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Magistrados indicam livros e falam de experiências literárias

DICAS DE LEITURA

13/12/2021
Ascom ESMAM

Desembargador Lourival Serejo comentou sobre suas leituras recentes

foto/divulgação: ESMAM

No programa Café Literário, a Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM) convidou quatro magistrados para falarem sobre suas experiências e preferências literárias - algumas muito além do direito ou da ciência jurídica. As listas deixam um pouco de lado o viés acadêmico e revelam leituras inspiradoras que marcaram suas trajetórias de vida. Envolvidos pelo cheiro bom de café feito na hora, livros raros à mesa e em ambiente acolhedor, eles participaram da programação, editada em vídeos de curta duração. A playlist está disponível no canal EAD ESMAM do Youtube e redes sociais da escola judicial.

“É um novo olhar sobre o que leem e interpretam os nossos magistrados e magistradas, além dos densos textos sobre Direito e da Justiça. Um espaço para interpretações diversas, amplas e filosóficas. Fico feliz com os resultados dessa produção da ESMAM. Espero que estimule a leitura de obras importantes e a construção de novos saberes”, acrescenta o diretor da ESMAM, desembargador José Jorge Figueiredo dos Anjos.

Confira as indicações dos desembargadores Lourival Serejo, Froz Sobrinho e João Santana, e do juiz Douglas Lima.

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LOURIVAL SEREJO

Em meio ao acervo da Biblioteca Desembargadora Madalena Serejo, na ESMAM, o desembargador Lourival de Jesus Serejo Sousa, presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, revisita suas memórias e leituras da infância cercada por livros. Jurista e escritor, membro da Academia Maranhense de Letras (AML), Serejo enumera leituras recentes e as indica como indispensáveis à formação de uma consciência crítica e atual. Entre as indicações estão Torto Arado, do geógrafo baiano Itamar Vieira Junior - obra premiada nos principais concursos literários da língua portuguesa e conquistou a crítica lusitana. Outra recomendação é O Homem que amava os cachorros, do escritor cubano Leonardo Padura Fuentes, jornalista que assumiu a cadeira de literatura latino-americana na Universidade de Havana. A premiadíssima e audaciosa obra romantiza o assassinato do revolucionário russo Leon Trotski e a história de seu algoz, o catalão Ramón Mercader, voluntário das Brigadas Internacionais da Guerra Civil Espanhola e encarregado de executá-lo.

Estão guardados na sua memória de tantos livros lidos, As Forças Morais - dedicado à juventude da América Latina, do escritor argentino José Ingenieros (1965); Confissões, de Santo Agostinho e Os irmãos Karamázov, de Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski - filósofo e jornalista do Império Russo, cujo bicentenário se comemora nesse ano.

FROZ SOBRINHO

Acompanhado por livros que marcaram sua vida e carreira, o desembargador Froz Sobrinho – ex-diretor da ESMAM e coordenador da Unidade de Monitoramento Carcerário do TJMA por mais de 10 anos , relembra momentos e leituras em família, incentivadas pelos pais e irmãos - professores e amantes da literatura.

A série eleita pelo magistrado começa com O Príncipe, de Nicolau Maquiavel; passando por O Alienista, de Machado de Assis; As Misérias do Processo Penal, de Francesco Carnelutti; até a leitura mais recente de A Decodificadora, de Walter Isaacson, sobre a trajetória da cientista Jennifer Doudna.

DOUGLAS LIMA

Outro convidado é o juiz Douglas Lima da Guia (Comarca de Balsas), e a conversa tem como cenário o Caffé Brasiliano (Rua Queopes, Renascença II), onde o acervo afetivo e variedades da bebida símbolo de comunhão inspiram uma trilha literária, na qual lhe acompanham O Primo Basílio, de Eça de Queiroz, Vidas Secas, de Graciliano Ramos e O Processo, de Franz Kafka. "São minhas prediletas, que me abastecem até mesmo na função de julgar e solucionar conflitos", diz o magistrado, premiado por três anos consecutivos com a Medalha Desembargadora Madalena Serejo, de boas práticas judiciárias.

JOÃO SANTANA

O desembargador aposentado e escritor João Santana Sousa conta um pouco sobre suas primeiras lembranças com a leitura e escrita, recuperando momentos, livros e experiências marcantes, muitas dessas relatadas em seu livro Menino Passarinheiro – o poeta dos passarinhos: registro da própria história do autor, bem retratada na vida brejeira de um menino da roça, como ele mesmo traduz.

A “viagem” é feita em companhia de escritores que emocionam desde sempre o magistrado de 75 anos. Com a mente lúcida, ele rememora os seus primeiros livros didáticos, aqueles que abriram portas para visitas às obras imortais de Casimiro de Abreu, Vicente de Carvalho, Olavo Bilac, José de Alencar e Aluísio Azevedo.