada em 50%, e o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento é outro fator complicador”, lamenta o odontólogo.

De acordo com o profissional da Divisão Odontológica do TJMA, existem evidências que sugerem que o exame da população aparentemente saudável, como forma de detecção precoce do câncer de boca (o chamado rastreamento populacional), é bastante limitado. No entanto, quando se foca nos grupos de risco, aumenta-se a capacidade de detecção.

De qualquer forma, diz, é imprescindível que se procure ajuda profissional se tiver alguns dos sintomas:

Lesões (feridas) na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias, que podem apresentar sangramentos e estejam crescendo;

Manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas;

Nódulos (caroços) no pescoço;

Rouquidão persistente.

“Finalmente, atente-se aos fatores que aumentam o risco, pois estima-se que, em um cenário ideal, a eliminação de fumo e álcool, combinada a uma alimentação rica em frutas e vegetais, seria capaz de reduzir em 95% os casos de câncer de boca no Brasil”, conclui.

Agência TJMA de Notícias
asscom@tjma.jus.br

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