Com foco no fortalecimento de habilidades emocionais essenciais à prática judicial, a Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM) deu início, nesta segunda-feira (28/4), às aulas presenciais do curso Inteligência Emocional para Magistrados: um diferencial na prática judicial. A formação integra o programa de cursos de formação continuada para fins de vitaliciamento e promoção na carreira, e segue até esta terça-feira, (29/4).
Participam da capacitação, magistradas e magistrados do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) que, durante dois dias de atividades presenciais, aprofundarão conceitos e práticas para a gestão de emoções, autoconhecimento, empatia e comunicação assertiva no exercício da jurisdição.
O curso é ministrado pela psicóloga e doutora em Psicologia Social, Rogener Almeida Santos Costa, com apoio da docente auxiliar Mariana Clementino Brandão, tendo como base metodológica a terapia cognitivo-comportamental (TCC), trazendo técnicas que auxiliam na identificação de padrões emocionais e cognitivos, na reestruturação de pensamentos disfuncionais e na construção de respostas emocionais mais equilibradas diante das pressões do dia a dia forense.
TOMADA DE DECISÕES
Na fase presencial, Rogener Almeida destacou a importância da inteligência emocional na tomada de decisões judiciais. “Como a inteligência emocional é constituída por habilidades muito significativas para o processo decisório, sem dúvida, a qualidade das decisões vai mudar. Um magistrado que tem autoconhecimento mais profundo poderá fazer escolhas muito mais consequentes, ampliar sua capacidade de empatia, de autorregulação e de se relacionar, favorecendo uma segurança maior e uma maior profundidade no processo decisório”, afirmou.
Com dinâmicas práticas, como vivências de atenção plena e exercícios de autorreflexão, a formação busca também prevenir o estresse e a síndrome de burnout – também conhecida como síndrome do esgotamento profissional. As técnicas são utilizadas para promover o fortalecimento da saúde mental e a melhoria do ambiente organizacional.
“A programação contempla ainda a análise do impacto das emoções nas decisões judiciais e a importância do desenvolvimento de competências socioemocionais para a construção de um judiciário mais empático e eficiente”, acrescentou a psicóloga.
A proposta pedagógica do curso combina exposições dialogadas com metodologias ativas, permitindo a troca de experiências entre os participantes e a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos. Durante as atividades, os cursistas são incentivados a refletir sobre a realidade da atuação judicial e sobre formas de integrar a inteligência emocional no cotidiano profissional.
CONSCIÊNCIA
O juiz Raul Goulart Júnior, da Vara Especializada de Crime Organizado, ressaltou a importância da formação para a qualidade das decisões judiciais. “O curso é importante em dois aspectos: tanto da própria saúde mental do magistrado, como também para a gestão do ambiente onde está inserido, além do refinamento e qualidade das decisões judiciais, já que o juiz, como qualquer ser humano, não é um ser neutro, é um ser passional, é um ser politizado”, disse
O magistrado ressaltou que, no processo de aplicação do melhor direito e a justiça, é fundamental que quem julga tenha consciência, percepção do seu estado emocional, valores e crenças, mantendo, porém, o distanciamento suficiente desses fatores para que possa aplicar a melhor técnica, independentemente disso, e aí fazer justiça. “A inteligência emocional oferece essas ferramentas para que se possa conhecer, regular e qualificar as decisões que proferimos no dia a dia", concluiu.
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