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Conciliação Itinerante do TJMA faz acordos a distância em Grajaú 

Juiz Rodrigo Nina, coordenador do Núcleo de Solução de Conflitos do Tribunal, também fez palestra sobre a cultura da conciliação no processo moderno para estudantes de Direito da UEMA

Publicado em 15 de Mai de 2025, 12h00. Atualizado em 21 de Mai de 2025, 8h36
Por Paulo Lafene

Moradora de Grajaú, a 542 km de São Luís, Gleyciane Moraes da Cruz entrou no ônibus da Conciliação Itinerante, do Judiciário maranhense, na manhã dessa quarta-feira (14/5), sem saber se conseguiria o divórcio de seu ex-marido, que estava no Povoado de São Félix, município de Praia do Norte, Tocantins, distante 261 km. No começo da tarde, ela recebeu do juiz Rodrigo Nina a sentença que lhe dá o direito de se tornar divorciada.

É só ir no cartório, amanhã já, e já pode pegar a certidão de averbação. Muito rápido. Não precisou nem pagar", surpreendeu-se Gleyciane.

Já o ex-marido de Leudilene de Oliveira Silva estava no mesmo município de Grajaú, porém no povoado Alto Brasil. Ela também recebeu do juiz a sentença de direito ao divórcio, no começo da tarde dessa quarta-feira (foto abaixo).

Foto horizontal: Conciliação Itinerante do TJMA faz acordos a distância em Grajaú. A foto mostra três pessoas posando para uma foto em frente a um veículo grande com texto em português. À esquerda, um homem de pele clara veste um terno escuro, uma camisa branca e uma gravata listrada. Ele usa óculos e está sorrindo enquanto entrega um documento para a mulher no centro. No centro, uma mulher de pele morena veste uma regata rosa e shorts jeans. Ela segura o documento que o homem à sua esquerda está lhe entregando. Ela tem uma expressão neutra. À direita, um homem de pele clara veste uma camisa polo vermelha com um logotipo no peito e calças jeans azuis. Ele está sorrindo e olhando para a câmera.

Muito rápido, muito bem atendida, graças a Deus. Eu gostei muito", agradeceu Leudilene.

Foto horizontal: Conciliação Itinerante do TJMA faz acordos a distância em Grajaú. A foto mostra duas pessoas dentro de um espaço pequeno, dentro de um ônibus. À direita, um homem de pele clara está sentado em uma mesa com um laptop aberto. Ele veste uma camisa bordô com texto branco no peito e uma máscara facial branca pendurada no pescoço. Ele está olhando para o laptop e digitando. Em sua mão esquerda, ele segura um celular que exibe a foto de um homem de pele morena escura com barba e cabelos escuros. À esquerda, uma mulher de pele morena está em pé, olhando para a tela do celular que o homem está segurando. Ela veste uma regata rosa e shorts jeans azuis. Ela tem o cabelo preso em um rabo de cavalo baixo.

O acordo rápido que Leudilene conseguiu com o ex-marido, por intermédio da ajuda do conciliador João Braga (foto acima), ocorreu da mesma maneira com que Gleyciane negociou com o ex, com a ajuda da conciliadora Aline Dutra (foto abaixo). Ambas definiram as condições pela internet.

Foto horizontal: Conciliação Itinerante do TJMA faz acordos a distância em Grajaú. A foto mostra duas mulheres interagindo em um espaço pequeno que parece ser um escritório ou uma área de atendimento. À esquerda, uma mulher de pele morena escura com cabelos escuros presos está sentada, olhando para a mulher à sua frente. Ela veste uma blusa estampada com flores e tem uma bolsa branca e preta pendurada no ombro. Suas mãos estão juntas em frente ao rosto, em uma postura atenta ou pensativa. À direita, uma mulher de pele clara com cabelos escuros cacheados está sentada de frente para a outra mulher. Ela veste uma camiseta branca com texto azul e um cordão com um crachá. Ela parece estar escrevendo em um papel com uma caneta azul. Há um laptop aberto na mesa à sua frente, junto com um teclado preto separado.

Coordenador do Núcleo de Solução de Conflitos (Nupemec) do TJMA, o juiz Rodrigo Nina diz que os acordos a distância estão cada vez mais comuns, em razão do que se chama hoje de processo moderno, em que as partes não precisam mais estar dentro de uma sala de audiência convencional. 

“Nós temos o ônibus da conciliação, como está ocorrendo aqui em Grajaú, nós temos o vagão da conciliação, que é no trajeto São Luís-Açailândia, na estrada de ferro Carajás, então, as pessoas conseguem hoje, pela tecnologia, se conectar com outras que estejam em qualquer outro lugar. Nossos conciliadores são treinados, capacitados para facilitar o diálogo entre elas, e eles chegando ao acordo, já resolvem o processo, imediatamente, ali, abreviando todos aqueles prazos que existem do processo tradicional com recursos. O acordo vai ser sempre a saída e a finalização mais rápida do processo”, explicou.

PALESTRA

Foto horizontal: Conciliação Itinerante do TJMA faz acordos a distância em Grajaú. A foto mostra um homem de pele clara, vestindo um terno escuro e óculos, de pé na frente de uma sala cheia de pessoas sentadas em carteiras escolares azuis. O homem está dando uma palestra, gesticulando com as mãos enquanto fala. A sala de aula tem paredes brancas com janelas gradeadas que deixam entrar luz natural. O chão é de ladrilho vermelho. Os alunos nas carteiras parecem estar prestando atenção ao orador. Há tanto homens quanto mulheres na plateia, e eles vestem roupas casuais. Alguns têm cadernos abertos à sua frente. Na frente da sala, perto da primeira fila de carteiras, há um projetor branco sobre uma mesa pequena e um laptop aberto.

Na mesma tarde em que concedeu dois divórcios por meio de acordos a distância, o juiz Rodrigo Nina fez uma palestra para estudantes do curso de Direito da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) – Campus Grajaú, sobre o tema: “A Cultura da Conciliação no Processo Moderno e o Papel Estratégico das Demandas Pré-Processuais no Acesso à Justiça”.

No encontro, o juiz coordenador do Núcleo de Solução de Conflitos demonstrou qual a importância da participação efetiva dos polos ativo e passivo do processo em construir a sentença final, que o juiz chancela. 

“O que é que isso significa? Que, no acordo, as partes participam da construção da própria decisão que o juiz vai olhar se aqueles termos que eles chegaram em comum estão de acordo com a lei. Estando de acordo com a lei, o juiz sentencia e já encerra aquele processo ali, de forma rápida, objetiva”, esclareceu. 

Rodrigo Nina mostrou a importância da participação das partes na conciliação e também nas demandas chamadas de pré-processuais – antes do ajuizamento do processo.

“Elas podem antecipar, levar para um Cejusc (Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania), fazer uma sessão de conciliação – tudo sem processo judicial ainda. Chegando ao acordo, aí é distribuída essa demanda pré-processual, chancelado o acordo pelo Judiciário e resolve o processo de uma forma muito mais rápida”, finalizou.

O recado dado aos estudantes foi bem recebido por Beatriz Parentes, aluna do 6º período de Direito na UEMA. “Eu estagio no Fórum, e a gente sempre tem audiência de conciliação - quando a pessoa quer entrar com um processo de juizado especial -, aí a gente sempre tenta fazer, ali, com que não tenha um processo, porque fica mais fácil pra todo mundo, né? Inclusive, eu tenho interesse em fazer o curso de conciliadora, eu tô achando bastante interessante essa área”, revelou Beatriz.

CONCILIAÇÃO ITINERANTE

Nessa quarta-feira, o projeto Conciliação Itinerante atendeu 341 pessoas. Realizou 58 das 76 audiências designadas, com 30 acordos, o que representa 51,72% de conciliação alcançada do total de audiências.

Veja o álbum de fotos do projeto Conciliação Itinerante e de outros serviços do mutirão de cidadania em Grajaú, produzido por Josy Lord.

Agência TJMA de Notícias
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