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Curso destaca aprendizagem expressiva como forma de tratar danos e traumas

A capacitação é voltada para facilitadores e facilitadoras da Justiça Restaurativa (JR) que atuam no sistema de justiça do Maranhão

Publicado em 25 de Mar de 2025, 8h00. Atualizado em 25 de Mar de 2025, 9h09
Por Graziela Milhomem

A Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM) iniciou, nesta segunda-feira (24/3), o curso Reacender a criatividade em líderes que tratam o dano e o trauma, voltado para facilitadores e facilitadoras da Justiça Restaurativa (JR) que atuam no sistema de justiça do Maranhão. 

A capacitação segue até sexta-feira (28/3) e é conduzida pela doutora Kathryn Mary Mansfield, doutora em Artes Expressivas pela Universidade de Harvard e a principal do programa Estratégias para Conscientização e Resiliência em Traumas (STAR), no Centro de Justiça e Construção da Paz da Eastern Mennonite University. 

O público-alvo inclui facilitadoras e facilitadores da Justiça Restaurativa, como magistradas, magistrados, servidoras e servidores do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), bem como representantes de outros órgãos e entidades.

De acordo com Kathryn Mansfield, o curso tem o objetivo de explorar e fortalecer os recursos internos dos participantes e das participantes, reacendendo suas energias criativas por meio de práticas de aprendizagem incorporadas, envolvimento artístico e autorregulação, visando à promoção da resiliência e do bem-estar diante de situações adversas.

A facilitadora da Justiça Restaurativa e apenada, D. L., destacou a relevância do aprendizado adquirido durante o curso. Para ela, a oportunidade representa um momento de crescimento e multiplicação de conhecimento entre outras colegas. “Sempre fico naquela expectativa de algo novo, algo diferente. O que traz conhecimento, eu quero absorver. Não quero me limitar; quero aprender e ser uma multiplicadora, levando para as outras meninas também”, afirmou.

A juíza auxiliar de Relações Institucionais da ESMAM, Mirella Cezar Freitas, ressaltou a importância do curso para o fortalecimento de uma liderança mais inclusiva no sistema de justiça. 

“O programa aborda questões centrais relacionadas ao trauma, resiliência e justiça restaurativa, integrando práticas baseadas no corpo e nas artes para transformar adversidades em crescimento. Essa abordagem contribui para a construção de um sistema de justiça que acolha a diversidade e promova o fortalecimento social”, destacou.

OBJETIVOS

O curso se desenvolve em cinco fases principais, baseadas no processo de Halprin, descrito na obra The Expressive Body in Life, Art and Therapy (2003). As etapas incluem sintonização, identificação e confrontação, liberação e rendição ativa, transformação e, por fim, crescimento e resiliência.

O objetivo central da capacitação é oferecer aos participantes e às participantes ferramentas para lidar com situações de vulnerabilidade e violência em contextos pessoais, comunitários e institucionais. Entre os objetivos específicos, destacam-se:

  • Identificar e analisar dinâmicas desafiadoras em diferentes contextos;
     
  • Fortalecer os recursos internos dos participantes, reacendendo suas energias criativas por meio de práticas de aprendizagem incorporadas, expressão artística e regulação autônoma;
     
  • Praticar estratégias criativas de facilitação, utilizando dinâmicas individuais, de pequenos grupos e de círculos, com foco na partilha de poder, no uso do conflito como energia para a transformação e no atendimento das necessidades e narrativas individuais e coletivas de forma holística;
     
  • Aprofundar a presença pessoal como ouvinte, testemunha e respondente em situações de vulnerabilidade e violência;
     
  • Integrar práticas somáticas e criativas para metabolizar e transformar experiências traumáticas, utilizando o movimento corporal, a expressão artística e outras abordagens baseadas na neurociência.

O curso busca capacitar facilitadores e facilitadoras para atuar de forma mais sensível e eficaz na resolução de conflitos, contribuindo para uma abordagem restaurativa que promova a transformação social e o fortalecimento das relações humanas.

PARCERIA

O curso conta com a participação de representantes de várias instituições além do TJMA, como a Escola de Governo do Maranhão, a Defensoria Pública do Maranhão e a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP). 

Presente na abertura do curso, a diretora da ESMAM, desembargadora Sônia Amaral, destacou a relevância das parcerias institucionais.

“Convidamos parceiras e parceiros para somar esforços nessa iniciativa e, ao longo do processo, percebemos que o alcance do que estamos realizando vai muito além do esperado. A Justiça Restaurativa nos permite escutar diferentes vozes, ampliar conexões e construir respostas mais efetivas para a sociedade maranhense", afirmou.

A secretária-adjunta de Atendimento e Humanização Penitenciária da SEAP, Kelly Carvalho, também ressaltou a importância do exemplo na formação de profissionais comprometidos.

“Você pode motivar com palavras, mas é o exemplo que arrasta. Estamos aqui para aprender mais, descobrir novas formas de atuar e entender que precisamos trabalhar nosso ser para transformar os espaços onde atuamos”, declarou.

O curso representa mais uma ação da ESMAM para promover o uso de práticas restaurativas no sistema de justiça, contribuindo para soluções mais humanizadas na resolução de conflitos.

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