A Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM) fechou, nesta quarta-feira (26), a temporada 2025 do Conectando Leituras com um encontro que reuniu servidores e servidoras em torno de Torto Arado, romance de Itamar Vieira Junior, com importante repercussão entre leitores em todo o país. A atividade, promovida pela Biblioteca Madalena Serejo, aconteceu em formato híbrido, com transmissão pela plataforma Zoom, e selou um ano inteiro de conversas profundas sobre literatura, sociedade e humanismo dentro do Poder Judiciário maranhense.
Com encontros bimestrais, mediação interativa e escolha participativa das obras, o Conectando Leituras funciona como um clube literário institucional. Na opinião da diretora da ESMAM, desembargadora Sônia Amaral, a iniciativa é mais que um incentivo ao ato de ler, é um espaço de convivência, escuta, partilha e reflexão que amplia o repertório cultural, estimula o senso crítico e fortalece a dimensão humana do trabalho judicial.
O público foi convidado a escolher a obra final do ciclo entre três títulos de forte densidade social: Cartas para a minha mãe (Teresa Cárdenas), Almerinda Gama, a sufragista negra (Cibele Tenório) e Torto Arado. A votação consagrou o romance baiano, conhecido por atravessar temas como ancestralidade, resistência, cultura afro-brasileira e a dureza — e a beleza — do sertão nordestino.

A servidora Maria Estela Ferreira Brandão, da 2ª Vara Criminal de Açailândia, que participou pela primeira vez, celebrou o encontro destacando o "mergulho emocional" que o encontro proporciona aos participantes.
“Projetos assim estreitam laços, ampliam nossa visão de mundo e nos devolvem o prazer da leitura. Torto Arado foi um presente, um mergulho nas nossas origens mais íntimas, uma das minhas melhores descobertas de 2025”, disse.
Para o analista judiciário Thiago do Nascimento Ribeiro, da Casa da Criança Menino Jesus, o projeto promoveu o reencontro com a literatura, para além dos livros técnicos.
“O Conectando me oferece um tempo só meu, para desligar da tela e viajar pelo mundo do autor, que passa a ser meu também”, comentou.
JORNADA LITERÁRIA
Em março, Olhos d’Água, de Conceição Evaristo, abriu o ciclo com reflexões sobre ancestralidade, afetos e desigualdade.
O encontro seguinte mergulhou no clássico O Alienista, de Machado de Assis, revisitando, com humor e acidez, os limites entre razão, poder e loucura.
Depois, O Menino que Descobriu o Vento, de William Kamkwamba, iluminou debates sobre educação, criatividade e esperança.
Em outubro, A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, trouxe uma conversa marcada pela delicadeza, pela dor e pelo olhar atento à invisibilidade social.
LITERATURA COMO PONTE
Idealizadora do projeto, Manoelle Santos, supervisora de Documentação e Biblioteca, celebrou a adesão crescente do público e disse que a temporada 2025 foi "plural, vibrante e costurada por debates que atravessaram diferentes sensibilidades e temas sociais".
“O Conectando Leituras foi abraçado com alegria. Criamos um espaço de trocas verdadeiras, onde literatura, vida e trabalho se encontram. A jornada foi rica, leve e profundamente humana”, celebrou.
A bibliotecária Joseane Cantanhede, que integra a equipe organizadora, ressaltou que uma força coletiva marcou cada encontro.

Também participam da organização, a bibliotecária Jakelina Portugal e a estagiária Clarice Santos, integrantes da equipe da Biblioteca da ESMAM.
“A metodologia foi construída pela Biblioteca, mas foram os participantes que deram voz, afeto e sentido ao projeto. A literatura fortaleceu nossos vínculos e nos permitiu enxergar o outro com mais sensibilidade”, explicou.
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