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TJMA promove palestra sobre enfrentamento aos assédios e práticas tóxicas para desembargadores/as

Evento foi ministrado por professora pioneira em pesquisas de assédio no Brasil

Publicado em 26 de Nov de 2025, 10h44. Atualizado em 26 de Nov de 2025, 12h45
Por Juliana Mendes

Com o objetivo de discutir relações saudáveis e comportamentos que evitem a prática de assédio no âmbito do Poder Judiciário, o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), por meio das Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação, promoveu nesta terça-feira (25/11), o workshop "Cultura do Respeito: Prevenção e Enfrentamento aos Assédios e Comportamentos Tóxicos" ministrado pela professora pioneira em pesquisas da área, Lis Soboll, voltada a desembargadores e desembargadoras do TJMA. 

“O assédio todos nós entendemos, mas um comportamento proativo para evitar que isso aconteça é muito importante que todos nós aprendamos”, avaliou o presidente do TJMA em exercício, desembargador Raimundo Bogea. 

A imagem é um retrato frontal da mesa principal de um evento formal, destacando três autoridades sentadas atrás de suas mesas e computadores.

Destaques:

Pessoas e Cargos:

Ao centro: Um homem de terno está sorrindo. Sua placa de identificação claramente diz "PRESIDENTE".

À esquerda: Uma mulher com uma blusa de estampa verde e branca está focada em documentos ou em seu computador.

À direita: Uma mulher de blazer azul-esverdeado (a provável palestrante) está sentada ao lado. Sua placa de identificação diz "DIRETORA".

Brasão: Um grande brasão dourado (símbolo de uma instituição pública, provavelmente o Tribunal de Justiça do Maranhão, dado o contexto das outras fotos) está posicionado centralmente na frente da mesa principal.

Fundo e Identificação: O fundo é neutro e a tela de projeção, embora exibindo gráficos simples, mostra o acrônimo "TJMA" (Tribunal de Justiça do Maranhão) no canto superior esquerdo.

O evento foi aberto pela presidente da Comissão de Enfrentamento do Assédio do 2º Grau, desembargadora Márcia Cristina Coelho Chaves, que destacou o objetivo de discutir as rápidas mudanças na sociedade e um novo modelo de comportamento, promovendo reflexões sobre hábitos e inflexibilidades. “A palavra que estou utilizando é disrupção, amplamente utilizada nas organizações, eventos e nos treinamentos como este, que nos convoca a adotar uma mentalidade capaz de romper padrões e inaugurar caminhos, estamos aqui para nos inserirmos nessa mentalidade disruptiva, o assédio mexe com o que temos de mais íntimo: nossos hábitos, nossas crenças nossos posicionamentos”, pontuou.

A imagem retrata um ambiente interno de reunião ou sessão formal, com uma disposição de mobiliário típica de um órgão público, como um Tribunal ou Assembleia.

Destaques:

Pessoas: Várias pessoas estão sentadas em mesas escuras e cadeiras de couro alto, participando da reunião.

Primeiro Plano: Em primeiro plano, uma mulher sentada de costas para a câmera, usando uma blusa branca com estampa verde, está escrevendo ou fazendo anotações.

Mobiliário: As mesas são amplas e escuras. Uma das mesas visíveis possui uma placa de identificação que diz "PROCURADOR DE JUSTIÇA".

Ambiente: O espaço é amplo, bem iluminado por luzes internas e lustres no teto. O chão apresenta o mesmo padrão quadriculado em preto e branco visto na imagem anterior, sugerindo ser o mesmo local. As paredes são claras, com detalhes em madeira.

Atmosfera: A cena transmite uma atmosfera de trabalho séria e oficial.

CULTURA DO RESPEITO

O workshop foi ministrado pela professora e especialista Lis Soboll, referência nacional nas temáticas de assédio e saúde mental no trabalho, que iniciou apresentando dados apontando que, de 2020 a 2023, a Justiça do Trabalho julgou 400 mil casos de assédio moral e sexual; a saúde mental como principal causa de afastamento de servidores/as e magistrados/as no Judiciário: 78% das vítimas apresentaram problemas psicológicos, e o assédio é apontado como um fator que contribui para o aumento do suicídio no ambiente de trabalho.

A palestrante destacou a importância de as lideranças agirem com a responsabilidade de não deixar dúvidas de que foi respeitoso com o outro e com o seu trabalho, alertando os/as magistrados/as para a necessidade de uma transformação cultural que priorize a dignidade humana e convocando a evitar pressões excessivas e comportamentos que podem caracterizar assédio, muitas vezes não intencionais.

Ela ressaltou que a discussão reflete um "processo civilizatório" de não mais tolerar ou naturalizar comportamentos desrespeitosos. "É responsabilidade da liderança cumprir a missão institucional, seja representada em meta ou não. Cumprir o resultado que a gente precisa entregar para a sociedade, mas não é de qualquer forma, é cumprir isso de maneira a respeitar aquela instituição, mas também as pessoas que estão envolvidas em todo o processo, seja a sociedade, seja o assessor direto, um colega de trabalho, a hierarquia e também a equipe”, apontou.

Destaques:

Primeiro Plano: A visão é focada na nuca e costas da oradora (provavelmente a mesma mulher de blazer azul-esverdeado vista em outras imagens), que está sentada em uma grande mesa escura, com um laptop aberto à sua frente.

Mesa Principal: Vários homens e uma mulher estão sentados na mesa principal, de frente para a câmera. As placas de identificação (parcialmente visíveis) indicam que são autoridades.

Plenário: As cadeiras do público no Plenário, que se estendem para o fundo, estão em sua maioria vazias, embora algumas pessoas estejam sentadas nos assentos mais distantes.

Ambiente: O local é o mesmo das imagens anteriores, com o chão quadriculado, painéis de mármore nas paredes e janelas altas.

A imagem oferece uma perspectiva interna da mesa de autoridades durante o evento, destacando a palestrante em ação e a disposição dos participantes e do Plenário.

Para combater a problemática, foi sugerida a adoção de modelos de gestão como a Gestão por Cooperação, incentivando a parceria entre pares e o reconhecimento de que pedir ajuda não é uma fragilidade.

Os gestores foram convocados a refletir sobre a maneira como interagem com suas equipes – se chegam como "pontes ou muros" – e a importância de ações simples, mas significativas, como o cumprimento, o olhar e o feedback para valorizar o trabalho alheio.

A palestrante apontou comportamentos tóxicos, como toda forma de hostilidade interpessoal no ambiente de trabalho que causa desgaste/sofrimento emocional e prejudica a produtividade ou o ambiente, como gritos, humilhações, microgerenciamento excessivo, comentários desrespeitosos, favoritismo, baixo controle emocional, humor hostil, discriminação e outros foram listados como sinais de alerta que, se persistirem, configuram assédio e destroem a confiança, comprometendo a missão institucional. “Nós temos comportamentos que marcam situações específicas de assédio, que vão dar contornos de assédio moral, organizacional, discriminação, assédio sexual, agressões pontuais ou comportamentos tóxicos e violência de gênero. É muito importante estar atento a isso para que a gente se reconheça no que pode melhorar”, destacou.

A especialista listou tipos de assédio, como o organizacional, o institucional e o estrutural, quando violência e abuso são inseridos na forma de gestão e organização do trabalho, como demandas, metas e prazos desproporcionais.

O workshop destacou ainda práticas inadequadas que configuram assédio sexual, inclusive comportamentos que já foram aceitos socialmente, como piadas com conteúdo sexual, mostrar imagens de cunho sexual, fazer comentários, olhares, toques indesejados.

“O assédio sexual é um tipo de violência em razão de gênero e que tem como base não só o assédio sexual mas a hostilização, a misoginia, o roubo de ideias das mulheres para tomar como sua, essa desconsideração da voz feminina dentro dos contextos de trabalho, tudo isso está sendo reconhecido como violência em razão de gênero”, enfatizou.

“Como avaliar se o seu comportamento está sendo respeitoso? Se pergunte como você se sentiria se um familiar, a sua mãe, a sua esposa, a sua filha, um amigo muito próximo estivesse sendo tratado da maneira como os senhores e as senhoras tratam a sua equipe, tratam o estagiário, tratam aquele que o recebe na porta da instituição? Como você se sentiria? E isso já vai te dar um parâmetro, se tem ou não, que melhorar esse comportamento”, finalizou.

foto de mulher branca falando ao microfone durante evento

A palestra teve a participação, além de desembargadores e desembargadoras, da diretora-geral do TJMA, juíza Ticiany Palácio, membros e membras das Comissões de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação do TJMA.

Acesse aqui o álbum completo da fotógrafa Josy Lord

Agência TJMA de Notícias

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