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DIREITO SISTÊMICO | Magistrados e servidores do TJMA participam de palestra sobre a técnica das constelações familiares

21/08/2018

Magistrados e servidores do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) participaram de palestra sobre a eficiência das constelações familiares na solução de conflitos judiciais, ministrada pelo juiz Sami Storch – pioneiro na aplicação da técnica no Brasil no âmbito do Judiciário.

No evento, promovido pela Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM), Storch falou sobre a incapacidade do Poder Judiciário de processar e julgar a quantidade de ações que lhe são apresentadas e a necessidade de novos métodos de tratamento dos conflitos.

O juiz do TJBA defendeu a utilização de meios que estabeleçam paz entre os envolvidos, permitindo que eles mantenham um bom relacionamento futuro e, inclusive, tratem de forma amigável outras questões que se apresentem.

Na opinião do magistrado uma sentença de mérito, proferida pelo juiz, quase sempre gera inconformismo e não raro desagrada a ambas as partes. Em muitos casos, enseja a interposição de recursos e manobras processuais ou extraprocessuais que dificultam a execução. Como consequência, a pendência tende a se prolongar, gerando custos ao Estado e incerteza e sofrimento para os interessados.

Tal fenômeno, acrescentou, é ainda mais visível nos conflitos de ordem familiar, que têm origem quase sempre numa história de amor e geralmente envolve filhos. A instrução processual é nociva para todos os envolvidos.

“Cada testemunha que depõe a favor de uma parte pode trazer à tona fatos comprometedores relativos à outra, alimentando ressentimento e dificultando a paz. Assim, mesmo depois de julgada a ação, esgotados os recursos e efetivada a sentença, o conflito permanece”, pontuou.

PAZ  - Há 12 anos, Storch utiliza técnicas de constelações familiares sistêmicas, obtendo bons resultados na facilitação das conciliações e na busca de soluções que tragam paz aos envolvidos nos conflitos submetidos à Justiça, em processos da Vara de Família e Sucessões e também no tratamento de questões relativas à infância e juventude e à área criminal, mesmo em casos considerados bastante difíceis.

O juiz explicou que o método foi originalmente utilizado pelo terapeuta e filósofo alemão Bert Hellinger, que a partir das constelações familiares desenvolveu uma ciência dos relacionamentos humanos, ao descobrir algumas ordens (leis sistêmicas) que regem as relações.

Segundo essa abordagem, diversos problemas enfrentados por um indivíduo (bloqueios, traumas e dificuldades de relacionamento, por exemplo) podem derivar de fatos graves ocorridos no passado não só do próprio indivíduo, mas também de sua família, em gerações anteriores, e que deixaram uma marca no sistema familiar.

“O conhecimento de tais ordens nos conduz a uma nova visão a respeito do Direito e de como as leis podem ser elaboradas e aplicadas de modo a trazerem paz às relações, liberando do conflito as pessoas envolvidas e facilitando uma solução harmônica”, concluiu.

DINÂMICAS - Ao tratar o tema de forma prática, o especialista citou que, em ações de família, muitas vezes uma constelação simples, colocando representantes para o casal em conflito e os filhos, é suficiente para evidenciar a existência de dinâmicas como a alienação parental e o uso dos filhos como intermediários nos ataques mútuos, entre outros emaranhamentos possíveis.

“Essas explicações têm se mostrado eficazes na mediação de conflitos familiares e, em cerca 90% dos casos, as partes reduzem resistências e chegam a um acordo”, afirmou, acrescentando que o método vem contribuindo não apenas para o aperfeiçoamento da Justiça, mas também para a qualidade dos relacionamentos nas famílias.

Sami Storch é juiz do Tribunal de Justiça da Bahia. Doutorando em Direito (PUC-SP) e mestre em Administração Pública e Governo (FGV-SP). Formado em Consultoria Sistêmica Empresarial, Coaching e Constelações Organizacionais - Abordagem Bert Hellinger, com treinamento avançado intensivo em Constelações Familiares com Bert Hellinger pela Hellingerschulle – Alemanha. Agraciado com a Menção Honrosa do Prêmio Conciliar é Legal (V Edição - 2015) - Categoria Juiz Individual, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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