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Aberto o II Encontro de Coletivos de Mulheres no Sistema de Justiça

O evento busca promover o empoderamento feminino e fortalecer redes de apoio entre as mulheres que atuam no sistema de justiça

Publicado em 22 de Nov de 2024, 8h00. Atualizado em 22 de Nov de 2024, 13h07
Por Graziela Milhomem

O Poder Judiciário do Maranhão, por meio da Escola Superior da Magistratura (ESMAM) e da Escola Judiciária Eleitoral (EJE), deu início, na tarde desta quinta-feira (21/11), ao II Encontro de Coletivos de Mulheres no Sistema de Justiça, evento que reúne mulheres de diversas partes do Brasil para debater e promover práticas inclusivas e igualitárias no Poder Judiciário. O encontro, que segue nesta sexta-feira (22/11) no Fórum do Calhau, em São Luís, é uma iniciativa do Grupo Maria Firmina – Pela Paridade de Gênero no Judiciário, com o apoio do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA).

O seminário tem como foco a implementação da Resolução n.º 540/2023, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que trata da aplicação da igualdade de gênero no Judiciário, com uma perspectiva interseccional de raça e etnia. 

O evento busca também promover o empoderamento feminino e fortalecer redes de apoio entre as mulheres que atuam no sistema de justiça, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial ao ODS 5, que visa a igualdade de gênero, e ao ODS 16, que busca sociedades pacíficas e inclusivas.

A cerimônia de abertura contou com uma apresentação cultural que combinou música e declamação de poesia. Durante o evento, a diretora da ESMAM, desembargadora Sônia Maria Amaral Fernandes Ribeiro, destacou a relevância da iniciativa para promover a construção de uma sociedade mais inclusiva.

"Um evento como esse nos convida a refletir e a construir, juntos, os caminhos para a paridade. Afinal, uma sociedade como a brasileira, onde 51,9% da população é composta por mulheres, não pode ser desenvolvida apenas com a visão de um lado. Homens e mulheres possuem olhares e análises diferentes sobre o mundo. Quando alcançarmos um Judiciário mais igualitário, teremos decisões mais completas, porque serão fruto da diversidade de pensamentos”, afirmou.

A desembargadora Maria Francisca Gualberto de Galiza, que representou o presidente do TJMA, desembargador José de Ribamar Froz Sobrinho, destacou a importância de ações concretas para alcançar a paridade de gênero no Judiciário: “Precisamos de coragem e audácia para colocar em pauta temas tão delicados, mas essenciais para a nossa sociedade. Que encontros como este inspirem mais mulheres a ocupar espaços de decisão e que a paridade se torne uma realidade em todos os âmbitos do Poder Judiciário”, disse.

A subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu início aos debates com a aula magna sobre igualdade de gênero e a promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva. 

É essencial lembrar dos passos que já foram dados, mas também reconhecer que a realidade ainda é cruel e desafiadora. Muitas mulheres, jovens e crianças enfrentam violência e discriminação diariamente. Apesar disso, não podemos perder a esperança. As conquistas que tivemos até aqui devem nos inspirar a continuar lutando, para que as futuras gerações possam viver com igualdade e respeito”, disse.

A subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, durante o Encontro

Logo após, a diretora do Instituto "Da Cor ao Caso", Anita Machado, conduziu o painel “Maria Firmina dos Reis: a trajetória inspiradora da primeira romancista negra do Brasil”, resgatando a figura de Firmina dos Reis e sua importância histórica na literatura e na luta pela igualdade racial e de gênero.

Maria Firmina foi revolucionária em sua época e continua sendo inspiração hoje. Úrsula, o primeiro romance escrito por uma mulher no Brasil, mostra a coragem de uma mulher negra, visionária e combativa, em um contexto de opressão no século XIX. Quando falamos de gênero e raça, precisamos reconhecer o impacto de suas contribuições e o quanto sua história ecoa na nossa luta por igualdade."

A advogada Anita Machado fala sobre a trajetória e o legado de Maria Firmina dos Reis

O encerramento do primeiro dia do encontro foi feito por Cornélia Rodrigues, mais conhecida como Nelinha do Babaçu, empreendedora e sócia da Reflita e Jardim, que ministrou a palestra “Uma vida extraordinária”, compartilhando sua trajetória de sucesso e de superação, além de sua contribuição para o empoderamento feminino e a inclusão de mulheres no mercado de trabalho.

"Quando uma quebradeira de coco entra para juntar o babaçu, ela não carrega apenas o fruto; ela carrega a força de gerações, de mulheres negras que enfrentam a vida com coragem e sabedoria. Esse trabalho, que muitos desvalorizam, guarda um conhecimento poderoso capaz de impactar o mundo.”

Nelinha do Babaçu compartilhou sua história 

O evento também proporcionou momentos de troca de experiências, com o intuito de fortalecer a rede de apoio entre as mulheres do sistema judiciário, fomentando a cooperação e a solidariedade.

A programação do II Encontro de Coletivos de Mulheres no Sistema de Justiça será retomada nesta sexta-feira (22/11), com mais palestras, debates e oficinas. O encontro é uma oportunidade para que as mulheres no sistema de justiça possam refletir, compartilhar experiências e discutir estratégias que possam ser aplicadas no cotidiano profissional, com o objetivo de fortalecer a presença feminina em todos os níveis do Judiciário.

Público no II Encontro de Coletivos de Mulheres no Sistema de Justiça

Álbum de fotos por Ribamar Pinheiro

Álbum de fotos por Josy Lord

 

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