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Campanha alerta para preocupação com saúde mental nas organizações

Divisão Psicossocial do TJMA alerta para crescimento da preocupação das organizações com a Saúde Mental de colaboradores(as)

17/07/2023
Ascom/TJMA

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgados em 28/09/2022, estimam que mais de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido a questões relativas à saúde mental, sobretudo ansiedade e depressão. O Relatório Mundial de Saúde, publicado em junho de 2022, mostrou que um bilhão de pessoas viveram com transtorno mental em 2019; 15% são adultos em idade ativa e já sofreram de algum tipo de transtorno de saúde mental. 

Nesse contexto, a Divisão Psicossocial do TJMA, por meio da Analista Judiciária Célia Alves, ressalta as constantes mudanças que envolvem o mundo do trabalho, frente às dificuldades dos seres humanos em aderir à mudanças. “Além disso, o ambiente de trabalho explicita as questões de desigualdade e provoca sofrimento e adoecimento nos indivíduos. Situações como sobrecarga de trabalho, comportamentos de negatividade e assédio, são alguns dos fatores de risco para a saúde mental”, avalia.

A analista destaca que a OMS vem estabelecendo novas diretrizes para o enfrentamento dos riscos à saúde mental no trabalho e cobrando ações concretas e efetivas para a população trabalhadora, tanto para o setor privado, quanto para o setor público. As medidas devem incluir ações que promovam a proteção do trabalhador e a sua reintegração ao ambiente de trabalho de forma humanizada, respeitando as limitações enfrentadas pelo problema de saúde.

As novas diretrizes incluem ações específicas voltadas para os trabalhadores de saúde, humanitários e de emergência. “Além das medidas mencionadas, ressalta-se que pela primeira vez na história, a OMS recomenda treinamento de gestores, para desenvolver a capacidade de prevenir ambientes de trabalho estressantes e responder a colaboradores em sofrimento, uma vez que a falta de diálogo com a liderança vem sendo considerado fator determinante para as causas de danos psicológicos no trabalho”, observa.

Segundo a OMS, gestores preparados conseguem enfrentar diálogos difíceis, favorecem o feedback e estão mais próximos da sua equipe, o que possibilita identificar precocemente questões de risco para a saúde mental dos seus colaboradores e colaboradoras.

Alguns sinais que servem de alerta para identificar colaboradores com saúde mental comprometida:

  • Alta taxa de absenteísmo. Faltas ou atrasos podem indicar que o colaborador não está bem;
  • Queixas na pesquisa de clima organizacional: pode revelar queixas e percepções que indicam fatores prejudiciais à saúde mental, como sobrecarga de trabalho e desmotivação;
  • Ambientes com baixa segurança psicológica: profissionais que evitam questões difíceis, podem estar enfrentando problemas de saúde mental.

A Organização Mundial de Saúde apresenta como principais contextos de vida que podem levar ao sofrimento mental, acontecimentos marcantes como:

  • Divórcio e conflitos familiares: que podem desencadear sentimentos negativos que também impactam no trabalho;
  • Indivíduos com baixa autoestima: podem apresentar maior dificuldade em desenvolver resiliência para enfrentar situações difíceis, o que contribui para o desenvolvimento de transtornos de natureza mental;
  • Falta de apoio, como não ter alguém para dialogar sobre os problemas, dificuldades financeiras entre outros.     

O setor psicossocial destaca que mulheres têm o dobro de chance de apresentar problemas de saúde mental, comparado aos homens, principalmente pela diferença de papéis sociais; e a população de LGBTQIA+, isto porque a maioria é obrigada a esconder sua identidade de gênero ou sexualidade no ambiente de trabalho, favorecendo o adoecimento mental.

Sugestões de como ajudar colaboradores(as) em sofrimento e adoecimento psicológico, no âmbito do Poder Judiciário estadual:

  • Ao identificar sinais de sofrimento e adoecimento psicológico, primeiramente acolher/amparar e em seguida se atentar às medidas legais para sua recuperação;
  • Encaminhar para os setores competentes: Divisão Psicossocial, Divisão Médica, Diretoria de Recursos Humanos, setores onde o colaborador irá encontrar profissionais especializados para fazer as devidas intervenções e encaminhamentos;

A analista da Divisão Psicossocial também ressalta que mesmo diante de todos avanços tecnológicos, é importante atentar que o ser humano é ponto de partida para manutenção de um ambiente de trabalho saudável e em equilíbrio. 

Ela avalia que os resultados que podem ser alcançados com essas medidas extrapolam o âmbito da saúde, pois para o colaborador vai proporcionar o bem-estar, proatividade, aperfeiçoamento da comunicação e consequente otimização dos relações interpessoais, redução do estresse, prevenção da ansiedade, depressão, burnout, e várias outras condições de saúde mental. “Em consequência para a instituição esse ambiente saudável vai favorecer o aumento de produtividade, redução de absenteísmo e atrasos, redução de conflitos, redução de afastamentos por problemas de saúde entre outros benefícios”, pontua. 

“Depressão é uma condição médica. Precisamos criar um mundo em que as pessoas se sintam à vontade em procurar cuidar de suas mentes, assim como de seus corpos.” Adam Grant

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