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Menopausa e o trabalho: por que falar sobre isso?

Maíra Santos, da Divisão Médica do TJMA, dá orientações para servidoras, colegas e chefes sobre cuidados e acolhimento

Publicado em 12 de Mai de 2025, 7h50. Atualizado em 12 de Mai de 2025, 10h03
Por Ascom/TJMA

Muitas mulheres atravessam o climatério – fase de transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva – em plena vida profissional ativa. Segundo a médica Maíra Santos, da Divisão Médica do TJMA, o ambiente de trabalho, por vezes, não reconhece esse momento delicado. “Ondas de calor em meio a reuniões, noites maldormidas e mudanças de humor podem ser confundidos com desatenção, desmotivação ou falha de desempenho”, avalia. Este é o tema do Dicas de Saúde desta semana.

Segundo a profissional, é fundamental que haja compreensão, acolhimento e ajustes possíveis, como flexibilidade de horários, ambientes mais ventilados e abertura para diálogo.

MENOPAUSA

Maíra Santos explica que a menopausa é uma fase natural da vida da mulher, marcada pelo fim dos ciclos menstruais. Ela ocorre porque os ovários deixam de produzir dois hormônios essenciais: o estrogênio e a progesterona. Isso, normalmente, acontece entre os 45 e 55 anos, sendo a média aos 51 anos. Mas, segundo ela, a menopausa não acontece de uma hora para outra: é um processo de transição que pode durar anos, chamado climatério.

“Durante esse período, o corpo passa por muitas mudanças, e algumas mulheres podem apresentar sintomas que interferem na qualidade de vida e até no desempenho profissional. A boa notícia é que existem tratamentos e orientações que ajudam muito”, conta.

Nem todas as mulheres têm sintomas, mas muitas passam por situações como:

  •      Ondas de calor (fogachos)
  •      Suores noturnos
  •      Alterações no sono (dificuldade para dormir ou sono não reparador)
  •      Ansiedade, tristeza ou irritabilidade
  •      Dificuldade de concentração ou memória
  •      Dores articulares
  •      Ressecamento vaginal (que pode causar desconforto ou dor na relação sexual)
  •      Redução da libido

“Esses sintomas variam em intensidade e duração, e algumas mulheres sentem mais impactos do que outras. Eles podem começar anos antes da última menstruação, fase chamada perimenopausa, e durar por algum tempo depois dela”.

Imagem produzida por Inteligência Artificial de mulher com menopausa. A imagem mostra uma pessoa sentada em uma mesa de escritório, vestindo um blazer preto e uma camisa branca. Ela segura uma prancheta com uma das mãos e parece estar ajustando a gola da camisa com a outra. Na mesa, há um notebook aberto, um caderno e uma caneta. Ao fundo, uma estante com livros e pastas complementa a cena, e uma janela deixa entrever uma vista externa.

Maíra Santos apresenta orientações para quem se encontra na situação e para quem faz parte do convívio no ambiente de trabalho.

ORIENTAÇÕES PARA SERVIDORAS

  • Procure seu médico(a): ao perceber sintomas incômodos, converse com seu médico(a). Há opções de tratamento com ou sem hormônios, além de estratégias naturais e comportamentais;
  • Cuide do sono, da alimentação e pratique atividade física regular. Isso ajuda a reduzir sintomas e melhora o bem-estar;
  • Evite automedicação ou uso de produtos naturais sem orientação profissional. Alguns podem ser perigosos;
  • Fale sobre o que está sentindo, especialmente com pessoas de confiança no trabalho e na família. Você não está sozinha.

ORIENTAÇÕES PARA COLEGAS

  • Escute com empatia e sem julgamentos;
  • Evite comentários que minimizem os sintomas (“isso é frescura”, “todas passam por isso”);
  • Seja colaborativo: pequenas atitudes fazem grande diferença, como ajustar a temperatura do ambiente ou permitir pausas estratégicas.

ORIENTAÇÕES PARA CHEFES

  • Reconheça a menopausa como um momento de vulnerabilidade temporária que pode afetar a produtividade;
  • Ofereça escuta ativa, ambiente seguro e, quando possível, flexibilidade de jornada;
  • A saúde integral da servidora reflete diretamente na qualidade do serviço prestado.

TRATAMENTO

A médica Maíra Santos diz que existe tratamento e que é individualizado. Segundo ela, pode incluir:

  • Terapia hormonal, que é muito eficaz em aliviar os sintomas (mas tem contraindicações);
  • Medicamentos não hormonais;
  • Tratamentos locais para ressecamento vaginal;
  • Acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, quando necessário;
  • Mudanças no estilo de vida (sono, atividade física, alimentação).

“É possível atravessar essa fase com saúde, dignidade e qualidade de vida”, finaliza Maíra Santos.

As informações transmitidas pela médica foram adaptadas de UpToDate®, plataforma de apoio à decisão clínica. Acesso em maio de 2025.

Agência TJMA de Notícias
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(98) 2055-2024

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