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Saúde no Judiciário fala da relação entre álcool, fumo e saúde bucal

Estevam Carlos, da Divisão Odontológica do TJMA, explica a ação de fatores de risco comuns às doenças crônicas

20/11/2023
Ascom/TJMA

A campanha Saúde no Judiciário desta semana aborda como a saúde bucal, uma das partes que compõem a integralidade da saúde humana, é afetada por diversos fatores de risco comuns às doenças crônicas, com destaque para dois deles: o fumo e o consumo de álcool. O odontólogo Estevam Carlos, da Divisão Odontológica do Tribunal de Justiça do Maranhão, conta que esses dois fatores atuam muitas vezes em sinergismo, agredindo os tecidos e órgãos em todo o corpo, incluindo a cavidade bucal.

O dentista explica que o álcool é uma substância psicoativa que está relacionada a inúmeros problemas de saúde e sociais. Segundo ele, no último levantamento da “Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico” (Vigitel 2023), divulgado pelo Ministério da Saúde, a estimativa do consumo abusivo de álcool na população adulta – quatro ou mais doses para as mulheres e cinco ou mais doses para os homens, em uma única ocasião, nos 30 dias anteriores à data da pesquisa – foi de 28,9% para os homens e 15,7% para as mulheres. 

“Estes números ilustram a extensão dos potenciais problemas odontológicos, uma vez que o álcool afeta a mucosa da boca, facilitando a ação de outros fatores causadores de câncer bucal, alterando as glândulas salivares, reduzindo a lubrificação e produzindo a sensação de boca seca, bem como facilitando o surgimento de cárie pela diminuição da saliva”, detalha Estevam Carlos.

O odontólogo reforça que outro fator que normalmente acompanha o consumo de álcool é o fumo. Ressalta que, apesar de o Brasil ser exemplo de sucesso na redução do número de fumantes, caindo de 35% da população, nos anos 1980, para menos de 10%, atualmente, o cigarro ainda é responsável por 13% do total de mortes no país, parte delas de fumantes passivos. 

“A fumaça do cigarro tem mais de quatro mil substâncias tóxicas que podem afetar a cavidade bucal de diversas formas”, alerta.

Estevam Carlos relata que o consumo regular de tabaco provoca halitose (mau hálito), dificulta a cicatrização e reduz a capacidade de defesa do organismo. Está diretamente relacionado à maioria dos cânceres da boca, cabeça e pescoço e à doença periodontal (inflamação crônica dos tecidos de suporte e da gengiva), levando ao “amolecimento” e perda de dentes.

“A severidade da doença periodontal está relacionada com a duração e a quantidade de cigarros fumados por dia”, compara.

O dentista aponta que, nos últimos anos, tem crescido o consumo dos chamados “cigarros eletrônicos” ou “vape”. Estima-se que o Brasil já conte com dois milhões de usuários e usuárias de cigarros eletrônicos, a maioria com idade entre 15 e 24 anos.

“A exposição frequente ao vapor do cigarro eletrônico, mesmo o que não contém nicotina, resulta em danos à mucosa e gengiva (estresse oxidativo), alterando a resposta ao agente agressor e favorecendo o desenvolvimento de inflamação nos lábios, infecção por fungos, sensação de boca seca, doença periodontal e cárie. Colocando em perspectiva, ao eliminar os dois principais fatores associados a doenças sistêmicas em estudos populacionais, você terá ganhos importantes para a sua saúde bucal”, aconselha Estevam Carlos.

Agência TJMA de Notícias
asscom@tjma.jus.br

 

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