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A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, é destaque na 4ª edição do Conectando Leituras

Projeto da ESMAM é voltado voltado à promoção da leitura, do diálogo e do intercâmbio cultural entre equipes de profissionais e a magistratura

Publicado em 25 de Set de 2025, 14h15. Atualizado em 26 de Set de 2025, 14h36
Por Bruna Castro

Grupo debateu sobre o livro A Hora da Estrela de Clarice Lispector.

foto/divulgação: Bruna Castro

A obra A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, foi destaque durante a realização de mais uma edição do projeto Conectando Leituras - iniciativa da Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM), voltada à promoção da leitura, diálogo e intercâmbio cultural entre equipes de profissionais e a magistratura do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA).

O quarto encontro aconteceu nesta quarta-feira (24/9), na sede da ESMAM, em formato híbrido (presencial e virtual), como forma oportunizar a participação de profissionais de diferentes comarcas do estado.

A roda de conversa foi conduzida pela supervisora de Documentação e Biblioteca da ESMAM, Manoelle Santos, com apoio da estagiária de Biblioteconomia Clarice Figueiredo. Segundo Manoelle, a proposta é incentivar a leitura de maneira leve e descontraída, promovendo integração entre magistrados e servidores. Ela destacou ainda a boa receptividade da iniciativa, que vem sendo abraçada pela comunidade do Judiciário desde a primeira edição, realizada em março deste ano.

“Houve uma aceitação muito grande do projeto, as pessoas elogiam e sempre pedem para manter. Nós percebemos que realmente há uma entrega, uma troca, seja cultural, seja literária, seja dos escritores que a gente traz para discutir”, destacou.

Também participaram da organização as bibliotecárias Jakelina Portugal e Joseane Cantanhede, integrantes da equipe da Biblioteca da ESMAM.

CONEXÕES

A Hora da Estrela conta a história de Macabéa, uma jovem nordestina que migra para o Rio de Janeiro. A narrativa é contada por Rodrigo S. M., um narrador que intercala a história com reflexões sobre a existência, a marginalização social e o ato de escrever, expondo a indiferença da sociedade para com os oprimidos.

Durante o círculo literário, os participantes compartilharam impressões sobre e refletiram sobre os temas centrais da obra, especialmente os pontos que remetem à dignidade humana e desigualdade social.

Para o servidor Ricardo Miranda Filho, assistente da Divisão de Projetos Institucionais da ESMAM, autor de obra literária, a experiência é enriquecedora, tanto pela troca de interpretações quanto pelos impactos no ambiente de trabalho. “O projeto incentiva a leitura crítica e amplia o diálogo entre colegas. Esse exercício de reflexão pode ser levado para a rotina no Tribunal, estimulando a criticidade e fortalecendo a cooperação entre setores”, observou.

A analista judiciária Bruna Trindade, que já participou de edições anteriores, também comentou sua experiência e a importância da leitura para reflexão social e pessoal além de destacar a facilidade de poder acompanhar o encontro de forma on-line.

“A possibilidade de participar on-line foi fundamental dessa vez, pois me poupou o deslocamento e a possibilidade de conciliar com um outro compromisso, me permitindo interagir com os demais colegas”, observou.

Também participaram virtualmente, os servidores João Paulo Cordeiro (Diretoria Judiciária), Guilherme Henrique Sampaio (Comarca de São João do Patos), Lilian Alves (Comarca de Pinheiro), Deivid Silva (Divisão de Transportes), Thiago Ribeiro (Casa da Criança), Alessandra Xavier (Diretoria de Engenharia e Arquitetura) e Maysa Lima da (Comarca de São Francisco do Maranhão).

A servidora Lilian Alves, da comarca de Pinheiro, relatou que o amor pela leitura a motivou a participar do projeto que, em sua visão, é uma forma de se conectar com outros leitores e ampliar a experiência da leitura através das diferentes percepções de cada um.

“A leitura sempre foi uma forma de encontro comigo mesma, com o outro e com o mundo. O que lemos sozinhos, ganha novas vertentes, abre-se o leque das ideias quando é partilhado, e isso torna tudo mais rico e transformador. Sou uma entusiasta pela leitura”, explicou.

A analista, que já participou de três edições, comentou sobre a relevância que vê no projeto. “Acredito no Conectando Leituras porque ele não nos oferece apenas um livro, mas a oportunidade de vivê-lo em diálogo, de redescobri-lo. Por isso que pretendo continuar participando sempre. É um projeto maravilhoso, onde as pessoas podem sair de suas salas, seus gabinetes, e se conectar com o mundo literário, é terapêutico”, finalizou.

CLUBE LITERÁRIO

O Conectando Leituras funciona como um clube literário institucional, com encontros bimestrais e até 30 participantes por edição. A atividade é aberta a magistrados(as), servidores(as) e colaboradores(as) do Judiciário estadual, sempre em formato híbrido.

A dinâmica inclui recepção inicial, apresentação dos participantes e debate mediado sobre a obra escolhida. A estreia do projeto ocorreu em março, com a leitura de Olhos d’Água, da escritora Conceição Evaristo.

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