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Prática judicial e inteligência emocional são temas de curso no TJMA

A formação integra o programa de formação continuada da ESMAM

Publicado em 29 de Abr de 2025, 11h37. Atualizado em 29 de Abr de 2025, 11h42
Por Flávia Brandão

Com foco no fortalecimento de habilidades emocionais essenciais à prática judicial, a Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM) deu início, nesta segunda-feira (28/4), às aulas presenciais do curso Inteligência Emocional para Magistrados: um diferencial na prática judicial. A formação integra o programa de cursos de formação continuada para fins de vitaliciamento e promoção na carreira, e segue até esta terça-feira, (29/4).

Participam da capacitação, magistradas e magistrados do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) que, durante dois dias de atividades presenciais, aprofundarão conceitos e práticas para a gestão de emoções, autoconhecimento, empatia e comunicação assertiva no exercício da jurisdição.

O curso é ministrado pela psicóloga e doutora em Psicologia Social, Rogener Almeida Santos Costa, com apoio da docente auxiliar Mariana Clementino Brandão, tendo como base metodológica a terapia cognitivo-comportamental (TCC), trazendo técnicas que auxiliam na identificação de padrões emocionais e cognitivos, na reestruturação de pensamentos disfuncionais e na construção de respostas emocionais mais equilibradas diante das pressões do dia a dia forense.

TOMADA DE DECISÕES 

Na fase presencial, Rogener Almeida destacou a importância da inteligência emocional na tomada de decisões judiciais. “Como a inteligência emocional é constituída por habilidades muito significativas para o processo decisório, sem dúvida, a qualidade das decisões vai mudar. Um magistrado que tem autoconhecimento mais profundo poderá fazer escolhas muito mais consequentes, ampliar sua capacidade de empatia, de autorregulação e de se relacionar, favorecendo uma segurança maior e uma maior profundidade no processo decisório”, afirmou.

Com dinâmicas práticas, como vivências de atenção plena e exercícios de autorreflexão, a formação busca também prevenir o estresse e a síndrome de burnout – também conhecida como síndrome do esgotamento profissional. As técnicas são utilizadas para promover o fortalecimento da saúde mental e a melhoria do ambiente organizacional.

“A programação contempla ainda a análise do impacto das emoções nas decisões judiciais e a importância do desenvolvimento de competências socioemocionais para a construção de um judiciário mais empático e eficiente”, acrescentou a psicóloga.

A proposta pedagógica do curso combina exposições dialogadas com metodologias ativas, permitindo a troca de experiências entre os participantes e a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos. Durante as atividades, os cursistas são incentivados a refletir sobre a realidade da atuação judicial e sobre formas de integrar a inteligência emocional no cotidiano profissional.

CONSCIÊNCIA

O juiz Raul Goulart Júnior, da Vara Especializada de Crime Organizado, ressaltou a importância da formação para a qualidade das decisões judiciais. “O curso é importante em dois aspectos: tanto da própria saúde mental do magistrado, como também para a gestão do ambiente onde está inserido, além do refinamento e qualidade das decisões judiciais, já que o juiz, como qualquer ser humano, não é um ser neutro, é um ser passional, é um ser politizado”, disse

O magistrado ressaltou que, no processo de aplicação do melhor direito e a justiça, é fundamental que quem julga tenha consciência, percepção do seu estado emocional, valores e crenças, mantendo, porém, o distanciamento suficiente desses fatores para que possa aplicar a melhor técnica, independentemente disso, e aí fazer justiça. “A inteligência emocional oferece essas ferramentas para que se possa conhecer, regular e qualificar as decisões que proferimos no dia a dia", concluiu.

 

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