Poder Judiciário/Mídias/Notícias

Magistradas do TJMA organizam movimento pela igualdade de gênero

Lançamento do Grupo Maria Firmina acontecerá no dia 28 de agosto

Publicado em 10 de Ago de 2023, 8h00. Atualizado em 13 de Ago de 2023, 16h57
Por Irma Helenn Cabral

Com o objetivo de promover a paridade de gênero no âmbito do Poder Judiciário do Maranhão, será lançado, no dia 28 de agosto, em São Luís, o Grupo Maria Firmina. O coletivo, formado por magistradas ativas e inativas do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) faz referência à escritora negra maranhense que marcou a história do Brasil no século XIX, apresentando avanços quanto à posição da mulher no espaço público.

O lançamento acontecerá às 15 horas, na Sala das Sessões Plenárias do TJMA, com participação, por videoconferência, da ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Kátia Magalhães; da ativista social Patrícia Vilela Marino, presidente do Instituto Humanitas360; e juíza Renata Gil, ex-presidente da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), fundadora da Campanha Sinal Vermelho de combate à violência contra a mulher e do Instituto Nós Por Elas. O evento reunirá, magistradas, promotoras, defensoras, advogadas, mulheres e autoridades convidadas.

Na oportunidade, será apresentada proposta para elaboração do estatuto da entidade, contendo as suas finalidades, diretrizes para composição e funcionamento, direitos e deveres das integrantes e formas de manutenção. No local, as magistradas interessadas poderão solicitar inclusão no grupo, por meio do preenchimento de formulário de adesão.

IGUALDADE DE GÊNERO

A desembargadora do TJMA, Sônia Amaral (na foto abaixo), vice-diretora da Escola Superior da Magistratura (ESMAM) coordena as atividades de instalação do grupo e explica que a ideia da criação surgiu da necessidade de fazer com que demandas próprias das mulheres na magistratura sejam atendidas e para mudar o quadro atual de baixa participação e representatividade feminina no Judiciário maranhense. “Começamos esse movimento diante de uma disparidade gritante. A magistratura brasileira é composta em sua maioria por homens – apenas 38% são mulheres. No Maranhão, somos apenas 15%, nesse universo essencialmente masculino", observa'.

 

 

A magistrada ressalta que corrigir essa assimetria é também um esforço para se alcançar o 5º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, refletindo a crescente evidência de que a igualdade de gênero tem efeitos multiplicadores e benefícios no desenvolvimento sustentável. “É uma meta a ser perseguida por todos e todas, por se tratar de uma questão relevante para a sociedade, defendida inclusive, estrategicamente, por normativas legais”, finaliza.

De acordo com a proposta inicial, as magistradas envolvidas terão como meta desenvolver ações que contribuam para a justa representatividade feminina em cargos de gestão, liderança, tomada de decisão e de poder nos órgãos do Judiciário, escolas superiores da magistratura e associações de classe, incentivando a plena participação das mulheres na vida institucional durante toda a carreira (desde seu ingresso até a aposentadoria, inclusive).

As finalidades visam, ainda, o fortalecimento do Comitê de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário, instituído por meio da Resolução CNJ n º 255/2018; da Política Estadual de Incentivo à Participação Feminina no Poder Judiciário do Estado do Maranhão (Resolução GP nº. 58/2020); da Comissão de  Prevenção ao Assédio Moral e Sexual do TJMA e de outras similares, existentes no âmbito do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) e demais órgãos integrantes do sistema de justiça.

Também estão entre os objetivos propostos, o estudo e o diálogo sobre temas relacionados aos direitos humanos das mulheres, de forma interseccional e transversal; a análise das formas de lidar com o tema da equidade de gênero e violência contra a mulher; além da proposição de alterações legislativas, normativas e/ou institucionais que assegurem a paridade de gênero, no âmbito institucional.

QUEM FOI MARIA FIRMINA DOS REIS

Ao fazer referência a Maria Firmina, o coletivo busca dar visibilidade à história da  criadora da primeira escola mista do Brasil e autora da obra literária, Úrsula, lançada em 1857, o primeiro romance abolicionista de autoria feminina e o primeiro romance publicado por uma mulher negra na América Latina.

Vanguardista, Maria Firmina apresentou avanços quanto a posição feminina no espaço público e denunciou preconceitos, violências e teceu duras críticas à escravidão do negro africano e ao excessivo poder patriarcal.

A escritora é patrona da Academia de Letras da cidade de São Luís. A data de seu nascimento foi instituída como Dia da Mulher Maranhense (11 de março), conforme Lei Estadual nº 10.763/2017, sancionada pelo então governador do Estado do Maranhão, Flávio Dino. Em novembro de 2022, a Universidade Federal do Maranhão concedeu a Maria Firmina o título de “Doutora Honoris Causa”.

 

Núcleo de Comunicação da ESMAM
E-mail: esmam@tjma.jus.br
Instagram/Threads: esmam_tjma
Facebook: @esmam.tjma
Fone: (98) 3235-3231

GALERIA DE FOTOS