A campanha “Dicas de Saúde”, do Tribunal de Justiça do Maranhão, traz esta semana um relato do médico André Luiz Neves Pereira, da Divisão Médica do TJMA, para que as pessoas conheçam mais sobre a doença de Alzheimer (DA), a causa mais comum de demência, que gera sintomas relacionados à perda de memória e que progridem para dificuldades na linguagem, na capacidade de orientação e na autonomia da pessoa. O Fevereiro Roxo é o mês de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.
André Luiz explica que, geralmente, é uma doença de idade avançada. A incidência aumenta exponencialmente com a idade acima de 65 anos.
“A DA de início precoce (início dos sintomas em uma pessoa com menos de 65 anos) é incomum e, em uma pequena minoria de casos, pode ser familiar. A DA familiar de início precoce compõe menos de 1% dos casos e, frequentemente, segue um padrão de herança genética com a ocorrência em vários familiares”, informa.
Segundo o profissional, os principais sintomas envolvem dificuldades cognitivas, principalmente dificuldade na memória, e que aparecem e progridem de forma lenta. O comprometimento da memória, especificamente a perda de memória de eventos recentes, é a característica mais frequente da doença de Alzheimer e, geralmente, é sua primeira manifestação.
“Outros déficits cognitivos aparecem com ou geralmente após o desenvolvimento do comprometimento da memória. Disfunção executiva e habilidades visuoespaciais prejudicadas tendem a ser afetadas precocemente, enquanto déficits na função da linguagem e sintomas comportamentais geralmente se manifestam mais tarde. Os sintomas neuropsiquiátricos e comportamentais são mais comuns nos estágios médio e tardio da DA mas podem ocorrer no início do curso em alguns pacientes”, detalha.
O médico alerta que a DA é progressiva, mas a taxa de progressão pode variar. A expectativa de vida média, após o diagnóstico, foi relatada como sendo entre 8 e 10 anos, mas pode variar de 3 a 20 anos.
“O diagnóstico deve ser suspeitado em qualquer adulto mais velho com início lento de declínio progressivo da memória e, pelo menos um outro domínio cognitivo (linguagem, orientação, raciocínio, etc), levando a funcionamento prejudicado nas atividades gerais da pessoa”, frisa.
O profissional da Divisão Médica do TJMA acrescenta que o diagnóstico de ΑD é feito em grande parte por esta avaliação clínica, com auxílio de alguns exames, incluindo exames de imagem (como Tomografia ou Ressonância) e avaliação neuropsicológica que pode fornecer informações confirmatórias e auxiliar no tratamento do paciente.
Ressalta que o tratamento é direcionado para retardar o avanço dos sintomas e diminuir o impacto dos sintomas na qualidade de vida do paciente e da família.
“Existem muitas causas para a ocorrência de esquecimento, como estresse, ansiedade, doenças psiquiátricas, metabólicas, endocrinológicas e neurológicas que podem se confundir com o Alzheimer. Assim, diante de sintomas sugestivos, uma avaliação médica é necessária e, se indicado, uma avaliação neurológica será solicitada”, afirma.
“É preciso lembrar que os maiores fatores de risco, além da idade, são a baixa escolaridade, hipertensão arterial, dislipidemia (alteração do colesterol), tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e baixa escolaridade, recomendando-se a leitura, atividades físicas e boa alimentação como grandes aliadas na prevenção”, recomenda André Luiz Neves Pereira.
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