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Exposição traz vida e obra de Maria Firmina dos Reis

A exposição acontece no Museu Desembargador Lauro Berredo Martins

08/08/2022
Danielle Limeira

“Firmine-se!”. A frase imperativa afirmativa, exposta em painel da “Exposição Maria Firmina dos Reis - 200 anos inspirando humanidades”, traz uma convocação, em tom de despertamento, para a luta contra o racismo, discriminação de gênero e desigualdades sociais. A exposição do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) comemora o Bicentenário da mulher ícone do movimento antiescravista e primeira escritora romancista brasileira: Maria Firmina dos Reis.

Localizada no Museu Desembargador Lauro Berredo Martins (Solar dos Veras, 144, Rua do Egito, Centro), a exposição foi inaugurada em solenidade, nessa sexta-feira (5/8), com a presença de autoridades do Judiciário e do Executivo, pesquisadores, historiadores, servidores, estudantes do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) e com a participação especial da banda da Escola de Música do Bom Menino. A iniciativa é organizada pelo Comitê da Diversidade e pelo museu do TJMA. Após a solenidade, foi exibido video mapping sobre Maria Firmina dos Reis, na fachada do Palácio Clóvis Bevilácqua.

Para o presidente da Comissão de Documentação, Revista, Jurisprudência e Biblioteca do TJMA e também da Academia Maranhense de Letras, desembargador Lourival Serejo, a mostra tem uma grande relevância para o Judiciário e para a sociedade. "A exposição dá uma visibilidade muito perfeita sobre a figura de Maria Firmina, sobre as suas obras e sobre o papel que ela desempenhou nesse movimento de abolição da escravatura e de afirmação da inteligência negra no Brasil”, disse.

Serejo ressaltou a força que o reconhecimento de Maria Firmina traz para a contribuição do movimento negro no Brasil e destacou a importância do romance ‘Úrsula’, publicado em 1859, como livro precursor da temática abolicionista na literatura brasileira, que antecede a poesia de Castro Alves, o épico “Navio Negreiro” que foi publicado em 1880.  

“Hoje, o romance Úrsula está sendo reeditado por inúmeras editoras do Brasil e sendo estudado no exterior, isso demonstra a grande contribuição dessa professora do interior do Maranhão na história do nosso país. É um exemplo de mulher autêntica que se atirou à literatura como forma de gritar a angústia que ela vivia socialmente. Trazer à tona essa heroína, ícone da literatura feminina, é de uma relevância extraordinária”, afirmou o desembargador.

A “Exposição Maria Firmina dos Reis - 200 anos inspirando humanidades” transporta o expectador e a expectadora para a vida e obra de uma mulher negra, maranhense, que viveu em uma sociedade marcada pela escravidão e pelo patriarcalismo. Durante a visita, o público poderá conhecer a vida da escritora maranhense, a partir de documentos históricos e objetos que fizeram parte de sua trajetória. Além de ilustrações digitais exclusivas que demonstram o cotidiano e momentos importantes da biografia de Maria Firmina dos Reis.

A mostra, com duração de três meses e aberta ao público, acontece no Museu Desembargador Lauro Berredo Martins (localizado no Solar dos Veras, 144, Rua do Egito, Centro). Durante a visita, o público poderá conhecer a vida de Maria Firmina dos Reis, a partir de documentos históricos e objetos que fizeram parte de sua trajetória. Além de ilustrações digitais exclusivas que demonstram o cotidiano e momentos importantes da biografia de Maria Firmina dos Reis.

Para o coordenador do Comitê da Diversidade, juiz Marco Adriano Fonseca, a exposição traz uma reflexão sobre a vida, a memória e a obra de Maria Firmina conectada com a história da luta contra a escravidão no Brasil. “E essa luta continua até os tempos atuais, com o combate da escravidão contemporânea e o combate às desigualdades. Resgatar essa construção feita por Maria Firmina há duzentos anos e deixar esse legado dentro do Museu do Tribunal de Justiça é uma grande demonstração que o Tribunal dialoga com uma construção de uma sociedade livre, justa e solidária, em especial, nesse momento de consolidação da democracia, em que estamos vivendo na atualidade”, afirmou o magistrado.

Segundo os registros históricos, Maria Firmina dos Reis foi a idealizadora da primeira Escola Mista do Brasil. Sobre esse legado deixado pela romancista, a bibliotecária Joseane Cantanhede, membra do Comitê da Diversidade, ressaltou a educação como saída para a luta contra os preconceitos. 

 “Muitas pessoas desconhecem Maria Firmina com o seu legado como escritora, abolicionista, mas ela está escrita na história do Brasil. Em pleno século XIX, Maria Firmina já nos convoca a pensar nas humanidades, a partir da Educação e de se posicionar contra os preconceitos. Uma mulher com esse protagonismo também evidencia o quanto nós, ainda, como mulheres, e especificamente, mulheres negras, temos que contribuir para a história do Maranhão e do nosso país”, enfatizou a bibliotecária.

Presente na solenidade, a vice-prefeita de São Luís, Esmênia Miranda parabenizou a iniciativa do Tribunal de Justiça, por trazer uma exposição para rememorar a história de uma mulher de tamanha relevância. “É mais uma mulher que conseguiu ser ouvida depois de tantos anos. São duzentos anos, por muito tempo a história dela não era conhecida, mas graças aos pesquisadores e historiadores ela tem voltado até nós. Foi uma mulher muito à frente do seu tempo. As conquistas que ela conseguiu em pleno século XIX, ainda são desafios hoje”, concluiu.

AGENDAMENTO DE VISITA 

Para visitar a exposição, os interessados e interessadas precisam agendar via e-mail museutjma@tjma.jus.br ou pelos telefones 32616160/6146 (horário de atendimento de 8h às 18h), informando nome completo e horário desejado. Em caso de instituições/escolas, é necessário informar o nome do responsável/professor(a), disciplina,  quantidade de pessoas e horário desejado. A visitação do Museu está disponível entre 9h e 17h, com o máximo de 30 pessoas e duração da visita 1h. É obrigatório o uso de máscaras.

 

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