Poder Judiciário/saude

Transtorno Misto de Ansiedade e Depressão

Transtorno Misto de Ansiedade e Depressão

Railson de Oliveira Rodrigues, Analista Judiciário Psicólogo - TJMA

 

Há muito tempo, a ansiedade e a depressão são objetos de dor humana. Estudadas desde os filósofos mais antigos, angústia e melancolia, são, nitidamente, as feridas da evolução social humana. Cada vez mais estamos ficando ansiosos e depressivos, à medida que evoluímos social e tecnicamente.

Seus sintomas: sensação de sufocamento (falta de ar), palpitações, sudorese, tremores e formigamentos, náuseas, tonturas pensamentos acelerados, confusos e catastróficos, medos (de morrer, de enlouquecer) associados a uma tristeza recorrente, desmotivação, insônia, irritabilidade e pensamentos negativos; são, sem dúvida alguma, fontes de muito sofrimento, dor e sensação de impotência diante da vida.

Começa assim: a pessoa já sentia que era um pouquinho mais agoniado ou nervoso quando criança ou adolescente, sentia que tinha muita dificuldade em esperar as coisas acontecerem, que não tinha muita paciência. Também se sentia triste um pouquinho mais que os “outros”, assim como também lembra bem de alguém da família muito parecido com esse jeito.

À medida que vai crescendo, vai aumentando o grau de responsabilidades, também vão aumentando as preocupações e os medos, o que faz com que muitas vezes fuja das situações, daquela prova difícil, daquele encontro… No entanto, ao fugir dessas sensações e dessas situações, não vai aprendendo bem a lidar com o que sente e, quando aparece uma situação-limite, uma situação muito grave, acaba disparando – como um gatilho – tudo aquilo que já vinha se acumulando. Ansioso, e com medo, começa se sentir incapaz, inútil, frágil e aí começa a semear (inconscientemente) a depressão. Mas, qual é o limite do normal e do patológico?

Desde que momento aquele friozinho na barriga antes de uma situação-limite, aquela ansiedade sobre o futuro, sobre o amanhã ou, desde quando isso junto com uns dias tristes, com falta de sono ou apetite, com aqueles pensamentos ruins e de fracasso tornam-se de fato doença e que me faz não ir mais trabalhar, estudar, abraçar ou querer beijar quem amo, ou de me cuidar?

O certo mesmo, a medida ideal para saber que momento basta eu conversar com um amigo e desabafar para evoluir a uma necessidade real de profissionais e de remédios é: o grau de sofrimento e o grau de incapacidade de continuar vivendo como vivia antes.

Assim, o melhor é procurar ajuda profissional. Psicoterapia (por mais que demore) é o indicado ao tratamento; medicamentos (por mais que dê medo em tomar) é por vezes necessário para se voltar à ansiedade e ao humor “normal” de antes. Deste modo, com tratamento adequado, tudo volta a ficar bem e a vida seguirá bem melhor do que antes.

Aqui no TJ temos a Divisão Psicossocial e a Divisão Médica para prestar os “primeiros socorros” e para lhe orientar a buscar um bom tratamento. Em caso de necessidade, pode procurar!