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Vara da Justiça do Maranhão adota modelo-padrão de ementas em sentenças

Modelo recomendado pelo Conselho Nacional de Justiça não obriga padronizar ementas em sentenças

Publicado em 15 de Out de 2024, 11h30. Atualizado em 16 de Out de 2024, 23h48
Por Helena Barbosa

A Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís adotou modelo-padrão de redação de ementas em sentenças judiciais emitidas no julgamento de processos, para tornar as decisões judiciais mais compreensíveis para o público.

A vara adotou a padronização de ementas proposta pelo Conselho Nacional de Justiça na Recomendação n.º 154/2024, que considera o uso da técnica de Linguagem Simples para redigir acórdãos que anunciam o resultado das decisões coletivas dos tribunais, mas não obriga a padronização de sentenças, que são decisões de apenas um juiz ou juíza.

A ementa sintetiza o conteúdo da lei, a fim de permitir, de modo imediato, o conhecimento da matéria julgada. A Recomendação considerou que uma ementa objetiva e simples facilita que as partes, os interessados, a comunidade jurídica e toda a população compreendam, de maneira rápida e clara, os principais pontos e fundamentos da questão.

PADRONIZAÇÃO DE EMENTAS

O juiz Douglas de Melo Martins, titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, decidiu seguir esse modelo na publicação das sentenças, de forma resumida e educativa, para deixar mais compreensível para quem ler somente o início da decisão e para facilitar a busca pelo tema nas pesquisas de jurisprudência.

“Essa foi a maneira que encontrei para deixar mais compreensível para quem ler somente o início da decisão e facilitar a busca por temas na pesquisa de jurisprudência”, disse o juiz sobre as ementas, que poderão ser utilizadas por profissionais do sistema de Justiça.

As ementas da Vara seguem a estrutura do modelo adotada pelo Judiciário nacional, com Cabeçalho (ou Indexação); Caso em exame; Questão em discussão; Razões de decidir; Dispositivo e tese. Ao final, menciona a legislação e a jurisprudência citadas.

SIMPLIFICAR É LEGAL

Martins observou que às vezes o julgador ou julgadora escreve um texto com expressões latinas, ou citações em inglês, mas em português cheio de erros e palavras difíceis, para ninguém entender.

“O certo é usar o português correto, mas escrito de maneira compreensível para qualquer cidadão. Portanto, em Linguagem Simples. Eu sempre procurei fazer assim, seguir um padrão que todo mundo entenda, de forma simples. Não é obrigatório, mesmo assim eu faço”, declarou o juiz.

O juiz também costuma produzir vídeos nos quais explica o teor das suas sentenças, o que atende à recomendação prevista no Pacto do Judiciário Nacional pela Linguagem Simples, firmado pelo Supremo Tribunal Federal com os tribunais – “Explicar, sempre que possível, o impacto da decisão ou julgamento na vida do cidadão”.

As medidas adotadas para simplificar a Linguagem jurídica vão ao encontro das diretrizes da política de Linguagem Simples e Direito Visual, desenvolvida pelo Judiciário maranhense por meio do Projeto “Simplificar é Legal”, implantado em setembro de 2023, para tornar a comunicação da Justiça maranhense mais eficiente, democrática e inclusiva.

Assessoria de Comunicação
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