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Descubra a influência do sono na saúde bucal com Dicas de Saúde

A dentista Aparecida Chaves, da Divisão Odontológica do TJMA, explica que quando uma pessoa não alcança um sono de qualidade, ela pode apresentar problemas de saúde bucal

Publicado em 1 de Set de 2025, 8h00. Atualizado em 1 de Set de 2025, 11h09
Por Ascom/TJMA

A campanha Dicas de Saúde desta semana desperta o público para a influência do sono na saúde bucal. A dentista Aparecida Chaves, da Divisão Odontológica do Tribunal de Justiça do Maranhão, explica que o sono é uma função biológica fundamental do corpo humano. E acrescenta que, quando uma pessoa não alcança um sono de qualidade, ela pode apresentar problemas de saúde bucal, sistêmica e cognitiva.

A qualidade do sono reflete na capacidade de uma pessoa de adormecer, permanecer dormindo e entrar nos vários ciclos de sono durante toda a sua duração e, dessa forma, alcançar o sono reparador", relata Aparecida Chaves.

A odontóloga conta que, para melhorar a qualidade do sono, algumas medidas ajudam, como: manter uma boa higiene do sono, ter uma rotina de horários regulares, possuir um ambiente adequado, reduzir o consumo de álcool e cafeína, e gerenciar o estresse.

Se essas medidas não forem suficientes para permitir o sono com qualidade, é aconselhável buscar orientação médica", adverte.

Segundo ela, profissionais de saúde bucal estão em posição de reconhecer problemas com a qualidade do sono, já que muitas vezes eles repercutem na região da face e da boca, como: sinais de respiração bucal; aparência de cansaço com olheiras; dentes desgastados; cárie dentária; problemas gengivais e periodontais; mau hálito; boca seca; e pacientes com relato pessoal de ronco.

A profissional destaca que a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é um distúrbio caracterizado por interrupções repetidas na respiração durante o sono, frequentemente acompanhadas por roncos altos e intensos, causando falta de oxigênio e despertares frequentes durante a noite. A boca seca é relatada por 95% dos pacientes com SAOS, o que acontece devido à respiração pela boca aberta, fazendo com que o fluxo salivar cesse quase completamente e a frequência de deglutição diminua.

Assim, pode causar um aumento da formação de placa dentária e, por consequência, das doenças periodontal e da cárie dentária. Outra situação frequente observada em paciente apneico é de acordar sem descanso, com comprometimento cognitivo do nível de atenção e habilidades motoras, ficando mais suscetível a sofrer lesões traumáticas dentárias por quedas ou acidentes", alerta Aparecida Chaves.

A odontóloga diz que a literatura mais atual sugere que certos comportamentos que ocorrem durante o sono são fatores de risco associados ao bruxismo, como ronco, respiração bucal, sono agitado, dormir de barriga pra baixo, pesadelos, falar dormindo, dormir pouco, entre outros.

RISCO DE CÁRIE

Alterações no ciclo do sono podem aumentar o risco de cárie. O sono curto está associado a altos níveis de colônia de Streptococcus mutans, uma das bactérias envolvidas no processo da cárie", aponta a dentista.

Aparecida Chaves afirma que o sono alterado e de baixa qualidade pode produzir hiperglicemia, que cria intolerância à glicose, que aumenta a inflamação gengival e sistêmica, além de danos aos tecidos, que podem preceder a periodontite. Ainda, a inflamação sistêmica causada pela periodontite pode ter um efeito potencial na duração e na qualidade do sono.

O sono insuficiente piora o mau hálito. A diminuição do fluxo salivar durante o sono pode diminuir os efeitos antibacterianos e de limpeza da saliva, e isso pode aumentar o acúmulo de placa bacteriana nos dentes e na língua", acrescenta.

A profissional da Divisão Odontológica do TJMA revela que pessoas com hábitos noturnos, ou seja, que dormem mais tarde e acordam mais tarde, são mais susceptíveis à cárie.

Ficar acordado tarde da noite, geralmente leva a escolhas alimentares menos saudáveis. Desta forma, a cárie dentária surge quando a resistência oral às bactérias cariogênicas é baixa como durante a noite, quando o fluxo salivar diminui”, frisa.

A odontóloga diz que, além dos fatores já citados, para o dentista descobrir quando um paciente tem sono ruim, basta deitar a cadeira durante o atendimento, que ele dorme. E essa cena tem se tornado cada vez mais comum e pode ser um sinal de que o sono não está sendo restaurador para muitas pessoas.

Dormir bem é um cuidado com a saúde inteira. Existe a máxima popular que diz: 'só tem um bom dia quem tem uma boa noite'", finaliza Aparecida Chaves.

Agência TJMA de Notícias
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