Magistrados e magistradas brasileiros participam, nos dias 17 e 18 de novembro, do Encontro Mulheres na Justiça: Novos Rumos da Resolução CNJ nº 255, que institui a Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário.
O encontro discute boas-práticas, realiza painéis, oficinas temáticas e apresenta pesquisas sobre a ausência de paridade na participação feminina nos tribunais, instrumentalizando os debates a respeito da equidade de gênero, como também viabilizar a proposição de medidas para alteração do cenário atual.
OFICINAS SOBRE A PARTICIPAÇÃO FEMININA
Na sexta-feira 18, a programação incluiu oficinas sobre a participação feminina, com apoio do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre gênero, direitos humanos e acesso à justiça da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).
A juíza Marcela Santana Lobo (3ª Vara Criminal de Caxias), pesquisadora da ENFAM, participa como formadora na oficina “Participação Feminina em Bancas de Concurso, Formação Inicial e Formação Continuada em Gênero”, com as juízas Raffaela Cássia de Sousa (Enfam); Amini Haddad Campos, auxiliar da presidência do CNJ; Ana Cristina de Freitas Mota (AMB); Tani Maria Wurster (Ajufe) e Patrícia Maeda (Anamatra).
A juíza informou que a oficina "apresenta sugestões para a ampliação da participação feminina em bancas de concurso e debater a formação inicial e continuada em questões de gênero”. Ao final do evento, serão apresentados os resultados das oficinas.

No primeiro dia do seminário (17), a juíza participou como expositora do painel “Gênero, Democracia e Parlamento”, presidido pela juíza auxiliar do CNJ, Amine Haddad, e apresentou dados parciais de uma pesquisa em curso do Núcleo de Gênero, Direitos Humanos e Acesso à Justiça da ENFAM, que traçará um panorama sobre a participação feminina nos quadros do Conselho Nacional de Justiça.
Do total de 120 componentes do CNJ, 96 foram homens e 24, mulheres – o que representa apenas 20% dos conselheiros e conselheiras. Segundo dados divulgados pela juíza, o STJ e os tribunais regionais federais foram os que mais indicaram mulheres, com 33% de participação feminina. Em seguida vêm o STF, tribunais de Justiça dos Estados e Ministério Público – entre 20% a 25%. O Senado Federal e a OAB nunca indicaram mulheres nos 18 anos de existência do CNJ.
RESOLUÇÃO 255/2018 DO CNJ
A Resolução nº 255/2018 do CNJ considera a importância de haver espaços democráticos e de igualdade entre homens e mulheres; que a igualdade de gênero constitui expressão da cidadania e dignidade humana, princípios fundamentais da República Federativa do Brasil e valores do Estado Democrático de Direito e um direito fundamental previsto na Constituição de 88 e, ainda, o esforço para se alcançar o 5º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, refletindo a crescente evidência de que a igualdade de gênero tem efeitos multiplicadores e benefícios no desenvolvimento sustentável.
Assessoria de Comunicação
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