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Passageiros da Estrada de Ferro Carajás têm direitos assegurados em nova edição do Vagão da Conciliação

A quinta edição do projeto garantiu a realização de serviços como união estável, divórcio, guarda, entre outros acordos

Publicado em 18 de Ago de 2025, 14h00. Atualizado em 18 de Ago de 2025, 14h24
Por Letícia Araújo/Márcio Rodrigo

Durante uma viagem de férias rumo ao Pará, o casal Regio Brito Santos e Maria da Conceição Nogueira Coelho, que já vivia junto há 42 anos, encontrou no Vagão da Conciliação uma oportunidade para oficializar a união estável. A bordo do trem operado pela Vale, o projeto Vagão da Conciliação, do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), que realizou nova edição nos dias 14 e 15 de agosto, surpreendeu os dois com a possibilidade de realizar o reconhecimento legal do relacionamento de forma rápida, gratuita e humanizada. 

Acompanhados pela mãe de Maria da Conceição e suas quatro irmãs, o casal embarcou em São Luís sem imaginar que a viagem se tornaria também um marco jurídico e afetivo em suas vidas. “Moramos em Paço do Lumiar e, há 42 anos atrás, nos conhecemos e surgiu essa união. Graças a essa viagem de férias, acabamos sendo surpreendidos com esse trabalho de vocês e, aproveitando esse ensejo, formalizamos a nossa união de uma vez por todas”, declarou Regio.

Um grupo de nove pessoas está posando para uma foto dentro de um espaço com paredes brancas e pôsteres coloridos. Um homem de terno no centro segura um documento com uma das mãos, enquanto a outra está sobre o ombro de uma garotinha que está ao seu lado. Há cinco mulheres e três homens adultos ao redor, todos sorrindo e olhando para a câmera. Ao fundo, um pôster com ícones representando "Comunidade", "Educação" e "Inovação".

Além de Régio e Maria da Conceição, outros casais também aproveitaram o Vagão da Conciliação para oficializar suas relações. Irailton Santos da Silva e Cristina Rodrigues Silva também decidiram formalizar a união estável iniciada em março de 2011. 

Três pessoas estão em pé em um ambiente interno. Um homem mais velho com um boné preto e uma blusa laranja escura, com a mão esquerda no ombro de uma mulher, que está ao seu lado, sorri. A mulher tem cabelo encaracolado preto e usa uma blusa preta e um casaco vinho. Do lado direito da imagem, um homem de terno e óculos segura um documento branco e o entrega ao casal. Há um pôster azul no lado esquerdo da imagem, com a palavra "Conciliação".

Luana Rodrigues Oliveira e Vitor Elvis Sampaio Ramos celebraram a formalização da união com alegria e a certeza de maior segurança para o filho recém-nascido. 

Um homem com barba e cabelos grisalhos, vestindo uma camisa polo verde clara, conversa e gesticula com um jovem casal. A mulher, no centro da imagem, segura um bebê no colo. Ela veste uma blusa de moletom branca. O homem ao seu lado, de blusa azul escura, a abraça com o braço esquerdo. O bebê está vestido com um body branco. Ao fundo, há um pôster azul com a frase "Vagão da Conciliação" e o desenho de um trem.

Antônio Carlos Gomes da Silva e Maria Aparecida Rocha de Sousa, juntos há 14 anos, emocionaram-se ao oficializar uma união construída com carinho e respeito. Maria Aparecida não conteve as lágrimas ao receber a sentença, que representou mais do que um documento, foi a validação de uma história de vida.

Um homem de óculos, com terno claro, sorri e gesticula para uma mulher que chora e enxuga o rosto com a mão esquerda. Ela veste uma jaqueta jeans e uma blusa azul-escura. Ao lado dela, um homem mais jovem de camisa verde e azul sorri e olha para o homem de terno. A cena se passa em um ambiente interno com paredes brancas e pôsteres azuis.

“Era algo que estávamos nos organizando há algum tempo para fazer acontecer. Eu nunca imaginei que hoje, além de estar indo curtir as férias com meu esposo, eu conseguiria formalizar a nossa união perante a Justiça. Estou muito feliz. Esse projeto está de parabéns, só tenho a agradecer”, disse.

Gebson de Assunção Oliveira e Emanuelle da Cruz de Alcântara Sodré, que viveram juntos por 13 anos, também formalizaram sua união estável. O casal, que compartilhou uma trajetória marcada por parceria e afeto, celebrou o reconhecimento jurídico com gratidão e serenidade.

Um homem de terno azul-marinho e gravata, com um documento nas mãos, conversa com outros dois adultos. Ele está à esquerda da imagem e gesticula enquanto fala com um homem de camisa polo azul-marinho e uma mulher de vestido listrado nas cores vermelho, laranja e branco. Os três estão em pé, dentro de um ambiente com paredes brancas e pôsteres nas cores verde e amarelo. Um dos pôsteres menciona "Educação" e outro tem o texto: "Há 40 anos estamos aqui, realizando juntos do Pará ao Maranhão."

Os 217 atendimentos realizados durante os trechos entre São Luís e Açailândia (ida e volta) resultaram em um índice de 100% de acordos nas audiências de casos que não tramitavam na justiça (18), totalizando R$ 58.602, 88 em valores negociados.

A quinta edição do projeto contou com a presença corregedor-geral da Justiça, desembargador José Luiz Almeida; pelo ex-presidente do TJMA, desembargador Jorge Rachid; pelo presidente do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec/TJMA), desembargador José Nilo Ribeiro Filho; e pelo juiz coordenador do Nupemec, Rodrigo Nina. Também estiveram presentes os consultores do Prêmio Innovare, os advogados Antônio Pontes de Aguiar Filho e Antônio Nery; além do gerente jurídico Norte/Nordeste da Vale, Rômulo Nelson

FUTURO MELHOR

Há alguns meses, Iolene de Carvalho Silva viu na mudança de cidade, uma oportunidade para o filho de 15 anos. Saindo de Alto Alegre para viver em São Luís, o adolescente teria acesso a escolas melhores e expectativas de progredir nos estudos. Com a decisão já tomada, a mãe precisava garantir que além de melhores condições de vida, a mudança ocorresse dentro da legalidade. 

O processo de guarda compartilhada com a filha de Iolene, Maria Irene, já estava tramitando na comarca de Bom Jardim. Durante a viagem de trem, ela buscou os conciliadores da Justiça na tentativa de resolver a situação com mais celeridade. 

 Uma mulher de pele clara, com cabelos castanhos escuros e ondulados, que chegam até a altura dos ombros, olha diretamente para a câmera e sorri gentilmente. Ela usa óculos de armação marrom, brincos dourados grandes e uma camiseta preta com a estampa "Paris, je t'aime" em letras douradas. Um microfone de lapela pequeno está preso na gola da sua blusa, no lado esquerdo. Ao fundo, há um banner branco com texto em português, com as palavras "Vagão da Conciliação" e "Serviços gratuitos", e a menção ao estado do Maranhão.

Na parada de Alto Alegre, o contato com o juiz da Vara Única de Bom Jardim, Philipe Silveira Carneiro da Cunha, já havia sido feito e a decisão homologada. Iolene voltou para casa com mais tranquilidade e sentimento de dever cumprido.

“Estou muito satisfeita de estar presente nesse vagão no momento que a Justiça do Maranhão está propondo soluções para questões judiciais. Eu fui contemplada com um acordo de guarda compartilhada com minha filha. O processo já estava tramitando, com previsão de decisão em até 90 dias, mas como estou aqui hoje, já vou sair com o documento assinado pelo juiz”, declarou.

A audiência contou com a participação do promotor de Justiça André Charles Alcântara Martins Oliveira, por videoconferência, garantindo o interesse das menores de idade envolvidas e a legalidade do acordo. “O Vagão da Conciliação é uma iniciativa que, enquanto dura, terá o apoio do Ministério Público”, frisou.

O Vagão da Conciliação, iniciativa do TJMA em parceria com a Vale, transforma o trem em um espaço de cidadania e inclusão. A cada parada, são realizadas audiências, homologações e atendimentos que aproximam a Justiça da população, promovendo dignidade e reconhecimento para histórias de vida em comum.

Confira o álbum completo com as fotos do evento

 

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