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Judiciário promove V Encontro Estadual de Precedentes Qualificados

Magistrados, magistradas e operadores do Direito participaram das discussões

Publicado em 21 de Out de 2024, 10h20. Atualizado em 21 de Out de 2024, 15h45
Por Juliana Mendes

Com o objetivo de incentivar a cultura de precedentes no estado, o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), por meio do Núcleo de Gerenciamento de Precedentes e Ações Coletivas (NUGEPNAC), com apoio da Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM), promoveu na última  sexta-feira (18/10), o V Encontro Estadual sobre Precedentes Qualificados, com o tema “Precedentes, Cooperação Judiciária e Boas Práticas”. 

A abertura teve a participação do presidente da Comissão Gestora de Precedentes do Judiciário, desembargador Raimundo Barros, representando o presidente do TJMA, desembargador Froz Sobrinho; do desembargador do TRF/1ª Região, Roberto Veloso; da desembargadora Francisca Galiza, representando o Grupo Maria Firmina; a desembargadora Maria do Socorro Carneiro, representando a diretora da Escola Superior da Magistratura (ESMAM), desembargadora Sonia Amaral; o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, Orfileno Bezerra; a diretora do Fórum de São Luís, juíza Andréa Permulter; e o presidente da Associação dos Magistrados (AMMA), juiz Holídice Barros.

O presidente da Comissão Gestora de Precedentes do TJMA, desembargador Raimundo Barros, abriu o evento frisando a oportunidade de trocar ideias com todos os segmentos envolvidos em ações repetitivas, aprofundar discussões sobre o tema e criar um banco de ideias para administrar a grande quantidade de ações, citando como exemplos os anos de 2020, com 244 mil ações nesse campo, e 2023, com 585 mil ações, possuindo o estado do Maranhão cerca de 104 mil ações sobre o tema. “Enquanto no Poder Judiciário, devemos buscar soluções necessárias para bem encaminhar e decidir o grande número de ações. Essa demanda e ao mesmo tempo retira tempo importante de discutir ações que sejam mais complexas e preciso de maior atenção, através de aperfeiçoamento e institutos de demandas repetitivas”, frisou.

PROGRAMAÇÃO

A primeira palestra, ministrada pelo desembargador federal Roberto Veloso, do TRF1 (foto abaixo), tratou do tema “Inteligência Artificial e automação na gestão precedentes e de processos”, demonstrando usos da inteligência artificial, a exemplo do ChatGPT, para automatizar atividades na gestão de processos judiciais, ressaltando que o Judiciário Brasileiro é um dos que mais tem processos no mundo, necessitando se modernizar para atender a demanda.

imagem mostra um homem de terno e gravata segurando um microfone, aparentemente fazendo uma apresentação ou discurso. Ele está em pé ao lado de um púlpito de acrílico que tem um laptop em cima. No fundo, há um texto projetado na parede que diz:

"INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E AUTOMAÇÃO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS"

À esquerda do texto projetado, há mais informações:

"ROBERTO VELOSO Desembargador Federal do TRF1"

No púlpito, há um brasão com o texto "ESTADO DO MARANHÃO PODER JUDICIÁRIO". Atrás do homem, há três bandeiras, incluindo a bandeira do Brasil. Ao lado do púlpito, há uma cadeira vazia.

Essa imagem captura um momento importante de uma apresentação ou conferência sobre inteligência artificial e automação, temas super atuais e relevantes.

“A aplicação da Inteligência Artificial e dos precedentes é algo inevitável. Os precedentes resolveram, em parte, o problema no Supremo Tribunal Federal, que saiu de 100 mil processos para 10 mil, além, é claro, da utilização do plenário virtual. É um exemplo do que a utilização de precedentes qualificados e da inteligência artificial faz no judiciário brasileiro”, avaliou.

Em seguida, a juíza do TJAP, Elayne Cantuária, apresentou a palestra com o tema “Precedentes qualificados e Cooperação Judiciária: mecanismos de gestão para eficiência da Justiça”, com mediação do juiz Holídice Barros (foto abaixo). A magistrada abordou sobre mecanismos de gestão para aprimorar os serviços judiciários na sociedade contemporânea e globalizada, ressaltando que o judiciário precisa ser eficiente, eficaz, atuando com governança, compliance, integridade, sistemas novos e técnicas de gestão, como os precedentes qualificados e a cooperação judiciária, que trazem mecanismos para melhoria dos serviços judiciários. “Eficiência é fazer mais, é uma preocupação com o resultado e com os recursos que eu tenho para isso. Efetividade já é fazer melhor, é chegar a um resultado mais satisfatório. Quando a gente tem a junção de eficiência e eficácia, a gente chega na efetividade”, pontuou.

A imagem mostra uma sala de conferências com várias pessoas sentadas em cadeiras, assistindo a uma apresentação ou discussão. Na frente da sala, há duas pessoas sentadas, o juiz Holídice Barros e a juíza Elayne Cantuaria segurando um microfone. O ambiente é bem iluminado, e há uma câmera montada em um tripé à direita, possivelmente gravando o evento. O chão é coberto por um tapete decorativo na área da frente. A imagem captura um momento de interação entre os apresentadores e o público

A terceira palestra foi ministrada pelo desembargador do TJPE Sílvio Neves Baptista (foto abaixo), com o tema “Atos Concertados e a Centralização dos Processos Repetitivos”, mediada pelo juiz Anderson Sobral (TJMA). Ele ressaltou os princípios da cooperação judiciária, modalidades da cooperação, atos concertados, centralização de processos repetitivos, desafios da centralização de processos e soluções para os desafios, pontuando normativos como a Resolução n° 350/2020 do CNJ.

A imagem mostra uma pessoa de terno, de costas, segurando um microfone e apresentando algo em um laptop colocado sobre um púlpito de acrílico. A pessoa está em uma sala de conferências ou auditório, falando para uma audiência sentada em cadeiras. Há um projetor de teto e uma tela de projeção na frente da sala. Algumas pessoas na audiência estão prestando atenção, enquanto outras parecem distraídas. No chão, há duas áreas marcadas com símbolos de acessibilidade para cadeirantes. Uma câmera em um tripé está posicionada ao lado do púlpito, provavelmente gravando a apresentação.

Os membros da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) Carolina Sansão e Walter Faria apresentaram a palestra “Segurança digital - prevenção a fraudes, golpes e ataques cibernéticos”, com mediação do juiz Anderson Sobral (foto abaixo). 

imagem mostra uma sala de conferências com várias pessoas sentadas em cadeiras, assistindo a uma apresentação. Na frente da sala, há um palco com algumas pessoas sentadas e uma pessoa em pé, aparentemente fazendo uma apresentação. Há um projetor exibindo um slide na tela, que contém o texto ¿Prevenção à Fraudes e Segurança Digital¿. Há também bandeiras ao lado esquerdo do palco. A sala está bem iluminada e há equipamentos de gravação, como câmeras, posicionados na frente do palco.

Os palestrantes abordaram medidas de prevenção adotadas contra situações de golpes e fraudes financeiros contra clientes de serviços bancários, que muitas vezes se tornam ações no Judiciário, citando exemplos como falsas centrais de atendimento, situações de engenharia social que levam os próprios clientes a fornecerem dados ou realizar transferências bancárias, entregas de falsos presentes para captura de reconhecimento facial, entre outros. 

Em seguida, os juízes do TJMA Eílson Silva e Haniel Sóstenes, respectivamente, apresentaram as palestras com os temas “Cooperação Judicial frente aos Empréstimos Consignados - (juiz Eílson Silva) e “Precedentes, cooperação judiciária e boas práticas aplicadas no Núcleo 4.0 – Empréstimos Consignados” - (juiz Haniel Sóstenes), com mediação da juíza Marcela Lobo (TJMA) - foto abaixo.

imagem mostra três pessoas sentadas em cadeiras pretas em um palco. A pessoa à esquerda está segurando um microfone e um bloco de notas, vestindo um blazer lilás e calças pretas. A pessoa no centro está vestindo um terno azul com uma gravata listrada azul e branca. A pessoa à direita está vestindo um terno cinza escuro com uma gravata vermelha. O chão do palco tem um tapete colorido. A imagem parece ser de um evento formal, como uma conferência ou um painel de discussão.

O juiz Eílson Silva frisou o crescimento do número de processos relacionados a empréstimos consignados e tarifas bancárias nos últimos anos no TJMA, apesar de mecanismos como o novo CPC e o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), inclusive IRDR sobre a matéria de empréstimos consignados pelo TJMA. Ele defendeu a ideia de que o TJMA tenha um único entendimento sobre empréstimos consignados e tarifas bancárias, tanto no primeiro quanto no segundo grau, convocando magistrados e atores do sistema de Justiça sobre os temas controversos, discutindo em audiência pública e fixando pontos de conclusão. “Gostaria que cada membro do Judiciário entendesse que somos uma célula de um corpo bem maior, então precisamos evitar que caminhem para lados diferentes”, finalizou.

O juiz Haniel Sóstenes, coordenador do Núcleo de Justiça 4.0 - Empréstimos Consignados do TJMA, que conta com a atuação de 10 juízes e juízas. Ele apresentou sua experiência à frente do Núcleo, que se tornou obrigatório desde maio/24, recebendo 28 mil processos redistribuídos e contando atualmente com 72 mil, apresentando sugestões como a criação do Núcleo de 2º Grau para atuar em cooperação com o Núcleo do 1º Grau.

A imagem mostra uma mulher em pé, falando em um púlpito transparente com um microfone na mão. Atrás dela, há três bandeiras: a bandeira do Maranhão, a bandeira do Brasil e uma bandeira amarela com um símbolo azul. No púlpito, há um brasão com as palavras "ESTADO DO MARANHÃO PODER JUDICIÁRIO". À direita da imagem, outra mulher está sentada em uma cadeira, aparentemente fazendo anotações em um caderno. A sala parece ser um auditório ou uma sala de conferências, com cadeiras organizadas e um ambiente formal.

A palestra de encerramento foi ministrada pela juíza auxiliar do Supremo Tribunal Federal (STF), Trícia Navarro (foto acima), com o tema “Consensualidade no STF”, com mediação da juíza auxiliar da Presidência do TJMA Teresa Nina. A juíza Trícia Navarro abordou o princípio da consensualidade, cooperação judiciária no âmbito do CPC e do CNJ e a repercussão dos temas no âmbito dos tribunais e do STF, pontuando que a cooperação decorre do princípio da consensualidade, criada em um grande movimento de priorização e reconhecimento desse princípio. “A cooperação judiciária está no primeiro grau, nos tribunais, nos tribunais superiores e também está no Supremo”, concluiu.

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