O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), por meio da Escola Superior da Magistratura (ESMAM), realiza, nesta quinta-feira e sexta feira (9 e 10/10), em São Luís, o curso presencial “Como trabalhar com homens autores de violência de gênero: noções para desenvolver o trabalho com grupos reflexivos”.
A formação é direcionada a servidores e servidoras do TJMA.
No Maranhão, o modelo de grupos reflexivos é desenvolvido desde 2008 pela 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de São Luís, com resultados reconhecidos. A formação da ESMAM pretende ampliar essa experiência para outras comarcas, fortalecendo a política de enfrentamento à violência de gênero no âmbito do Judiciário.
O curso é ministrado pelo psicólogo Raimundo Ferreira Pereira Filho e a psicóloga Edla Maria Batista Ferreira (foto abaixo), instrutores certificados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM) como formadores de facilitadores(as) de grupos reflexivos. Raimundo Ferreira é mestre em Ciências da Educação e atua há mais de dez anos no atendimento a autores de violência doméstica na 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar de São Luís. Edla Ferreira é mestra em Ciências Sociais pela PUC Minas e integra a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEMULHER/TJMA).
Segundo Edla Ferreira, a formação busca preparar profissionais para conduzir grupos reflexivos com homens em contexto de violência doméstica, ampliando o alcance dessa metodologia no Judiciário maranhense. “O objetivo é formar facilitadoras e facilitadores — profissionais que mediam o trabalho com os grupos reflexivos. Essa é uma experiência que o Tribunal já desenvolve com resultados concretos, e queremos expandir para outras comarcas, envolvendo servidores, residentes, profissionais da rede de assistência e do sistema de justiça”, explicou.
A proposta parte da compreensão de que o trabalho com autores de violência é uma ação preventiva e inovadora, que contribui para romper o ciclo das agressões a partir da reflexão e da responsabilização. A iniciativa está alinhada à Resolução nº 124/2022 do CNJ, que orienta os tribunais a criarem e manterem programas voltados à sensibilização de homens autores de violência doméstica e à formação de facilitadores.
De acordo com Raimundo Ferreira, o diálogo com os homens é "peça-chave" na política de combate à violência de gênero. “Expandir essa metodologia é essencial para o enfrentamento da violência contra a mulher. Precisamos conversar com os homens, provocar reflexão e mudança. O trabalho com eles é fundamental, porque são exatamente o principal vetor do problema. É preciso reconstruir modelos de masculinidade que não estejam associados à violência”, destacou o psicólogo.
Participante do curso, o estagiário de Serviço Social da 4ª Vara Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Ítalo Pestana Viana, destacou a importância da capacitação para o aprimoramento do trabalho já existente. “Trabalhar com homens autores de violência é um desafio. Tudo o que se fala pode ser interpretado de forma diferente. O curso nos dá base metodológica e segurança para conduzir o grupo com responsabilidade e consciência”, afirmou.
A programação inclui metodologias ativas, dinâmicas simuladas e atividades práticas, que permitem aos participantes exercitar o diálogo e a mediação em grupo. As discussões abordam o processo grupal, os modelos de intervenção e a condução reflexiva — ferramentas essenciais para fortalecer uma Justiça mais humanizada e comprometida com a transformação social.
Núcleo de Comunicação da ESMAM
Instagram: @esmam_tjma
Facebook: @esmam.tjma
Youtube: @eadesmam
E-mail: asscom_esmam@tjma.jus.br
Telefone: (98) 2055-2800