Na edição deste mês da Campanha Saúde Bucal, o odontólogo Estevam Carlos, da Divisão Odontológica do Tribunal de Justiça do Maranhão, fala sobre alimentos e saúde bucal no ambiente de trabalho.
Saúde Bucal é uma campanha criada pelo TJMA, como forma de compartilhar informações e dicas de saúde para a população em geral, não apenas para servidores, servidoras, magistrados e magistradas do Poder Judiciário. A Divisão Odontológica é chefiada pelo odontólogo Rafael Silva Santos.
Estevam Lula explica que a relação entre os alimentos e a saúde do sistema mastigatório, constituído pelos dentes, gengiva, ossos e músculos da mastigação, vai muito além do efeito local e deve ser entendida dentro de um contexto sociocultural.
“De forma geral, sabe-se que um padrão alimentar onde predominam alimentos industrializados tende a ser mais nocivo para a saúde, uma vez que contém excesso de açúcares, gorduras trans e sal”, alerta o profissional da Divisão Odontológica do TJMA.
Segundo ele, estes elementos disparam processos inflamatórios em todo o organismo, inclusive no sistema mastigatório. Especificamente, o excesso de açúcar contribui para o desenvolvimento da cárie e da doença periodontal; as gorduras trans potencializam a inflamação; e o sal em excesso favorece o aparecimento da halitose.
“Ainda assim, produtos industrializados fazem parte da base da dieta da maioria da população, seja pela praticidade, ampla divulgação ou pelo menor custo”, relata o dentista.
Por outro lado, Estevam Lula destaca que alimentos in natura ou minimamente processados contribuem com a saúde porque contêm vitaminas, antioxidantes e pela riqueza de textura que favorece a estimulação dos músculos mastigatórios e a salivação. Entretanto, reconhece que questões como sazonalidade, o fato de serem perecíveis e o custo têm impacto na incorporação destes alimentos na rotina diária.
HÁBITOS SAUDÁVEIS
O odontólogo ensina que, como toda a intervenção em saúde que envolve comportamento, criar hábitos alimentares saudáveis é um desafio, mas algumas estratégias podem ser adotadas em seu ambiente de trabalho de modo a facilitá-los, como as que são por ele enumeradas.
1) Garanta uma boa hidratação, dando preferência para ingestão de água. Isso melhora a sensação de “boca seca” e reduz as chances de halitose;
2) Evite guloseimas como salgadinhos, biscoitos recheados, bolinhos prontos, achocolatados e refrigerantes. Eles são ricos em gorduras trans e açúcares e favorecem o desenvolvimento da placa bacteriana, que causa a cárie e inflamação gengival, além de, a longo prazo, serem um fator de risco para doenças cardiovasculares;
3) Dê preferência para lanches contendo frutas da época, castanhas ou queijos. Além de possuírem o açúcar natural (frutose), que tem baixo potencial de desmineralizar os dentes, possuem, em sua composição, nutrientes, como vitamina C, resveratrol, zinco, magnésio e cálcio, que ajudam a equilibrar o pH da boca e combatem o processo inflamatório;
4) O cafezinho ou chá têm efeito antioxidante e são bem-vindos em pequenas doses e baixa frequência, mas, de preferência, com o mínimo de açúcar ou mesmo sem açúcar. É uma questão de adaptação do paladar.
5) Ter uma rotina de organização do lanche no dia anterior facilita a escolha e reduz a chance de cair na armadilha do desembalar, em vez de descascar.
“Por fim, nunca é demais lembrar que uma alimentação saudável deve ser acompanhada de uma adequada higiene bucal, para que os benefícios sejam máximos”, finaliza Estevam Lula.
Agência TJMA de Notícias
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