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Saúde no Judiciário fala sobre alterações no esmalte dentário

Estevam Carlos, da Divisão Odontológica do TJMA, fala que mais importante do que definir a causa é identificar crianças com alteração no esmalte e realizar acompanhamento

01/04/2024
Ascom/TJMA

A campanha Saúde no Judiciário desta semana aborda uma situação que preocupa pais e mães de crianças em fase de troca da dentição: as manchas nos dentes. Quem fala sobre o assunto é o odontólogo Estevam Carlos, da Divisão Odontológica do Tribunal de Justiça do Maranhão.

“Com frequência, temos recebido em nosso serviço de Odontologia a queixa de pais em relação ao aparecimento de manchas esbranquiçadas ou castanhas nos dentes de crianças que estão na idade de troca de dentição”, revela Estevam Carlos.

O dentista relata que, na maioria das vezes, a queixa se dá pela estética nos dentes anteriores (da frente), mas, em outras vezes, há relatos de dor nos molares (dentes de trás) ao ingerir alimentos gelados ou doces. Conta que a família normalmente se pergunta sobre o que causou a alteração e se tem alguma forma de tratamento.

“Primeiramente, é importante destacar que a forma mais comum desse problema é aquela que envolve a alteração da camada mais externa do dente, chamada de esmalte dentário, ou simplesmente esmalte. Essa camada inicia sua formação no período de gestação e continua o processo até a criança ter cerca de três anos de idade. Como os dentes permanentes vão aparecer na boca por volta dos cinco aos sete anos de idade, é muito difícil apontar uma causa específica, já que diversos problemas podem ter ocorrido desde o período intrauterino até os três anos”, explica.

Segundo o profissional, os estudos odontológicos sugerem que alguns fatores podem estar associados com esses defeitos no esmalte, como por exemplo: fumo e infecções durante a gravidez; nascimento de bebê prematuro e de baixo peso; crianças com histórico de infecções respiratórias frequentes e consequente uso de antibióticos e antialérgicos; exposição a altas doses de fluoretos na água, alimentos e pasta de dentes, dentre outros.

“Podemos observar que, excetuando-se o consumo anormal de flúor e o fumo, a maioria dos fatores estão relacionados a questões de saúde para as quais temos pouco controle e formas de evitá-las completamente. Mas é perfeitamente possível diagnosticar cedo e evitar que a alteração do esmalte favoreça o desenvolvimento de cárie/fratura do dente ou mesmo realizar uma intervenção para melhorar a aparência estética do dente alterado”, avalia.

O odontólogo alerta que, do ponto de vista clínico, mais importante do que definir a causa, é identificar as crianças que possuem dentes com alteração do esmalte e realizar o acompanhamento para prevenir consequências mais sérias. Após a avaliação, o dentista definirá se os dentes de trás precisam receber alguma proteção e o momento oportuno para tratar as manchas nos dentes da frente. Para ele, a questão estética precisa ser definida caso a caso, pois nem sempre é possível realizar tratamentos sem desgaste do dente. Então, quanto mais se puder adiar, melhor.

“Os pais podem ajudar observando os dentes dos filhos, tendo atenção a queixas de sensibilidade nos dentes de trás, oferecendo cremes dentais com flúor para a criança na quantidade suficiente para proteção dental, de acordo com a idade, e os levando para consultas regulares ao dentista desde a primeira infância”, aconselha Estevam Carlos.

Agência TJMA de Notícias
asscom@tjma.jus.br

 

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