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Projeto Registro Cidadão realiza 244 atendimentos em Maracaçumé

Os atendimentos bateram recorde nesta data

Publicado em 27 de Set de 2023, 19h56. Atualizado em 28 de Set de 2023, 16h22
Por Juliana Mendes

O terceiro dia da 12ª edição do projeto Registro Cidadão, realizado nesta quarta-feira (27), no fórum de Maracaçumé, a 464 quilômetros de São Luís, atendeu 244 moradores e moradoras da comarca, que também envolve os municípios de Junco do Maranhão, Centro Novo do Maranhão, Boa Vista do Gurupi e Amapá do Maranhão (termos judiciários). Durante todo o dia, as equipes do Tribunal de Justiça e do Cartório do Ofício Único realizaram os procedimentos para obtenção de segundas vias de certidões de nascimento, casamento e óbito, registros tardios de nascimento e óbito, retificações, reconhecimentos de paternidade, orientações, entre outras.

Por várias décadas, as irmãs (foto abaixo) Eleni Correa do Rosário (35), Helena Correa do Rosário (47) e Zuleide do Rosário da Silva (51), moradoras do município de Centro Novo do Maranhão, viveram sem possuir o nome do pai em seus documentos. 

A oportunidade para regularizar a situação apareceu quando souberam sobre a realização do mutirão realizado pelo Poder Judiciário em Maracaçumé, comparecendo acompanhadas do pai e da mãe para solicitar a inclusão da paternidade. “Sentimos que agora temos um pai, porque antes tínhamos apenas por nome, mas não no papel, não havia como constatar que ele é nosso pai, então mesmo com dificuldades demos um jeito de vir aqui hoje”, disse Eleni Correa. 

Em ambiente externo, à frente do fórum de Maracaçumé, três mulheres de meia idade, um homem idoso e uma mulher idosa, abraçados, em pé, sorrindo

Durante o atendimento, a conselheira tutelar de Maracaçumé Liliene Oliveira Ferreira (terceira na foto abaixo) acompanhou familiares de um adolescente de 14 anos assistido pelo Conselho Tutelar, o qual nunca possuiu registro de nascimento ou qualquer documento, onde puderam requerer o registro tardio de nascimento e demais documentos para a garantia de seus direitos de cidadania. “É um adolescente que se sente excluído da sociedade, tem autoestima baixa porque vê os outros adolescentes com seus documentos, é uma situação muito triste, acho muito louvável esse projeto estar aqui porque está ajudando vidas”, avaliou.

“ A situação está muito difícil, eu preciso dos documentos dele para ele poder estudar, sem documentos não se pode fazer nada, tomara que hoje consiga esse registro”, observou o pai do adolescente, o mecânico Carlos Cruz Silva (foto abaixo).

Em pé, lado a lado, um homem (à esquerda) e três mulheres sorriem, em ambiente de salão no qual outras pessoas estão sentadas atrás deles na plateia. O homem e a mulher a sua direita exibem um documento

A professora Francinete Mendes esteve no mutirão para emitir a segunda via de sua certidão de nascimento e também atuou como testemunha para o registro tardio de uma pessoa em situação de rua que não possuía quaisquer documentos. “Hoje ele se tornou cidadão e eu ajudei a tornar mais um cidadão de Maracaçumé, foi muito importante pra ele, porque agora tem nome e data de nascimento, e ficou muito feliz”, declarou.

A aposentada Maria Helena Almeida, moradora de Centro Novo do Maranhão, participou do projeto para emitir o registro tardio de óbito de seu marido, que não foi emitido devido às dificuldades do período da pandemia de Covid-19 em 2020, quando ocorreu o falecimento, sendo necessário para requisição de direitos. “Estou mais aliviada, porque a gente não trabalha mais, precisa de muitos remédios, tenho familiares doentes e achei bom que já resolvemos e já vamos embora, graças a Deus”, disse (foto abaixo, no canto na primeira fileira).

Em ambiente de salão, pessoas aguardam sentadas na plateia. Na primeira fileira, no canto direito, uma senhora idosa.

Para o juiz titular de Maracaçumé, João Paulo de Sousa Oliveira, o projeto alcançou o objetivo na comarca, que possui uma população que necessita desse tipo de serviço. “Veio ao encontro da necessidade de trazer dignidade e cidadania para pessoas que não possuíam facilidade de acesso, e trazendo a estrutura do Poder Judiciário para fornecer o serviço fica muito mais fácil, estão de parabéns o TJ, a CGJ, a Serventia e todos os envolvidos para oferecer o melhor serviço ao jurisdicionado”, avaliou.

A cartorária Kamilly Bossoi Barros, titular do Cartório do Ofício Único de Maracaçumé, que disponibilizou funcionários para emissão dos documentos e atendimentos avaliou de forma positiva a iniciativa do Poder Judiciário. “Com ações como essa conseguimos reduzir a quantidade de pessoas que precisam de registro tardio, que não possuem documentação atualizada e deixam de ter acesso a programas sociais por não terem seus documentos, então o Tribunal de Justiça e Corregedoria estão de parabéns”, pontuou.

 “Esse projeto é de muita importância porque visa desburocratizar muitos procedimentos que são de difícil acesso, principalmente quando são judicializados, porque são muitos processos e geralmente demoram um pouco, e aqui conseguimos agilizar”, avaliou o advogado John Herbeth David.

Os trabalhos foram acompanhados pelo juiz auxiliar da Presidência José Nilo Ribeiro, representando o presidente do TJMA, desembargador Paulo Velten.

REGISTRO CIDADÃO

O projeto Registro Cidadão é organizado pelo Fundo Especial das Serventias de Registro Civil de Pessoas Naturais do Estado do Maranhão (FERC) e faz parte do Programa Justiça de Proximidade do Poder Judiciário do Maranhão, que também engloba outras ações e serviços nas comarcas contempladas em cada edição. A iniciativa é executada de forma colaborativa com os cartórios extrajudiciais de Pessoas Naturais dos municípios. 

A ação está alinhada à Agenda 2030, para atingir o ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) nº. 1, “acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”. Também está inserida no Decreto nº 10.063/2019, do governo federal, que prevê o Compromisso Nacional para Erradicação do Sub-registro por meio de colaboração e articulação dos poderes Judiciários e Legislativo, e com as serventias extrajudiciais de Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN).

Acesse aqui o álbum completo do fotógrafo Ribamar Pinheiro durante as ações do Justiça de Proximidade em Maracaçumé.

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