A importância da saliva para a saúde bucal é o tema da campanha Dicas de Saúde Bucal, elaborada pela Divisão Odontológica do Tribunal de Justiça do Maranhão, na edição deste mês de março. O odontólogo Estevam Carlos Lula explica porque a saliva pode alertar sobre alterações no organismo e ser fonte de diagnóstico de doenças.
O TJMA tomou a iniciativa de divulgar, no site da instituição e em suas redes sociais, campanhas criadas pelas divisões de sua Coordenadoria de Serviço Médico, Odontológico e Psicossocial, como forma de compartilhar informações e dicas de saúde para a população em geral, não apenas para servidores e magistrados do Poder Judiciário. A Divisão Odontológica é chefiada pelo odontólogo Rafael Silva Santos.
Nesta edição de março, o odontólogo Estevam Lula explica que, constituída de uma mistura que contém 99% de água, enzimas que conferem viscosidade e ajudam na digestão dos alimentos e vários minerais em quantidades diminutas, a saliva é muitas vezes subestimada quando se fala em saúde bucal, mas, nos últimos anos, seu papel foi redescoberto como um sinal de alerta de alterações no organismo ou mesmo como fonte de diagnóstico para determinadas doenças.
Para entender como isto é possível, o odontólogo conta, inicialmente, que é importante compreender que a saliva que banha a cavidade bucal é produzida, em parte, nas glândulas salivares maiores, que se localizam em cada lado da mandíbula: parótidas, submandibulares e sublinguais. Mas, também, nas glândulas salivares menores, que estão espalhadas por toda a mucosa da boca. Estima-se que o corpo humano saudável possa produzir de 1 a 2 litros de saliva diariamente.
PAPEL IMPORTANTE
Estevam Lula prossegue, dizendo que, por ser um líquido viscoso, uma função mais óbvia desempenhada pela saliva é umedecer o interior da cavidade bucal, para facilitar a fala, bem como envolver os alimentos e contribuir para sua melhor deglutição. No entanto, várias substâncias que fazem parte da saliva têm papel importante na saúde bucal. Por exemplo: as lisozimas, que são enzimas que combatem bactérias que contribuem para as doenças da gengiva, cárie e mau hálito.
Segundo ele, outra enzima de destaque é a amilase, que ajuda na digestão do amido e do glicogênio. Além disso, possui os chamados tampões salivares, que reduzem a acidez do meio bucal. Portanto, as alterações na saliva podem prejudicar o funcionamento do nosso corpo.
“A sensação de ‘boca seca’ - e mesmo a diminuição da produção de saliva – pode se dar em consequência de estresse, diabetes, doenças autoimunes, efeitos colaterais de medicamentos para controle da pressão arterial, antidepressivos, antialérgicos, consumo excessivo de álcool e fumo. Nos pacientes em tratamento de radioterapia, os efeitos podem ser mais duradouros e mesmo irreversíveis”, alerta Estevam Lula.
BOCA SECA
O odontólogo complementa que a sensação subjetiva de boca seca pode ser um indicativo de alteração na saliva, mas somente um diagnóstico profissional e terapêuticas adequadas resultarão em um tratamento bem-sucedido. De acordo com o comprometimento das glândulas salivares, uma combinação de estratégias pode ser necessária para alcançar o resultado esperado.
“Mas, além das suas funções fisiológicas, a saliva carrega no seu interior fluidos da gengiva e de secreções respiratórias, possibilitando o diagnóstico de doenças como a infecção pelo coronavírus, assim como a extração de DNA e RNA, de proteínas, a realização de testes de drogas e a verificação de vários parâmetros de inflamação do organismo”, cita Estevam Lula.
O odontólogo considera que, deste modo, a saliva é uma sentinela da nossa saúde.
“Cuide bem dela, bebendo bastante água, tendo uma alimentação saudável e mastigando bem os alimentos. Qualquer dúvida, entre em contato com seu cirurgião-dentista”, orienta Estevam Lula.
CARTILHA
A Divisão Odontológica do Tribunal de Justiça do Maranhão também elaborou uma cartilha, com normas de funcionamento, biossegurança e adequações em tempos de Covid-19. Leia AQUI todo o conteúdo sobre algumas mudanças nas rotinas de atendimento, necessárias como medidas de prevenção.
Agência TJMA de Notícias
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