A odontóloga Taissa Leite, da Divisão Odontológica do Tribunal de Justiça do Maranhão, traz o tema “O que você precisa saber sobre a troca da dentição”, na campanha Saúde Bucal do mês de agosto, e revela o que a experiência clínica tem demonstrado.
O TJMA tomou a iniciativa de divulgar, no site da instituição e em suas redes sociais, campanhas criadas pelas divisões de sua Coordenadoria de Serviço Médico, Odontológico e Psicossocial, como forma de compartilhar informações e dicas de saúde para a população em geral, não apenas para servidoras, servidores, magistradas e magistrados do Poder Judiciário. A Divisão Odontológica é chefiada pelo odontólogo Rafael Silva Santos.
Especialista e mestre em ortodontia e ortopedia facial, Taissa Leite destaca que a dentição humana se desenvolve em duas etapas. O primeiro grupo de dentes a nascer constitui a dentição decídua, popularmente conhecida como dentição de leite, porque os dentes apresentam coloração branca. A segunda etapa compreende a dentição permanente, constituída por dentes que substituirão definitivamente os dentes de leite e por dentes adicionais – os molares.
Segundo a odontóloga, a dentição de leite, composta por 20 dentes, inicia-se por volta dos seis meses de vida e, em geral, completa-se aos 36 meses (3 anos).
“De um modo geral, por volta dos 5 anos de idade, pode-se perceber um primeiro sinal de início do processo de troca da dentição, com o amolecimento de algum dos dentes de leite – normalmente um dos incisivos inferiores. É importante ressaltar que cada criança tem seu tempo, de modo que se espera que esse processo de troca da dentição se complete por volta dos 11 ou 12 anos de idade”, explica Taissa Leite.
A odontóloga acrescenta que, se tudo estiver em plena normalidade, para cada dente de leite haverá um dente permanente substituto, que nascerá em seu tempo. E, assim, a dentição permanente será composta pelos 20 elementos que substituirão os dentes de leite e mais os molares, totalizando 32 dentes permanentes.
“Mas, atenção, para essa conta fechar – ou seja, identificarmos 16 dentes na arcada superior e 16 dentes na arcada inferior –, precisamos lembrar que os terceiros molares – popularmente conhecidos como sisos ou dentes ‘do juízo’ - nascem tardiamente, por volta dos 20 anos, ou permanecem por longos anos sem irromper na boca, ou ainda, algumas pessoas sequer formam o germe dos terceiros molares, de modo que esses dentes nunca nascerão”, detalha a odontóloga.
Taissa Leite conta que a experiência clínica tem mostrado, dia após dia, que a troca da dentição gera uma certa ansiedade e até mesmo aflição, especialmente nos pais de “primeira viagem”.
PROCESSO DE TROCA
Abaixo, ela enumera algumas informações que podem facilitar o entendimento desse processo:
1) Os dentes de leite “amolecem” porque suas raízes são “absorvidas” e uma das causas dessa absorção é a pressão do dente permanente que está para nascer.
2) O processo de absorção da raiz do dente de leite pode não ser contínuo, por isso é que, em alguns momentos, tem-se a sensação de que ele “amoleceu e endureceu”, não sendo isso uma anormalidade.
3) O amolecimento de um dente de leite não requer uma consulta de urgência para que ele seja removido de imediato pelo cirurgião-dentista. É da natureza da dentição que esse processo seja gradual, já que isso depende também da migração do dente permanente dentro do osso. Se a remoção do dente de leite for feita precocemente, poderá sim acarretar em perda de espaço para o dente permanente.
4) É mito acreditar que um dente de leite com certa mobilidade, se não for removido, possa deixar o “dente permanente torto”. É mais importante se preocupar com a perda precoce de um dente de leite, ou mesmo com situações como a perda de cinco dentes de leite e o nascimento de apenas quatro dentes permanentes, porque, aí, a conta não fechou. Essa situação, inclusive, é muito comum na região anterior da arcada inferior.
6) É da natureza da dentição permanente ter uma coloração mais amarelada, em função do seu processo de calcificação. Então, durante a troca dos dentes, teremos uma dentição dita mista, com dentes de leite, naturalmente brancos, e dentes permanentes, também naturalmente amarelados.
7) O tamanho dos dentes permanentes é determinado geneticamente, por isso que, na maioria dos casos, tem-se a sensação de que a criança tem dentes grandes, ou que estão tortos e sem espaço, assim que começa a fase de troca da dentição. Isso acontece também porque o nascimento dos dentes permanentes se antecede ao crescimento das bases ósseas e aí temos dentes de adulto em uma boca infantil.
“É impossível os pais não se encantarem com o sorriso de seus filhos, mais ainda com a aparecimento das “janelinhas” e dos “portões” característicos da fase de troca da dentição. E é essencial que mantenham a calma e a tranquilidade quando do início dessa fase. Forçar excessivamente o amolecimento de um dente de leite, tirá-lo à força, ou mesmo ir ao dentista exclusivamente para removê-lo, certamente ocasionará um trauma talvez permanente na criança. Vale, sim, uma foto, um lindo registro dessa fase. Vale, sim, torná-la o mais lúdica possível; vale, sim, acreditar e fazer acreditar na “fadinha do dente”, ensina Taissa Leite.
Por fim, a odontóloga faz um alerta: “ao primeiro sinal de aflição, procure orientação profissional, afinal, serão perdidos 20 dentes de leite”.
CARTILHA ATUALIZADA
A Divisão Odontológica do Tribunal de Justiça do Maranhão também atualizou sua cartilha, com normas de funcionamento, biossegurança e adequações em tempos de Covid-19. Leia AQUI todo o conteúdo sobre algumas mudanças nas rotinas de atendimento, necessárias como medidas de prevenção.
Agência TJMA de Notícias
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