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Registro Cidadão bate recorde em 11ª edição do Justiça de Proximidade

Projeto de combate ao sub-registro realizou 659 atendimentos nas comarcas de Santa Inês, Pindaré-Mirim, Santa Luzia e Buriticupu, superando a marca da 9ª edição, com 523 atendimentos

Publicado em 14 de Ago de 2023, 11h00. Atualizado em 14 de Ago de 2023, 14h55
Por Paulo Lafene

A fila dobrava o quarteirão onde fica o Fórum de Buriticupu, antes da abertura do expediente. O Salão do Júri em Santa Luzia ficou pequeno para tanta gente, no dia anterior. Nos dois primeiros municípios visitados, Santa Inês e Pindaré-Mirim, as marcas já beiraram os 150 atendimentos. Os indícios eram claros: o projeto Registro Cidadão, parte integrante do programa Justiça de Proximidade, do Judiciário maranhense, bateu o recorde em sua 11ª edição, de 7 a 10 de agosto, ao realizar 659 atendimentos nas quatro comarcas e superar o recorde anterior, obtido na 9ª edição, com 523 atendimentos.

Foram 217 atendimentos em Buriticupu, 153 em Santa Luzia, 148 em Santa Inês e 141 em Pindaré-Mirim, o que dá uma média de 164,75 por localidade, acima da média de 130,75 da 9ª edição do projeto do FERJ, o fundo do Tribunal de Justiça do Maranhão que organiza o Registro Cidadão, que é executado de forma colaborativa pelo Tribunal, Corregedoria Geral da Justiça (CGJ/MA), juízes, juízas, servidores, servidoras, prefeituras, registradores(as) civis de pessoas naturais e outros(as) parceiros (as).

Em Buriticupu, o Registro Cidadão teve seus 217 atendimentos caracterizados pela emissão de 168 segundas vias de documentos, 4 registros tardios de nascimento, 4 reconhecimentos de paternidade, 6 registros tardios de óbito, 10 retificações administrativas, 24 orientações jurídicas e 1 requerimento administrativo de busca ativa. Antes que o serviço fosse aberto, às 8h, a fila já indicava o sucesso da iniciativa (foto abaixo).

Foto horizontal do projeto Registro Cidadão em Buriticupu. Um homem do projeto atende uma enorme fila de pessoas com roupas de cores variadas na rua da frente do Fórum. O atendente é pardo, na faixa de 40 anos, tem cabelo preto longo, preso atrás, barba e bigode grisalhos, usa blusa rosa, relógio no pulso esquerdo e observa dois documentos que tem nas mãos, de frente para 4 pessoas. Casas coloridas e parte de uma rua aparecem ao fundo da imagem.

Henrique Braga, da equipe do FERJ (foto abaixo, de blusa rosa, olhando documentos), atribuiu o sucesso e novo recorde do projeto Registro Cidadão à divulgação. “Os municípios em que nós trabalhamos nessa viagem, eles fizeram uma divulgação muito mais intensa. Tivemos, inclusive, matérias nos jornais regionais que passam na televisão, no horário de meio-dia e no horário da noite. E isso faz com que a população tome conhecimento do serviço que está sendo prestado e venha até o local onde nós estamos trabalhando. E, também, a divulgação no site do Tribunal de Justiça. Essa divulgação, que é feita é pela equipe do Tribunal, também faz com que as pessoas tomem conhecimento desses atos e venham até o local. Para mim foi essencial isso”, avaliou.

Foto horizontal do projeto Registro Cidadão em Buriticupu. Uma enorme fila de pessoas com roupas de cores variadas na rua da frente e ao longo de um muro branco em uma das laterais do Fórum, que tem paredes amarelas. O dia está ensolarado, com algumas nuvens no céu azul. Há motos estacionadas na frente do prédio. As duas ruas têm calçamento de pedras. Há árvores ao fundo e em um dos lados do Fórum.

O juiz auxiliar da Presidência do TJMA e coordenador do Justiça de Proximidade, Nilo Ribeiro Filho (foto abaixo), representou o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Paulo Velten, na visita às quatro comarcas, e conversou com servidores e servidoras sobre o propósito do programa, cujas atividades de aperfeiçoamento são desenvolvidas pela alta administração do Tribunal, com suas diretorias e núcleos, levadas a magistrados(as) e servidores(as) das comarcas, por meio de uma força-tarefa executada por equipe de profissionais de diversas áreas da administração pública.

Foto horizontal do programa Justiça de Proximidade em Santa Luzia. Em pé, à direita, o juiz Nilo Ribeiro, homem branco, cabelo preto curto, meia-idade, usa terno preto, camisa branca e gravata preta. Ele está com as mãos suspensa, em gesto de explicação. Ao lado, a tela de uma TV exibe logomarca do programa e do TJMA, em azul e branco. à frente do juiz, de costas para a câmera, dois homens e uma mulher estão nas cadeiras da sala.

QUASE CEM ANOS

A divulgação boca a boca também foi fundamental. O ajudante de pedreiro Francisco Sílvio Santos e seu pai, o aposentado Raimundo Nonato da Silva, de 98 anos de idade (foto abaixo), chegaram ao Fórum às 5h. Foram requisitar a segunda via da certidão de nascimento de cada um. Seu Raimundo soube, na véspera, da chegada do Registro Cidadão. “Eu nem conheço a pessoa que disse. Aí disseram: ‘rapaz, lá no dia 10 é tudo de graça’. Aí, eu digo: pois vou ajeitar meus documentos”, contou, satisfeito, o aposentado de quase um século de vida.

Foto horizontal do projeto Registro Cidadão em Buriticupu. Pai e filho recebem atendimento sentados. O mais velho, faixa de 90 anos, é negro, cabelos brancos curtos com parte coberta por boné cinza, barba e bigode grisalhos, usa camisa cinza de manga curta, completamente aberta e tem uma bengala encostada ao corpo. O filho, na faixa de 40 anos, homem negro, cabeça raspada, coberta em parte por boné azul marinho, usa blusa cinza com estampa. Tem à frente, sobre uma mesa marrom, vários documentos. Na mesma mesa, aparece parte da tela de um notebook. Um trabalhador do projeto aparece ao fundo, com blusa azul.

A lavradora Aureni Câmara e o marido, Antônio da Silva França, chegaram acompanhados das duas filhas: Pâmela, de 9 anos (com a mãe e o pai, na foto abaixo), e Hayla, de 4 anos. A mais velha ainda não tinha na certidão o nome do pai, que estava trabalhando em outro estado, na época do nascimento. “É porque ele viajou. Aí, quando eu tive a neném, ele tava pra fora, tava pro Mato Grosso. Aí, eu tive que registrar a menina só, para poder ser reconhecida no mundo, né?”, relatou Aureni.

Foto horizontal do projeto Registro Cidadão em Buriticupu. Mãe, filha e pai sorriem para a câmera, sentado e sentadas, enquanto recebem atendimento. As três pessoas são de cor parda e têm cabelo preto. A mulher e a garota estão com cabelos presos. O homem usa boné. e camisa polo com listras verticais em vermelho, azul e bege. A mãe usa vestido azul de alças com bolas brancas. A filha usa blusa curta xadrez, em vermelho e preto. Ao fundo, pessoas ocupam as cadeiras do salão à espera de atendimento.

O reconhecimento tardio de paternidade foi feito por Máira Vidal, da equipe do Registro Cidadão. A nota para o atendimento? “Dez”, não titubeou Antônio. “Ah, muito maravilhoso, porque a gente procurou no cartório e era caríssimo”, endossou Aureni, com um sorriso de satisfação por ter conseguido o reconhecimento: “Gratuitamente, 0800, né?”, emendou.

A equipe do FERJ, nesta 11ª edição do projeto Registro Cidadão, foi formada pelos(as) servidores(as) Máira Vidal, Cléber Marques, Henrique Braga, Carlos Rodrigues, com apoio de Tiaago dos Santos.

O trabalho contou com a colaboração presencial de pessoal do Cartório de Buriticupu: Jhemisson da Conceição, Daiana Gomes e o titular, Pedro Lopes.

AÇÕES INTERNAS

Em paralelo ao atendimento às pessoas residentes nos municípios integrantes das quatro comarcas, o programa Justiça de Proximidade levou ações internas para o pessoal que trabalha nos fóruns locais.

As palestras “Índice de Desempenho de Sustentabilidade no TJMA”, com Vitória Colvara (Núcleo Socioambiental); “Roda de Conversa sobre direitos e deveres com o RH”, com Júlio César Costa (Coordenadoria de Direitos e Registros); “Ações formativas e o impacto na prestação jurisdicional”, com Ana Tereza Gomes (ESMAM); “Prêmio CNJ de Qualidade 2023! Como posso contribuir?” e “A estratégia do PJMA vem até você”, com Ernane Candeira (Assessoria de Gestão Estratégica e Modernização – AGEM) (foto abaixo); “Difusão da Cultura de Segurança Institucional”, com o tenente-coronel PM Eduardo Pinheiro e tenente BM Helton Loyola (Segurança Institucional) foram apresentadas em Pindaré-Mirim (7/8), Santa Inês (8/8), Buriticupu (9/8) e em Santa Luzia, no último dia, (10/8).

Foto horizontal do programa Justiça de Proximidade em Santa Luzia. Em pé, no canto esquerdo, ao fundo, o palestrante, homem pardo, cabelo, braba e bigode pretos, usa óculos e blusa grená. Olha para um monitor de TV, para o qual também olham várias pessoas sentadas, de costas para a câmera, com roupas de cores variadas. Há uma mesa marrom em primeiro plano e fotos na parede da sala, de cor branca.

Já o projeto Registro Cidadão, que integra o programa, atendeu em Santa Inês (7/8), Pindaré-Mirim (8/8), Santa Luzia (9/8) e Buriticupu (10/8). Ao mesmo tempo do atendimento ao público externo nestes locais, houve atividades internas de engenharia, informática, Diretoria Administrativa e atendimento médico e psicológico.

A passagem do programa Justiça de Proximidade marcou Rayane Sobral, não apenas pela qualidade do atendimento médico que recebeu no Fórum de Buriticupu, onde trabalha (foto abaixo). “Eu acho que o cuidado com os servidores, acho que demonstrou muito cuidado e foi importante para a gente, porque, na correria do dia a dia, às vezes, a gente não consegue sair para cuidar da nossa própria saúde. E ela vindo até a gente, isso facilitou demais e, ao mesmo tempo, trouxe mais proximidade, que é isso que a Justiça faz, a Justiça de proximidade. Ele nos aproximou, de uma certa forma, e demonstrou o cuidado que tem com os servidores”, concluiu.

Foto horizontal de atendimento médico em Buriticupu. Numa sala de paredes brancas, uma mulher jovem, negra, de cabelo preto comprido, que usa calça e blusa pretas, está deitada sobre uma maca coberta com papel branco. Em frente a ela, de lado para a câmera, uma médica, mulher branca de meia idade, cabelo preto preso atrás, apalpa o abdômen da paciente com as duas mãos. A médica usa blusa branca com desenhos poligonais em verde e calça jeans.

Veja os álbuns do fotógrafo Ribamar Pinheiro, com fotos do atendimento do projeto Registro Cidadão e das ações internas do programa Justiça de Proximidade em Buriticupu, Santa Luzia, Pindaré-Mirim e Santa Inês.

Agência TJMA de Notícias
asscom@tjma.jus.br

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