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Homens e mulheres trans recebem certificação em curso de soldador(a)

Iniciativa foi promovida por meio de parceria entre o Poder Judiciário, a Montisol e o SENAI

31/07/2023
Amanda Campos e Mirela Nunes

Homens e mulheres trans embarcaram em uma aventura de aprendizado, dedicação e superação e abraçaram a oportunidade de conquistar uma qualificação profissional, por meio de parceria entre o Poder Judiciário do Maranhão, a empresa Montisol e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

Durante 35 dias, 19 pessoas participaram do curso de soldador(a) oferecido pela empresa Montisol através do programa “Sim, Podem!”, destinado à comunidade LGBTQIAPN+.  A iniciativa foi resultado do Mutirão de Cidadania Trans promovido pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), por meio do Comitê de Diversidade, no mês de maio, na sede da Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA).

A solenidade de certificação aconteceu nesta segunda-feira (31/7), no auditório do Centro Administrativo do Tribunal de Justiça, com a participação de homens e mulheres trans e familiares, gestores(as) do TJMA, Montisol, SENAI e do grupo Gayvota.

A formação profissional, pautada no respeito à diversidade, à individualidade e no acolhimento de cada soldador(a), teve duração de 320 horas, sendo 240 com instrutores do SENAI e 80 pela empresa Montisol. 

Foto colorida mostra juíza Elaile Carvalho, do Comitê de Diversidade, falando ao microfone no auditório do TJMA, durante evento de certificação do curso de soldador(a). Ao fundo da imagem, aparece no retroprojetor o nome do moveimento "Sim, Podem!". A magistrada usa blazer rosa, blusa preta e branca e calça preta. Ela gesticula com as mãos.

A coordenadora adjunta do Comitê de Diversidade do TJMA, juíza Elaile Carvalho, ressaltou sobre a necessidade de oportunizar e acolher a diversidade nos diversos âmbitos sociais. “Esse curso de soldagem é uma forma de inserir essas pessoas transgênero no mercado de trabalho, levando profissionalismo a elas, que sofrem uma grande discriminação por parte da sociedade”, destacou. 

Fernando Lima, diretor executivo da Montisol, enalteceu a parceria que a empresa desenvolve com o TJMA. “Para nós, é uma satisfação muito grande estarmos aqui hoje celebrando esse curso de formação de soldadores para a comunidade LGBTQIA+. Agradecemos, mais uma vez, ao Tribunal de Justiça pela parceria em diversas ações”, concluiu. 

Participaram da solenidade o coordenador do Comitê de Diversidade do TJMA, juiz Marco Adriano; o presidente do Sindicato das Indústrias de Construção Civil (Sinduscon), Fábio Nahuz; a gerente de Recursos Humanos da Alumar, Teresa Cavalca; o assessor de Relações com o Mercado do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rogério Garcês; o coordenador do Grupo Gayvota, Betinho Lima; a representante da empresa EMAP, Simone Fontoura; a representante da empresa MPC, Iraci Cabral. 

PROFISSIONALIZAÇÃO

Diante da falta de mão de obra especializada no Maranhão, conforme relatos de profissionais da área industrial, os(as) 19 participantes do curso de soldador(a), com certificados em mãos, já terão emprego garantido pela empresa Montisol. Durante a solenidade, o presidente do Sinduscon, Fábio Nahuz, também se colocou à disposição para viabilizar o ingresso da turma no mercado de trabalho.

Matheus Mourão, de 35 anos, é um dos alunos que concluiu o curso de soldador de eletrodo revestido pela Montisol. “Essa trajetória foi importante do começo até o fim. Muitas pessoas LGBTQIA+ não têm essa oportunidade e, hoje, temos a sorte de concluir essa formação e ingressar no mercado de trabalho”, disse.

Quem também recebeu, na ocasião, o certificado de conclusão do curso de soldadora, foi a presidenta da Amatra (Associação Maranhense de Travestis e Transexuais), Andressa Dutra. “Oportunizar inclusão para a população LGBTQIA+ é mais do que necessário. A gente precisa de políticas públicas e de espaço ", testemunhou a formanda. 

Foto colorida da presidenta da Amatra, Andressa Dutra, falando ao microfone, no auditório do TJMA, durante evento de certificação do curso de soldador(a). No auditório, pessoas estão sentadas observando a presidente falar. Ela usa vestido laranja estampado.

“Antes eu era autônoma, fazia bicos e vivia dessa forma. Só agora, muitos anos depois de sair da escola - sem ter completado o ensino médio - estou tendo minha primeira oportunidade de me capacitar para o mercado de trabalho, aos 35 anos”, destacou a presidenta da Amatra, que categorizou a oportunidade como a concretização do acesso da população LGBTQIA+ ao exercício da cidadania.

MUTIRÃO DE CIDADANIA TRANS 

O Mutirão Cidadania Transgênero contou com a parceria dos movimentos LGBTQIA+ e instituições públicas e privadas, que contribuíram com a retificação de registro civil com o apoio da Associação dos Registradores Civis de Pessoas Naturais do Maranhão (Arpen-MA).

Durante o evento, foram emitidos documentos de RG e carteiras de trabalho, além da oferta de serviços na área de saúde, cursos profissionalizantes e vagas de emprego, por meio do SENAC e das empresas Montisol e Alumar. Estudantes do curso de Direito da Faculdade Estácio de Sá também participaram como voluntários(as).

O projeto integra ações institucionais do Poder Judiciário do Maranhão voltadas à população trans do Maranhão, e faz parte da programação alusiva ao Dia Internacional de Combate à LGBTFobia, comemorado no dia 17 de maio, e da Semana Nacional de Registro Civil do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

 

Confira o Álbum de Fotos, do fotógrafo Ribamar Pinheiro, no Flickr do TJMA

 


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