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Projeto lançado na Comarca de Imperatriz fomenta a desjudicialização 

Iniciativa tem o apoio da COGEX e prioriza resolução de demandas por meio dos serviços disponíveis nos cartórios 

Publicado em 25 de Jul de 2025, 14h19. Atualizado em 25 de Jul de 2025, 15h43
Por Fernando Souza

Uma iniciativa implantada pelo Núcleo de Aperfeiçoamento Permanente do Extrajudicial da Comarca Imperatriz (NAPE) pretende contribuir com o processo de desjudicialização de demandas sociais. O projeto Soluções Extrajudiciais propõe uma mudança de paradigma na busca de alternativas para questões rotineiras, que podem ser acessadas nos cartórios de forma rápida, fácil e segura por qualquer cidadã ou cidadão. Em parceria com a Corregedoria Geral do Foro Extrajudicial, a medida tem o apoio da Associação de Notários e Registradores, da Associação de Registradores de Pessoas Naturais e do Colégio Notarial do Brasil.

O projeto, lançado recentemente pelo juiz André Bezerra Martins, titular da 4ª Vara Cível e integrante do NAPE Imperatriz, busca empoderar cidadãs e cidadãos acerca dos seus direitos e dos serviços que podem ser acessados, valorizando opções que empoderam as pessoas alcançadas nas construção de soluções sociais coletivas. O movimento de desjudicialização tem como propósito explorar vias alternativas para a solução de demandas que, antes, só eram resolvidas pelo Poder Judiciário, a exemplo de mudança de prenome, divórcio consensual, registro civil tardio e usucapião.

Com a execução do projeto é possível promover o acesso a direitos e serviços, garantindo mais agilidade no atendimento e resolução de questões menos complexas e proporcionando o exercício da cidadania. Para alcançar a finalidade, o projeto conta com estratégias de divulgação em linguagem acessível e material em formato digital com informações acerca dos serviços cartorários que podem ser acessadas via QR Code.

Segundo André Bezerra, a ideia de apresentar um “passo a passo” busca contribuir para compreensão por parte de cidadãs e cidadãos e a uniformização de procedimentos, bem como os documentos necessários para a busca de serviço. Dessa forma, para cada alternativa de resolução extrajudicial, foi elaborado um material explicativo, com a disposição de todas as informações necessárias desde a abertura do requerimento até a conclusão do serviço. 

“O projeto surgiu da necessidade de ampliar o conhecimento da população sobre as soluções extrajudiciais de problemas jurídicos, que a legislação já permite que sejam resolvidos sem intervenção judicial. Queremos facilitar o acesso aos serviços, oferecendo um guia claro e um passo a passo para o cidadão resolver suas questões de forma rápida e assertiva”, explicou o juiz idealizador do projeto.

André Martins ainda esclareceu que a iniciativa começou a ser pensada em 2024, já dentro de uma proposta de construção coletiva, da qual participaram cerca de 20 registradores e tabeliães do Maranhão, em todas as competências cartorárias. Apesar do lançamento em Imperatriz, o projeto tem um formato simples de execução e que pode ser replicado em qualquer comarca, por meio das 285 serventias extrajudiciais atualmente ativas no Estado, com a supervisão e acompanhamento de juízas e juízes com competência de registros públicos.

SERVIÇOS CARTORÁRIOS E A DESJUDICIALIZAÇÃO 

A ideia da desjudicialização nasce da necessidade de frear a judicialização excessiva e ganha força com o surgimento de vias alternativas de resolução de questões sociais menos complexas, que não envolvam litígios e que, portanto, não necessitam da apreciação do Judiciário. São situações da vida cotidiana que interessam somente ao particular, a exemplo da mudança de prenome, ou alcança mais de uma pessoa que, de comum acordo, querem uma solução rápida e segura para sua questão, como no caso do divórcio consensual. A rapidez é assegurada pelo fato de não existirem os ritos e prazos processuais, que são comuns e necessários na esfera judicial, que devem ser respeitados como condição ao devido processo legal.

Na agenda da desjudicialização, embora os serviços ainda tenham prazos, estes são mais curtos e os cartórios possuem ritos com procedimentos mais enxutos, uma vez que não envolve a controvérsia característica de um litígio entre partes. Por isso, as serventias extrajudiciais têm um papel central e indispensável, cumprindo acrescentar que é uma atividade delegada e fiscalizada pelo Poder Judiciário, que exige o aprimoramento constante dos serviços. Os atos praticados são dotados de toda segurança jurídica e as informações são guardadas em banco de dados seguros, atendendo ao rigor da Lei Geral de Proteção de Dados.


Assessoria de Comunicação
Corregedoria Geral do Foro Extrajudicial
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