“Obesidade é uma doença crônica que tá afetando cerca de 60% da população mundial, mas a gente precisa pensar na pessoa e não apenas que ela seja gorda, porque ali tem alguém que está procurando tratamento e temos de fazer o máximo pra ajudá-la, seja o médico, a família e amigos”. Com essas considerações, a endocrinologista Ana Gregória de Almeida, chama atenção para as questões que envolvem a obesidade enquanto problema de saúde, e a importância de uma rede de apoio, reforçando ainda sobre a necessidade de evitar os estigmas, como se referir a pessoa, às vezes, não pelo nome, mas como “gordinha”, por exemplo.
A médica reforça, ainda, para prestar atenção no ser humano e evitar brincadeiras que, sem perceber, acabam magoando e até desencadeando sentimentos de revolta e tristeza.
É uma pessoa e não uma bola de gordura que está na tua frente. Precisamos perceber como falamos, cuidamos e estimulamos”, conclui.
CONCEITO DE OBESIDADE
Quando se fala em obesidade, é comum pensar apenas no conceito associado ao Índice de Massa Corporal (IMC), que é encontrado pelo peso dividido pela altura ao quadrado. Mas a endocrinologista esclarece que estudos mostram que alguém pode ter um IMC acima de 30, mas não necessariamente ter gordura visceral e gordura aumentada. “Na verdade, ele pode ter mais músculo do que gordura. Então, teoricamente, ele não seria obeso, mas pelo IMC, sim.

Ela ressalta que os pesquisadores têm estudado outros critérios pra classificar obesidade para além do critério do IMC acima de 30, devendo ser observadas outras medidas que avaliem a gordura corporal em si, incluindo o aumento da cintura abdominal; a relação cintura quadril aumentada; a própria composição corporal, mostrando o percentual de gordura corporal do indivíduo e, principalmente, gordura visceral.
Dessa forma, havendo um aumento de gordura visceral, mesmo sendo magro, é considerada uma pessoa obesa. Então, IMC normal, mas se tiver dois desses fatores alterados, constata-se obesidade. No mesmo caso, tendo o índice de massa corporal acima de 30 e um desses fatores citados”, complementa, lembrando que as referidas determinações de critérios e valores são do último Congresso Mundial de Obesidade, que este ano aconteceu em Atlanta, nos EUA, entre os dias 4 e 7 de novembro, e que no Brasil essa classificação ainda não é bem apurada.
MITOS
Sobre os mitos que cercam a obesidade, é comum o estigma de que a “pessoa é gorda porque quer” “é preguiçosa”. Mas a endócrino reforça que a obesidade é multifatorial, havendo contribuição do comportamento, do ambiente, e da genética, que influenciam muito, ressaltando que ninguém é gordo porque é preguiçoso ou porque quer ser gordo e coloca-se como exemplo, destacando que mesmo fazendo atividade física regularmente e cuidando da alimentação, o fator genético a impede de perder peso.
SAÚDE MENTAL E OBESIDADE
A psicóloga do Tribunal de Justiça do Maranhão, Ingrid Rodrigues, comenta que nem toda pessoa que está acima do peso tem uma autoestima baixa ou está doente. É necessário uma avaliação mais aprofundada por um profissional de saúde. Ela também fala sobre o amor-próprio e a empatia pelos outros.
Todos temos o direito de existir! Eu acho que a gentileza deveria pautar o comportamento de todos nós, pois gentileza gera gentileza. Devemos respeitar e sermos respeitados”, pontuou a psicóloga.

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