Poder Judiciário//Mídias/Notícias

TJMA realiza ações alusivas ao mês da mulher negra em São Luís e em Cândido Mendes

Momentos foram marcados por trocas de experiências e reafirmação à ancestralidade

Publicado em 4 de Ago de 2025, 11h01. Atualizado em 4 de Ago de 2025, 13h37
Por Ascom/TJMA

No mês de julho, o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), por meio do Comitê de Diversidade, promoveu uma série de ações em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional da Mulher Negra Brasileira, comemorados em 25 de julho. Com o tema “Nossos passos vêm de longe e seguimos projetando futuros”, as atividades ocorreram na Comunidade Quilombola São José dos Portugueses, no município de Cândido Mendes, e em São Luís, na 2ª Vara da Mulher, na Escola Superior da Magistratura (Esmam) e na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

A coordenadora do Comitê de Diversidade, juíza Elaile Silva Carvalho, destacou a relevância das datas.“Julho nos lembra que a luta das mulheres negras é ancestral, necessária e transformadora: é tempo de reconhecer, valorizar e garantir voz, vez e poder a quem sempre resistiu”, pontuou.

ATO SIMBÓLICO EM COMUNIDADE QUILOMBOLA

Reafirmação à ancestralidade e trocas de experiências marcaram a roda de conversa realizada na comarca de Cândido Mendes, localizada a 344 km de São Luís. O encontro ocorreu na Colônia dos Pescadores da Comunidade Quilombola São José dos Portugueses e contou com a presença de 65 pessoas. A ação foi coordenada pela juíza Luana Santana, que destacou o papel transformador das instituições públicas.

A fotografia foi tirada à noite, em um ambiente interno. No centro, seis mulheres posam para a câmera, lado a lado, sorrindo. Elas vestem roupas coloridas e acessórios com estampas que remetem à cultura quilombola. A mulher à esquerda usa um vestido listrado verde e branco. As outras mulheres usam vestidos e macacões com estampas coloridas, além de turbantes e colares artesanais. A mais nova, que está no centro, usa um turbante na cabeça e uma blusa branca estampada. Atrás delas, à direita, há um grupo de pessoas sentadas em cadeiras de plástico, e ao fundo, à esquerda, há mais pessoas em pé e sentadas. O local possui telhado de zinco.

“Foi um momento de fortalecimento de identidades e autoestima, além de inspiração para a comunidade que luta por direitos, por equidade racial e por uma sociedade mais justa. Promover esse diálogo no próprio território quilombola reafirma o compromisso do Judiciário maranhense junto às comunidades tradicionais”, enfatizou. 

A ação foi organizada em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de Cândido Mendes.

CELEBRAÇÃO NA CASA DA MULHER BRASILEIRA

Também no dia 25, em São Luís, o Comitê de Diversidade realizou o encontro na Sala de Audiência da 2ª Vara da Mulher, na Casa da Mulher Brasileira. As servidoras e membras do Comitê, Bianca Bezerra e Joseane Cantanhede, conduziram a atividade, destacando os desafios enfrentados pelas mulheres negras no ambiente de trabalho e na sociedade. 

Figuras femininas da literatura negra também foram lembradas. “A comunicação oral também é um instrumento de resistência e um mecanismo utilizado por nossas antepassadas para impactar as gerações por meio de suas vivências”, ressaltou Bianca Bezerra.

Estiveram presentes a juíza titular da 2ª Vara da Mulher, Lúcia Helena Heluy, e servidoras da instituição.

ENFRENTAMENTO AO RACISMO ESTRUTURAL

A Escola Superior da Magistratura do Maranhão (Esmam), em parceria com o Comitê de Diversidade do TJMA, realizou, entre os dias 25 e 31 de julho, o Curso Prático de Sentença Cível e Criminal com Ênfase na Promoção da Equidade Racial, uma formação pioneira voltada para o enfrentamento ao racismo estrutural no sistema de Justiça.

A imagem é um print de uma tela de uma reunião virtual no Zoom. A tela está dividida em 12 retângulos, mostrando os rostos ou a parte superior do tronco de 12 participantes, além dos nomes de 10 deles. Há 5 fileiras de imagens, sendo 4 na primeira, 4 na segunda e 4 na terceira.  Na primeira fileira, da esquerda para a direita:  Um quadrado preto com o nome "thiago".  Um homem branco, de cabelos curtos e escuros, vestindo camisa social azul, com um fone de ouvido branco no lado direito. Ele está em um fundo escuro e parece estar falando, com a boca aberta. Seu nome é "Dr. Adriano Cesar".  Um homem negro de barba, de boné preto, vestindo uma camiseta azul com a estampa de um leão. Ele está sentado em uma cadeira de escritório. Seu nome é "Cláudio".  Uma mulher de cabelos curtos, escuros e encaracolados, vestindo uma blusa preta com bolinhas brancas, e usando óculos. Seu nome é "Julia".  Na segunda fileira, da esquerda para a direita:  Uma mulher de cabelos compridos e escuros, vestindo uma blusa branca estampada, sentada em um sofá. Seu nome é "Tatiana Santos".  Um homem negro, de barba, careca, vestindo uma blusa rosa. Ele está sentado em um fundo claro. Seu nome é "Jefferson S.".  Um homem pardo de cabelo escuro, vestindo uma blusa branca. Ele está em um fundo escuro, com parte de sua cabeça cortada. Seu nome é "Acer".  Uma mulher de cabelos escuros e encaracolados, vestindo uma blusa azul. Seu nome é "Regi".  Na terceira fileira, da esquerda para a direita:  Uma mulher de cabelo crespo, vestindo uma blusa verde. Seu nome é "Hyressa Priscila".  Uma mulher negra de cabelos pretos e curtos, vestindo uma blusa preta. Seu nome é "Juliana M.".  Um homem pardo de cabelo crespo, vestindo uma blusa preta com listras brancas. Ele está em um quarto, com uma estante e um guarda-roupa brancos ao fundo. Seu nome é "Antônio Eduardo".  Uma mulher de cabelo crespo, usando óculos de grau, vestindo uma blusa preta com bolinhas brancas. Seu nome é "Bruna Rosa".  Na quarta fileira, da esquerda para a direita:  Um quadrado preto com o nome "Gil".  Uma mulher negra com cabelos encaracolados, vestindo uma blusa branca e usando fones de ouvido brancos. Ela está sentada em um sofá. Seu nome é "Jândira Santos".  A parte inferior da tela, em preto, mostra os controles do Zoom:  Desativar mudo  Iniciar vídeo  Segurança  Participantes (com o número 34)  Compartilhar tela  Iniciar resumo  AI Companion  Aplicativos  Quadros brancos  Notas  Mais  No canto inferior direito, há o botão "Encerrar" em vermelho.

A formação foi direcionada exclusivamente a pessoas negras aprovadas no Exame Nacional da Magistratura (ENAM), habilitadas pelas comissões de heteroidentificação dos tribunais estaduais, e conduzida pela  juíza Luana Cardoso Santana e pelo juiz Adriano César Oliveira Nóbrega, com encontros síncronos e assíncronos.

Além de leituras dirigidas, fóruns de discussão e minutas avaliadas pelos tutores, o curso incluiu oficinas práticas de elaboração de sentenças, com foco especial em casos que exigem uma abordagem crítica das estruturas discriminatórias.

DIÁLOGO COM ESTUDANTES DA UFMA

Encerrando o mês de atividades, no dia 30 de julho, a temática foi levada a 25 alunos do 1º período do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a convite da docente Márcia Cordeiro Costa. 

A fotografia mostra uma sala de aula universitária, com alunos sentados em cadeiras de madeira e plástico dispostas em fileiras. As carteiras são azuis. As paredes da sala são claras e há janelas grandes com persianas ao fundo. No primeiro plano, à frente das primeiras fileiras de carteiras, há uma mesa com livros e objetos de artesanato, incluindo tecidos coloridos, saquinhos e pequenos cestos. Os alunos, a maioria mulheres, estão sorrindo e olhando para a câmera. Alguns seguram livros ou cadernos. Uma das alunas, sentada em uma das carteiras, segura um livro com uma capa que parece ter a imagem de um rosto negro.

A servidora Joseane Cantanhede, que dirigiu o encontro, classificou o momento como um ato de reconhecimento, mas também de provocação às estruturas que foram socialmente construídas ao longo do tempo. “Estamos aqui promovendo o combate ao epistemicídio, ou seja, o apagamento de mulheres negras em nossa história”, frisou a membra do Comitê.

Nomes como Tereza de Benguela, Lélia Gonzalez, Carla Akotirene, Cida Bento, entre outros, foram apresentados aos discentes. Ao final, houve sorteio de obras literárias.

ORIGEM DA DATA

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha foi criado em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado em Santo Domingo, na República Dominicana. A data passou a simbolizar a luta e a resistência das mulheres negras contra o racismo, o machismo e as desigualdades socioeconômicas que enfrentam em toda a América Latina. No Brasil, a data também celebra o Dia Nacional da Mulher Negra, instituído em homenagem a Tereza de Benguela, líder quilombola do século XVIII.

CANAL DE DENÚNCIAS

O TJMA dispõe de canal de denúncias exclusivo ao acolhimento de vítimas e/ou testemunhas de racismo dentro do Poder Judiciário. A denúncia pode ser registrada por meio do portal do TJMA, em caso de situação discriminatória.

 

Agência TJMA de Notícias

asscom@tjma.jus.br

GALERIA DE FOTOS