Poder Judiciário/Mídias/Notícias

TJMA aponta impactos e estratégias de enfrentamento do assédio no trabalho

Iniciativa atende ao plano de ação do projeto "Assédio Fere. Evite!", da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio, em parceria com a Coordenadoria de Saúde, ambas do Tribunal 

Publicado em 15 de Ago de 2025, 10h30. Atualizado em 15 de Ago de 2025, 15h13
Por Ascom/TJMA

O assédio no ambiente de trabalho é um problema sério, silencioso e, muitas vezes, subnotificado. Trata-se de um conjunto de condutas abusivas, capazes de comprometer a integridade psicológica da vítima, minar sua autoestima e gerar prejuízos para toda a organização. A avaliação é do analista judiciário e psicólogo Eliandro Cruz Araújo, integrante da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio do Tribunal de Justiça do Maranhão.

Em parceria com a Coordenadoria de Saúde do TJMA, a Comissão aponta os impactos psicológicos e as estratégias de enfrentamento no serviço público. A iniciativa atende ao plano de ação do projeto “Assédio Fere. Evite!”.

De acordo com o psicólogo, no contexto do serviço público, o enfrentamento dessa prática é fundamental para garantir um ambiente de trabalho saudável, eficiente e alinhado aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da valorização do servidor e da servidora.

CARACTERÍSTICAS

O assédio pode se manifestar de diferentes formas. O assédio moral envolve condutas que humilham, desqualificam, isolam ou sobrecarregam injustamente o trabalhador, criando um clima de intimidação e insegurança. Já o assédio sexual consiste em condutas de conotação sexual, físicas ou verbais, indesejadas pela vítima, e que configuram abuso de poder ou de posição hierárquica", explica Eliandro Cruz Araújo.

O psicólogo relata que os assédios se dão através de comportamentos únicos ou repetidos , que ocasionam nas vítimas impactos que podem levar a danos físicos , emocionais e sociais . Em ambos os casos os danos são graves e em muitos casos podem ser irreversíveis.

IMPACTOS PSICOLÓGICOS

O integrante da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio do TJMA diz que as consequências para a saúde mental podem ser graves e persistentes, mesmo após o término do vínculo profissional. Narra que estudos na área da psicologia do trabalho apontam que vítimas de assédio apresentam, com frequência:

  • Transtornos de ansiedade: sensação constante de medo, insegurança e apreensão, dificultando a concentração e o desempenho profissional;
  • Quadros depressivos: sentimentos de desvalorização, perda de interesse pelas atividades e isolamento social;
  • Síndrome de Burnout: esgotamento emocional e físico decorrente do estresse prolongado;
  • Problemas psicossomáticos: insônia, dores crônicas, distúrbios gastrointestinais e crises de enxaqueca;
  • Comprometimento das relações pessoais: conflitos familiares e redução da rede de apoio, agravando o isolamento.

Eliandro Araújo destaca que esses efeitos não se restringem à esfera individual. Diz que um ambiente de trabalho marcado por assédio tende a apresentar queda de produtividade, aumento do absenteísmo (ausência), rotatividade de pessoal e prejuízo à imagem institucional.

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

O psicólogo reforça que o combate ao assédio demanda ações integradas, que envolvem tanto o comportamento individual quanto a postura da instituição.

No âmbito individual, segundo ele, recomenda-se:

  • Reconhecimento da situação: entender que condutas abusivas não fazem parte da rotina normal de trabalho;
  • Documentação de evidências: registrar datas, horários, conteúdo das interações e guardar provas como e-mails, mensagens ou gravações (quando legalmente permitido);
  • Apoio especializado: buscar atendimento psicológico para lidar com os impactos emocionais e orientação jurídica para conhecer os direitos;
  • Rede de suporte: compartilhar a situação com familiares, amigos ou colegas de confiança, evitando o isolamento.

Já no âmbito institucional, Eliandro Araújo conta que são fundamentais:

  • Políticas claras de prevenção: criação e divulgação de normas que definam e condenem o assédio em todas as suas formas;
  • Canais de denúncia seguros e sigilosos: que permitam o relato sem risco de retaliação;
  • Capacitação de gestores e equipes: treinamentos para identificar sinais de assédio e intervir de forma adequada;
  • Investigação ágil e imparcial: apuração transparente, preservando a dignidade de todas as partes envolvidas;
  • Promoção de um clima organizacional saudável: incentivo ao diálogo, à escuta ativa e à resolução construtiva de conflitos.

PAPEL DO SERVIÇO PÚBLICO

O psicólogo Eliandro Araújo enfatiza que órgãos da Justiça e demais instituições públicas têm o dever não apenas de agir quando o assédio ocorre, mas de adotar medidas preventivas contínuas. 

Ao garantir um ambiente seguro e respeitoso, reforçam-se valores essenciais, como ética, transparência e respeito à dignidade humana. A prevenção ao assédio é, portanto, mais do que uma exigência legal: é um compromisso com a saúde mental dos servidores, servidoras e com a eficiência do serviço prestado à sociedade", conclui o psicólogo.

O contato de servidores e servidoras do Judiciário maranhense com a Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio do TJMA pode ser feito pelo e-mail assedio@tjma.jus.br ou pelo Sistema Escuta, para cadastro de notícia de assédio. 

Agência TJMA de Notícias
asscom@tjma.jus.br
(98) 2055-2024

GALERIA DE FOTOS