A Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM), em parceria com o Núcleo Estadual de Justiça Restaurativa do Tribunal de Justiça do Maranhão (NEJUR-TJMA), promove a formação em Círculo Restaurativo Vítima-Ofensor-Comunidade (VOCOM). Com carga horária de 24 horas e formato intensivo, a capacitação teve início na quarta-feira (25) e prossegue até 27 de junho, integrando as ações da política institucional de fortalecimento da Justiça Restaurativa no âmbito do Poder Judiciário maranhense.
A formação é ministrada pela socióloga e educadora Petronella Maria Boonen, referência nacional em práticas restaurativas e integrante do Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo (CDHEP), organização parceira da iniciativa. Participam do curso 26 profissionais de diversas áreas, com atuação na mediação de conflitos e em políticas de responsabilização.
Durante os três dias de atividades, os participantes vivenciaram uma imersão teórica e prática nos fundamentos da metodologia VOCOM, uma das abordagens mais reconhecidas internacionalmente na promoção do diálogo estruturado entre vítimas, ofensores e integrantes da comunidade. A proposta favorece a escuta ativa, a expressão de sentimentos e a construção coletiva de alternativas de reparação.
“A prática VOCOM se destaca por permitir uma confrontação respeitosa entre quem cometeu e quem sofreu o dano, a partir de uma conversa estruturada, sem hierarquias, com genuína expressão de sentimentos, pensamentos e possibilidades de reparação. É nesse espaço que transformações profundas podem acontecer”, explicou a formadora Petronella Boonen.
APLICABILIDADE
Com metodologia dinâmica, a formação alterna momentos expositivos, atividades em grupo e vivências restaurativas que simulam etapas como pré-círculos, círculos e pós-círculos. Além do aspecto técnico, o curso também promove reflexões sobre os impactos das injustiças estruturais nos conflitos cotidianos e o papel das instituições na promoção da justiça social.
“Esse curso amplia nosso entendimento sobre a Justiça Restaurativa. Para quem já atua como facilitador, ajuda muito no manejo de situações mais conflituosas. É um aprendizado que soma e fortalece nossa prática diária”, afirmou Francisco Teixeira, facilitador de Justiça Restaurativa da comarca de Bacabal.
Ao reunir profissionais com diferentes trajetórias e áreas de atuação, a formação também contribui para o fortalecimento da rede de facilitadores no estado e para a disseminação da cultura restaurativa em ambientes institucionais, escolares e comunitários.
“É a segunda vez que o CDHEP realiza essa formação no Maranhão, e estou feliz com o envolvimento, a sede por conhecimento e o comprometimento dos participantes. É um ambiente fértil para o crescimento da cultura restaurativa”, avaliou Petronella Boonen.
MUDANÇA DE PARADIGMA
Mais do que uma capacitação técnica, a metodologia VOCOM propõe uma mudança profunda na forma como se lida com os conflitos. Em vez da lógica punitiva, a prática prioriza a responsabilização ativa, a reparação dos danos e o fortalecimento dos vínculos sociais. Valores como empatia, escuta, corresponsabilidade e justiça transformadora permeiam toda a experiência formativa.
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