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Como parte da programação especial do Judiciário direcionada ao combate, à prevenção e ao enfrentamento do assédio e da discriminação, o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) realizou, na manhã desta terça-feira (7/5), a palestra "Reconhecendo as Facetas do Assédio", ministrada pela juíza Andrea Keust Bandeira de Melo, do Tribunal Regional do Trabalho 6ª Região (Pernambuco), no auditório do Centro Administrativo do TJ, com a participação de magistrados, magistradas, servidores e servidoras.

O presidente do TJMA, desembargador Froz Sobrinho, esteve presente no evento e ressaltou a importância das Comissões que tratam do tema, que deve ser conversado todos os dias pelos magistrados(as) e servidores(as). “Todos os magistrados (as) e servidores (as) têm que tomar conta de si, para poder tomar conta do próximo. O importante é colocarmos à disposição essa possibilidade de aprendizagem e o Tribunal, como Instituição, criar esses canais que a lei determina”, avaliou.

A presidente da Comissão de Enfrentamento e Prevenção do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do 2º Grau, desembargadora Sônia Amaral, comentou que a palestra faz parte da programação da Semana do Enfrentamento ao Combate ao Assédio e à Discriminação, que tem uma ampla programação. “A juíza Andrea Melo tem muita experiência, faz parte da Comissão Nacional do CNJ, sobre a mesma temática, e vem trazer a sua experiência. Como ela é da Justiça do Trabalho, tem maior propriedade para falar sobre o tema, porque é algo que eles veem no dia a dia, por isso que fizemos questão de trazê-la”, frisou a magistrada.

ASSÉDIOS

A palestrante Andrea Melo abordou sobre as diversas facetas e modalidades dos assédios: assédio moral, sexual, digital, este último, uma forma moderna de assédio. “Falamos sobre os haters, stalking, sobre a política de cancelamento e toda essa modernidade. E também a questão dos assédios ligados ao gênero, principalmente aqueles assédios que são praticados pelos homens contra as mulheres, como o mansplaining, bropriating, body-shaming, manspreading, e de vários outros tipos de assédios que estão ligados diretamente a essa questão do gênero”. 

A juíza Andrea Melo também fez uma passagem sobre os atores dos assédios, os agressores, as vítimas e as testemunhas. “A questão psicológica que está envolvida dentro desses atores, principalmente o uso dos mecanismos de defesa que nós temos involuntariamente praticado. Então você se reconhece, às vezes, naquela dor do passado, no momento presente que você está vivendo. E nem tudo é assédio. Na verdade, a gente tem várias formas de violências e também essa nossa questão íntima, o que pode ser em uma conduta, identificado em uma pessoa como um assédio e em outra pode não ser”, relatou.

A magistrada pontuou ainda o assédio psicológico, um tipo de assédio próprio das relações íntimas, que é o gaslighting, um assédio que o homem pratica de forma menosprezar, ou fazer com que a mulher se sinta menos do que ela é. “Nesse tipo de assédio, o gaslighting tem um nome desenvolvido através de um filme da década de 40, onde era tudo a luz de gás, o candeeiro de gás, e o marido ia trocando as peças de lugar na casa para que a pessoa se sentisse louca. Não é assim, meu bem, sempre com muito carinho, com muito cerco, mas na verdade, é um tipo de assédio para que a pessoa se desacredite. 

Ela citou ainda a violência patrimonial, um dos tipos invisíveis, sofrido principalmente pelas mulheres mais bem-sucedidas, uma violência financeira nos relacionamentos onde elas são exploradas pelos companheiros.

A desembargadora Márcia Chaves elogiou a magistrada do TRT ao compartilhar o seu conhecimento sobre o tema. “Precisamos realmente repensar os nossos atos, as nossas formas de agir e trazê-la, e nossa colega, aqui nos dando essa aula impressionante, todos estão bem impressionados com o que vemos agora, é um momento muito importante para o nosso Tribunal”, finalizou.

PROGRAMAÇÃO

Uma roda de conversa também está programada para acontecer no próximo dia 14/5, no Fórum da Comarca de Balsas, e que deve reunir os servidores e servidoras da localidade. Esses diálogos também devem ocorrer, nos meses de maio e junho, nas comarcas de Codó, Itapecuru-Mirim, Pinheiro, Presidente Dutra, e Bacabal.

Fotos de Josy Lord no flick

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