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Política de diversidade do TJMA é apresentada a servidores(as) e educadores(as) em São Luís Gonzaga 

A ação itinerante foi promovida pelo Comitê de Diversidade

Publicado em 18 de Out de 2022, 15h00. Atualizado em 18 de Out de 2022, 15h14
Por Ascom/TJMA

Durante ação itinerante do Comitê de Diversidade do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), o trabalho do Judiciário maranhense que busca institucionalizar ações antidiscriminatórias, foi apresentado ao juiz titular de São Luís Gonzaga, Diego Lemos, servidores e servidoras do Fórum da comarca. Educadores e educadoras do município também participaram da ação, realizada nos dias 13 e 14 de outubro. 

Na oportunidade, foram apresentados detalhes da atuação do órgão criado pela Resolução 47/2020, considerando os eixos de combate ao racismo, sexismo, etarismo, capacitismo, gordofobia e lgbtfobia.  

A conexão da Agenda 2030 e dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), com as atividades judiciais e de educação, também foi abordada durante o evento. 

Os temas foram apresentados pela equipe do Comitê de Diversidade do TJMA,  juiz Marco Adriano Ramos Fonsêca (Coordenador) ,  juíza Elaile Silva Carvalho (Coordenadora Adjunta) servidoras e membras do Comitê, Joseane Cantanhede e Joelma Nascimento. 

O juiz coordenador do Comitê de Diversidade do TJMA, Marco Adriano, ressaltou a importância da iniciativa. “A ação itinerante foi muito importante para o diálogo e a troca de experiências”, pontuou.

Com uma roda de diálogos, o Comitê estabeleceu um processo de escuta e também explicou sobre a metodologia de atuação para fortalecer a Política Judiciária de Diversidade do Judiciário maranhense.

O servidor da comarca, Francisco Bogéa, reforçou as itinerâncias como uma forma de divulgar e fortalecer a Política de Diversidade do Judiciário maranhense. “A visita do Comitê demonstra como o Tribunal vem abrindo espaço de maneira acessível para analisar a questão da diversidade no nosso meio, pois sabemos que trabalhamos com a defesa do direito das pessoas e, muitas vezes, nos atentamos apenas a dados estatísticos”, afirmou.

A servidora Raimunda da Conceição, considerou o momento uma forma de aprendizado e reflexão, em que todos puderam perceber a ressignificação da diversidade, no sentido de agregar as pessoas e não separar pela diferença, tornando possível o processo de inclusão. “Vimos no Comitê um espaço de amparo e compartilhamento de vivências”, afirmou.

DIVERSIDADE , AGENDA 2030 E EDUCAÇÃO

Foto colorida. Pessoas sentadas durante palestra da professora Nila Bastos, em São Luiz Gonzaga, durante ação itinerante do Comitê de Diversidade.

Em dois dias, a equipe do Comitê de Diversidade e a professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) de Pedreiras, Nila Bastos, doutoranda em História, apresentaram ações afirmativas e antidiscriminatórias a professores(as) e gestores(as) do município de São Luís Gonzaga, no Salão do Júri do Fórum.

O público contemplado foi de cerca de 400 pessoas, nos dois dias do  Seminário Formativo sobre a Educação para as Relações Étnico-Raciais, realizado pela Secretaria Municipal de Educação da localidade.

Na palestra sobre  “Agenda 2030 da ONU: enfrentamento das vulnerabilidades e movimento antidiscriminação”, a juíza Elaile Carvalho, coordenadora adjunta do Comitê de Diversidade do TJMA, contextualizou a agenda mundial que promove o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos a partir da conexão dos 17 ODS com as atividades nas áreas jurídica e de educação.

Inicialmente, a magistrada parabenizou educadores e educadoras pelo interesse na formação em ações antidiscriminatórias, com a proposta de fortalecer a união e a humanização por meio de práticas antidiscriminatórias. “Essa interação do Judiciário com as instituições é necessária e importante, pois as escolas são espaços de formação e precisamos romper com a discriminação e saber que professores e professoras servem como referência a estudantes”, opinou.

A professora da Escola Municipal Pedro Celestino, Valdivina França, que trabalha com o 5º Ano do Ensino Fundamental, disse que não tinha conhecimento da Agenda 2030 e afirmou ser uma ferramenta importante no processo educacional. “Esse conhecimento é indispensável para as crianças e jovens e nos ajuda a formar pessoas críticas e conscientes do seu papel na sociedade com respeito ao planeta e ao ser humano”, reforçou.

DIVERSIDADE E COMBATE AO RACISMO

O juiz coordenador do Comitê de Diversidade do TJMA, Marco Adriano, mencionou o privilégio de ser recebido  no espaço do Judiciário e ser acolhido pela presença dos educadores e educadoras. O magistrado falou sobre as modalidades do racismo e suas consequências na vida de quem sofre a discriminação e o preconceito, seja no formato estrutural, científico, individual, recreativo e algarítmico, observando como o preconceito se reflete nas desigualdades, colocando como exemplo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em que 64% das pessoas desocupadas no Brasil são negras, enquanto 34,6% são brancas. 

Dentro do tema Diversidade e Antidiscriminação, o magistrado parafraseou Viola Davis: “Todos os sonhos estão dentro do alcance. Tudo que você tem de fazer é continuar se movendo em direção deles”.

O magistrado também ressaltou que  “ninguém nasce odiando ninguém”, fazendo referência a Nelson Mandela, e ressaltando que “o bulling nada mais é que alimentar o ódio entre as pessoas e um nome ‘bonito’ para discriminação”.

Foto colorida. Pessoas em pé, ao lado do juiz Marco Adriano, equipe do Comitê de Diversidade, em São Luiz Gonzaga, durante ação itinerante do Comitê, segurando cartilha.

A parceria do TJMA com o IFMA, com a impressão da cartilha AGÓ, YAGÓ OLUKO: Teorias e metodologias motivacionais para o ensino da História africana e afro-brasileira, foi a ferramenta usada pela doutoranda em História,  Nila Bastos, para apresentar sua experiência na idealização e produção da publicação, juntamente com alunos e alunas do Instituto, que serviu para a discussão sobre as práticas e experiências para uma educação antirracista.

Na sua avaliação, a cartilha ter chegado ao município de São Luís Gonzaga demonstra a importância da circulação do material didático e dos professores e professoras divulgarem suas produções.

Os participantes consideraram a iniciativa fundamental para que temas sensíveis, como o racismo e a LGBTfobia, sejam tratados em sala de aula. A estudante do 3º ano, Antonia Mendes, da Escola de Ensino Médio Nazaré Ramos, considerou primordial a discussão e o envolvimento de estudantes e professores. “A sociedade precisa respeitar e aceitar as diferenças e ter mais amor pelo próximo, pois o respeito não enxerga cor, religião e muito menos orientação sexual”, afirmou.  

Já a professora de Matemática e coordenadora pedagógica, Liege Ribeiro,  disse que a formação foi uma injeção de ânimo que fortalece a educação. Ela elogiou a forma leve como a equipe do Comitê de Diversidade repassou temas delicados que acontecem dentro e fora da sala de aula, provocando diversas reflexões. 

A secretária de Educação, Layse Maria, resgatou a forma como as ações afirmativas são trabalhadas com o projeto “Educação não tem cor”, executado desde 2017, e externou a sua gratidão ao Tribunal de Justiça do Maranhão, pelo trabalho institucional de antidiscriminação, ao contribuir para o fortalecimento da política de educação e incentivo à comunidade escolar e os moradores e moradoras a refletirem sobre a importância do respeito às diferenças.  

QUILOMBO

Na programação da sexta-feira (14), o diálogo foi realizado com a comunidade quilombola de Santana do Adroaldo, zona rural, distante 30 km de São Luís Gonzaga do Maranhão, um dos 20 territórios quilombolas da região.

Os serviços judiciários e a história das comunidades estiveram na pauta, assim como a geração de renda fomentada pela produção local de licores que já atravessam as fronteiras do Estado e são comercializados em Brasília (DF).  

Durante o evento, a possibilidade de instalação de uma seção eleitoral foi solicitada pelos moradores e moradoras. São mais de 300 eleitores e eleitoras que precisam se deslocar mais de 3 km para votar. O processo de reconhecimento do território pela Fundação Palmares, que tramita no Incra e Iterma, foi uma das demandas apresentadas.

Outro espaço de escuta foi a Escola Família Agrícola, localizada no Povoado de Santo Ântônio da Costa, que também é território quilombola e tem como público estudantes do 7º ao 9º ano que,  quinzenalmente, alternam entre o ambiente escolar integral e suas residências.

 

Agência TJMA de Notícias

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