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Psicóloga fala sobre saúde mental e o sentido da vida

Tatiana Carvalho, da Divisão Psicossocial TJMA, explica como enfrentar situações difíceis sem se desesperar ou adoecer mentalmente 

Publicado em 30 de Ago de 2024, 8h49. Atualizado em 30 de Ago de 2024, 8h54
Por Ascom/TJMA

A saúde mental é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um estado de bem-estar mental, relacionado à capacidade da pessoa de lidar com os momentos estressantes da vida, desenvolver suas habilidades, aprender coisas novas, trabalhar produtivamente e contribuir, assim, para a melhoria de sua comunidade.

A psicóloga Tatiana Carvalho, da Divisão Psicossocial Tribunal de Justiça do Maranhão, explica que ter uma boa saúde mental não significa estar completamente satisfeito(a) com a vida ou esbanjando felicidade. 

“É possível que a pessoa esteja enfrentando circunstâncias muito difíceis, tristes ou desafiadoras e, ainda assim, mostrar-se capaz de enfrentá-las com atitudes afirmativas da vida, mantendo seu bem-estar mental”, afirma a profissional.

Mas como fazer esse enfrentamento sem se desesperar ou adoecer mentalmente? Segundo ela, o sentido da vida é um importante fator de proteção nessas ocasiões, pois quem tem um “para quê” viver, é capaz de suportar quase todo e qualquer “como”, como dizia o filósofo Nietzsche. 

Tatiana Carvalho lembra que tal ideia foi bastante difundida pelo psiquiatra vienense Viktor Frankl, sobrevivente do Holocausto. Ele constatou que o ser humano é um ser em busca de sentido e que encontrar sentidos na vida é uma força motivadora que capacita a pessoa a se elevar acima do sofrimento, adotando atitudes que realizam o sentido do momento e favorecem sua saúde mental.

A psicóloga relata que é importante, porém, atentar que são diversos os fatores que contribuem para a promoção da saúde mental, e isso inclui aspectos biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, culturais e, não menos importantes, os aspectos existenciais, relacionados ao sentido da vida.

“Trata-se, portanto, de um fenômeno multidimensional. Dessa forma, há diversos caminhos a serem trilhados para a promoção da saúde mental, tanto nos âmbitos social, institucional como também individual. Trata-se de uma responsabilidade de todos criar contextos, relações sociais e práticas cotidianas favoráveis à saúde mental”, destaca.

Entretanto, a profissional diz que encontrar o sentido da própria vida requer uma disposição pessoal para ouvir a voz da consciência e, assim, descobrir os valores que iluminam sua existência, as tarefas significativas às quais vale a pena se dedicar, as pessoas amadas a quem se doar. E esse movimento, de ir além de si mesmo, gera uma tensão saudável fundamental para a manutenção da saúde mental, mesmo em situações desafiadoras.

“O ser humano não se realiza fechado em si mesmo, mas, sim, em abertura para o mundo, onde pode encontrar inúmeras possibilidades de realização de valores e descoberta de sentidos a serem vividos”, acrescenta a psicóloga.

De acordo com ela, embora essa seja uma descoberta pessoal, não precisa ser solitária. Muitas vezes, é necessário contar com a ajuda de outras pessoas para encontrar uma direção na vida que faça real sentido. E essa ajuda pode vir de pessoas próximas ou mesmo de profissionais de saúde mental, como psicólogos(as) e psiquiatras. 

“Tais profissionais se tornam indispensáveis quando há sinais de intenso sofrimento psíquico e adoecimento mental. Portanto, se precisar, peça ajuda”, aconselha a psicóloga, que encerra com uma citação do psiquiatra Viktor Frankl.

“Se você não sabe qual é sua missão na vida, já tem uma: encontrá-la” (Viktor Frankl).

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