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XII Enep encerra com debates e leitura da Carta de São Luís

Evento discutiu tendências e inovações na execução penal e alternativas à prisão

Publicado em 12 de Set de 2025, 9h23. Atualizado em 12 de Set de 2025, 11h58
Por Ascom/TJMA

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) deu continuidade, na tarde desta quinta-feira (11/9), à programação do XII Encontro Nacional de Execução Penal (ENEP), realizado no auditório da Universidade Ceuma, em São Luís.

O evento foi promovido em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM), Ministério Público do Maranhão (MPMA), Defensoria Pública do Maranhão (DPE-MA) e Instituto Brasileiro de Execução Penal (IBEP).

Com o tema “Tendências e Inovações em Alternativas Penais e Execução Penal”, o encontro reuniu magistrados, membros do Ministério Público, defensores públicos, representantes da administração penitenciária, pesquisadores e operadores do direito de diversas regiões do país.

A programação contou com a conferência magna de encerramento, ministrada pelo professor doutor Carlos Eduardo Adriano Japiassú (Universidade Estadual do Rio de Janeiro e presidente do IBEP), sobre o tema “Os 10 anos da ADPF 347 e o papel dos órgãos de execução penal”, sob a presidência do desembargador convocado Fernando Mendonça.

Professor fala ao microfone durante conferência. Ele está de terno e gravata, sentado à mesa, com copo de água à frente. Atrás, banner institucional do evento.

Segundo Japiassú, a ADPF 347, julgada pelo Supremo Tribunal Federal em 2015, foi um marco ao reconhecer o “estado de coisas inconstitucional” do sistema prisional brasileiro, diante da superlotação e das graves violações de direitos fundamentais. Para ele, a decisão trouxe maior responsabilidade ao Estado brasileiro na adoção de medidas estruturais e no desenvolvimento de políticas públicas para enfrentar a crise penitenciária.

“Compreender o papel dos órgãos de execução penal é fundamental para entender como chegamos à realidade atual e, principalmente, de que forma podemos transformá-la. Essa reflexão se insere em um contexto mais amplo, que inclui o Plano Pena Justa, desenvolvido pelo Conselho Nacional de Justiça em parceria com o governo federal”, afirmou.

Ao final, o professor destacou que os 10 anos da ADPF 347 representam não apenas uma data simbólica, mas uma oportunidade para renovar o debate sobre o sistema penitenciário brasileiro e fortalecer o compromisso conjunto de magistrados, magistradas, operadores do direito e gestores públicos com uma execução penal mais humana e efetiva.

GRUPOS DE TRABALHO

A programação da tarde também contou com quatro grupos de trabalho, sob o eixo “Execução Penal, Segurança Pública e Direitos Humanos”.

Auditório repleto de participantes acompanha debate em formato de mesa redonda. Pessoas sentadas ao redor de mesas compridas observam os expositores ao fundo.

Foram debatidos os temas: “Interdisciplinaridade no tratamento da mulher presa: direitos humanos e justiça restaurativa”; “Reorientação jurídica e psicossocial no tratamento das medidas de segurança”; “Reincidência criminal: trabalho, educação, reinserção social e renda”; e “O Pacote Anticrime: audiência de custódia, aplicação e efetividade das medidas cautelares e especificidades da execução nos crimes tributários”.

CARTA DE SÃO LUÍS DO XII ENEP

No encerramento da programação desta quinta-feira, foi realizada a leitura da Carta de São Luís do XII ENEP, conduzida pelo professor Alamiro Velludo Salvador (USP), presidente da Comissão Científica do encontro.

Homem de terno azul lê documento ao microfone em mesa de conferência. Outros participantes estão sentados à mesa ao fundo, acompanhando a leitura.

A carta reúne recomendações em dois eixos centrais: a execução da pena privativa de liberdade e as alternativas penais. O texto reflete a preocupação de magistrados/as, membros/as do Ministério Público, defensores/as públicos/as, gestores/as e estudiosos/as com a superpopulação carcerária, as condições de cumprimento de pena e a ampliação de políticas alternativas à prisão.

Na ocasião, também foi anunciada a nova gestão do IBEP para o biênio 2025-2027, marcada pela recondução, por aclamação, do professor Carlos Eduardo Adriano Japiassú como presidente, e da desembargadora Maria Nazaré Gouveia dos Santos, do Tribunal de Justiça do Pará, como 1ª vice-presidente.

Público atento lota o auditório da Universidade Ceuma. Pessoas estão sentadas em cadeiras verdes, acompanhando a programação do encontro.

PROGRAMAÇÃO FINAL

O evento será concluído nesta sexta-feira (12/9), com visita institucional do IBEP aos serviços penais do Maranhão, aberta também aos demais colegiados e convidados especiais.

No âmbito do II ENAP, estão previstas visitas à Central Integrada de Alternativas Penais, à Central de Monitoração Eletrônica, ao Núcleo de Justiça Restaurativa e aos Escritórios Sociais. Já no XII ENEP, a agenda inclui a Audiência de Custódia, a Central de Regulação de Vagas, unidades prisionais recomendadas pela SEAP e o Protocolo de Visita de Familiares de Presos.

 

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