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No Dia do Livro, biblioteca da ESMAM ressalta o caráter inovador da obra de Maria Firmina dos Reis

A escritora maranhense Maria Firmina dos Reis é considerada a primeira romancista afro-brasileira

Publicado em 29 de Out de 2020, 0h00. Atualizado em 29 de Out de 2020, 0h00
Por Irma Helenn Cabral

No Dia Nacional do Livro, a Biblioteca Desembargadora Madalena Serejo, da Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM), destaca o caráter inovador e revolucionário, no campo da literatura e do romance brasileiro, presentes na obra Úrsula (1859), da escritora maranhense Maria Firmina dos Reis - considerada a primeira romancista afro-brasileira.

Negra, filha de mãe branca e pai negro, registrada sob o nome de um pai ilegítimo e nascida na Ilha de São Luis, no Maranhão, Maria Firmina dos Reis (1822 – 1917) fez de seu primeiro romance, na opinião dos críticos, um instrumento de crítica à escravidão por meio da humanização de personagens escravizados. 

“Em sua literatura, os escravos são nobres e generosos. Estão em pé de igualdade com os brancos e, quando a autora dá voz a eles, deixa que eles mesmos contem suas tragédias. O que já é um salto imenso em relação a outros textos abolicionistas”, conta a professora Régia Agostinho da Silva, da Universidade Federal do Maranhão e autora do artigo “A mente, essa ninguém pode escravizar: Maria Firmina dos Reis e a escrita feita por mulheres no Maranhão”.

Além de ter se lançado em um gênero literário sem precedentes no Brasil – e dado as diretrizes para os romances abolicionistas que apareceriam apenas décadas depois -, Firmina foi a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no Maranhão para o cargo de professora de primário. Com o próprio salário, sustentava-se sozinha em uma época em que isso era incomum e até mal visto para mulheres. Oito anos antes da Lei Áurea, criou a primeira escola mista para meninos e meninas – que não chegou a durar três anos, tamanho escândalo que causou na cidade de Maçaricó, em Guimarães, onde foi aberta.

RELANÇAMENTO NO MARANHÃO

A impressão fac-similada da publicação é de 1859, foi produzido pela “Tipografia do Progresso”, de São Luís.  Em 2017, em comemoração ao centenário de morte da autora, a Academia Maranhense de Letras relançou a obra que teve a revisão do desembargador e escritor Lourival Serejo, membro da Academia Maranhense de Letras, fundador da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, das Academias Imperatrizense e Vianense de Letras.  

O livro Úrsula consta no acervo literário da Biblioteca Desa. Madalena Serejo, assim como tantos outras obras da literatura maranhense, nacional e estrangeira. Consulte o catálogo on-line disponível no site da instituição.

ATENDIMENTO BIBLIOTECA 

A Biblioteca está funcionando excepcionalmente com acervo fechado, mediante agendamento, das 8h às 14h. As solicitações de pesquisa estão sendo feitas pelo e-mail bibliotecaesmam@tjma.jus.br.

*Com informações da Revista Cult)

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