Poder Judiciário/Mídias/Notícias

Sentença da 3ª Vara Criminal de Imperatriz é destaque em Maratona de Linguagem Simples

Publicação resumiu decisão judicial de condenação de homem por furto simples

Publicado em 18 de Out de 2024, 13h20. Atualizado em 18 de Out de 2024, 14h02
Por Helena Barbosa

A comunicação de uma sentença da 3ª Vara Criminal de Imperatriz em Linguagem Simples e Direito Visual foi destacada durante a Maratona de Linguagem Simples, realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta quinta-feira, 17/10, como exemplo de comunicação de fácil compreensão pelo público.

A conselheira Daiane Nogueira de Lira, do Conselho Nacional de Justiça, destacou a iniciativa do juiz José Jorge Figueiredo dos Anjos, titular da 3ª Vara Criminal de Imperatriz e coordenador do Toada Lab do Tribunal de Justiça do Maranhão, dentre experiências colhidas em todo o país, produzidas em linguagem clara, acessível e compreensível.

A peça foi produzida em 10 de outubro de 2023, pelo juiz, com o auxílio se sua então assessora, Amanda Azevedo, servidora da Corregedoria Geral do Foro Extrajudicial, que contribuiu com a estruturação do documento. A estruturação das informações atendeu às diretrizes estabelecidas na Portaria-Conjunta n.º 42/2023, que adotou a política de Linguagem Simples e Direito Visual no Judiciário maranhense, por meio do Projeto "Simplificar é Legal".

SENTENÇA

O resumo da sentença tratou da condenação de um homem por furto de uma bicicleta, comunicada em linguagem simples e recursos visuais, explicando a acusação, a decisão e demonstrando as possibilidades de o réu recorrer da sentença ou não. Tudo de forma direta e de fácil entendimento. O documento traz ainda um atalho para o Balcão Virtual e um código para acesso ao processo.

“Este é o esforço do Poder Judiciário, fazer com que as pessoas que recebem esses mandados entendam, porque no mandado judicial você não tem um advogado ali na hora. O oficial de Justiça bate na sua porta com um documento, que você lê e simplesmente não entende”, declarou a conselheira.

Segundo o juiz Figueiredo dos Anjos, a decisão de adotar a linguagem simples surgiu da necessidade de “desmistificar” o processo criminal para os cidadãos, seja como vítimas, testemunhas ou réus.

Juiz José Jorge Figueiredo dos Anjos e servidora Amanda Azevedo

TÉCNICA

A técnica foi adotada após o juiz perceber que muitos cidadãos tinham medo de participar das audiências devido à linguagem técnica utilizada, que gerava incompreensão, insegurança e medo, resultando adiamentos nos atos e atraso nos processos.

Para o juiz, a linguagem simples facilitou o entendimento do processo, tornando a comunicação mais acessível e transparente. O réu, ao ser comunicado sobre a sentença, compreendeu, de forma clara, o conteúdo e as alternativas que possui, o que contribuiu para uma tomada de decisão consciente.

“O mais relevante foi perceber que essa prática humaniza o processo, aproximando a Justiça dos cidadãos e reduzindo significativamente o número de audiências adiadas. Isso prova que a comunicação clara e acessível é um caminho poderoso para fortalecer a confiança no sistema judiciário”, declarou o juiz.

Além disso, o juiz passou a utilizar mandados de citação e intimação com técnica de linguagem simples, que orientam os cidadãos e os direcionam para vídeos explicativos, disponíveis na plataforma YouTube, na internet. Os vídeos já contam com mais de 2 mil visualizações, reforçando o impacto positivo dessa iniciativa. Outro ponto importante foi a criação de versões resumidas das sentenças, que acompanham a versão completa do documento.

Assessoria de Comunicação
Corregedoria Geral da Justiça
asscom_cgj@tjma.jus.br

GALERIA DE FOTOS

DOWNLOADS