A Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM) promoveu, nesta sexta-feira (25), mais um importante ciclo de debates, abordando o tema “A Intervenção do Estado no Domínio Econômico”. O evento aconteceu no auditório do Fórum da Comarca da Ilha de São Luís e integra a série Ciclos Dialéticos, que nessa edição abriu discussão ampla sobre o papel do Estado na economia, reunindo pontos de vista diversos e contribuindo para o fortalecimento da reflexão crítica entre profissionais, magistratura e estudantes de Direito.
A programação foi aberta pela diretora da ESMAM, desembargadora Sônia Amaral, e a coordenadora de Pós-graduação e Pesquisa da instituição, Mônica Tereza Costa Sousa. A magistrada ressaltou que o projeto tem como ideia central promover a escuta de pontos de vista diversos, eliminando assim a unicidade de pensamento e oportunizando a divergência esclarecida. “Queremos proporcionar uma plataforma de troca de ideias e de incentivo ao pensamento crítico, reforçando a importância do diálogo sobre temas de grande relevância social e econômica”, reforçou. Também participou da abertura, a juíza Anelize Reginato, integrante do Grupo Maria Firmina - pela paridade de gênero no Judiciário.
A advogada Amanda Flavio de Oliveira (foto abaixo), professora da Universidade de Brasília (UNB), doutora e mestre em Direito Econômico, trouxe uma perspectiva teórica sobre o impacto da intervenção estatal na promoção da justiça social, combate à pobreza e no equilíbrio econômico. Ela abordou os desafios regulatórios enfrentados pelo Estado e ressaltou a importância de se manter um equilíbrio entre o controle estatal e a liberdade de mercado. Em suas palavras, “a intervenção deve ser bem planejada para garantir um ambiente econômico justo e sustentável, sem sufocar a iniciativa privada e a concorrência.”
Amanda observou que, em muitas situações, a intervenção estatal é necessária para corrigir falhas de mercado, como a concentração de poder econômico em determinadas empresas ou setores, mas ressaltou a necessidade de que essa intervenção seja bem calibrada. “O Estado precisa agir para equilibrar desigualdades, mas sem criar entraves que possam inibir o desenvolvimento econômico ou a inovação”, afirmou.
Complementando a visão jurídica e econômica do tema, o diretor-presidente da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar) e professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Allan Kardec Duailibe (foto abaixo), apresentou um olhar técnico e estratégico sobre o papel das empresas estatais e de economia mista no desenvolvimento regional. Mestre e doutor em Engenharia da Informação, Duailibe destacou os desafios e as oportunidades do setor, especialmente em áreas onde a iniciativa privada encontra dificuldades para atuar.
Com experiência direta na gestão de uma empresa de capital misto, Allan ressaltou que empresas como a Gasmar podem atuar como catalisadoras de crescimento, desde que operem com eficiência, transparência e responsabilidade financeira. “A presença estatal nessas empresas não deve ser vista apenas como uma questão de controle, mas como uma oportunidade de promover investimentos que atendam às necessidades da população e tragam retorno ao Estado”, destacou.
No evento, o diretor da Gasmar defendeu a exploração de petróleo na faixa litorânea que abrange do Pará ao Ceará, a Margem Equatorial Amazônica, argumentando que essa iniciativa pode trazer significativos benefícios econômicos e sociais para a região. Ele destacou que a exploração na costa norte do Brasil tem potencial para impulsionar o desenvolvimento econômico, gerar emprego e fortalecer a infraestrutura local, ao mesmo tempo em que pode reduzir a dependência externa de energia. Ao final, apontou que, com planejamento adequado e responsabilidade ambiental, essa exploração pode ser feita de forma sustentável, atendendo tanto aos interesses econômicos quanto às exigências de preservação ambiental.
O debate foi moderado pelo professor Fabiano Ferreira Lopes (na foto acima, sentado), advogado e mestre em Administração e Controladoria, além de docente no Departamento de Direito da UFMA. Lopes conduziu a discussão de forma a possibilitar que os palestrantes apresentassem argumentos contrastantes, enriquecendo o diálogo. Segundo ele, “a pluralidade de opiniões é fundamental para a formação de uma visão crítica e aprofundada sobre o papel do Estado na economia moderna, pois ajuda os participantes a entenderem os múltiplos impactos das políticas estatais”.
O evento reuniu uma ampla audiência composta por estudantes, juristas, magistrados(as) e servidores(as) do Judiciário, interessados em aprofundar seu entendimento sobre o papel do Estado na economia. Além das palestras, os participantes tiveram a oportunidade de interagir diretamente com os especialistas, fazendo perguntas e compartilhando suas próprias percepções sobre o tema.
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