O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) realizou na última sexta-feira (7/11), mais um mutirão de serviços e atendimentos a pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social, em parceria com órgãos públicos federais, estaduais e municipais, e entidades da sociedade civil. A ação foi realizada na Praça da Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Foz do Rio Anil, no bairro Cohafuma, em São Luís.

Segundo a chefe de gabinete da presidência, Teresa Fonseca, esse mutirão de cidadania é uma expressão concreta da política nacional judicial estabelecida pelo Conselho Nacional de Justiça e que na gestão do desembargador Froz Sobrinho, tem sido intensificada, seja por meio da Unidade de Atendimento Móvel, que percorre a grande ilha e vários municípios do Maranhão, como também por meio do Centro de Acolhimento da População em Situação de Rua, inaugurado em agosto, na Beira-Mar, para atender essa população vulnerável social e economicamente.
“A relevância social volta-se para o resgate da dignidade da pessoa humana, para o fortalecimento da inclusão social e também para o desenvolvimento e o exercício da cidadania emancipatória. Esse mutirão é voltado especialmente para a população em situação de rua e para os segmentos vulneráveis social e economicamente do Santa Eulália, da Vila Marinho, da Vila Conceição, enfim, das imediações onde vivem as pessoas vulneráveis dessa região”, enfatizou Teresa Fonseca.
O morador em situação de rua, Davi Freitas, de 31 anos, que participou do Mutirão PopRuaJud, promovido pelo Tribunal de Justiça do Maranhão em parceria com instituições, disse que já mora na rua há três anos. Em breve relato, disse que após sua mãe e sua avó falecerem, sua vida mudou. Foi expulso de casa por seu pai pela sua orientação sexual, o pai não aceita o filho da forma que ele é e deixou de pagar sua faculdade.

“Eu quero sair da rua, quero me libertar da rua, quero retomar a minha faculdade”, disse.
Davi aproveitou a oportunidade para fazer vários serviços como serviço de corte, atendimento odontológico, tirar certidão de nascimento.
“Às vezes é muito difícil para nós que estamos em situação de rua aderir a esses tipos de funcionalidades que os órgãos públicos não dão gratuitamente”, explicou.
“Não é por conta de informação, mas muitas das vezes a informação está perto de nós, mas ficamos com vergonha de ir em alguns desses lugares pensando que não é para nós. Mas hoje já conseguimos tirar uma carteira de trabalho, uma carteira de identidade, já conseguimos ter uma vaga de serviço”, explicou.
O gaúcho Valério Ribeiro de Souza, de 62 anos, veio para São Luís atrás de uma vida melhor e agradece o apoio que recebeu. Mora há 22 anos na rua e está em São Luís há 3 dias e agradeceu porque não passou fome. Falou do apoio que o Tribunal de Justiça do Maranhão e órgãos estão oferecendo às pessoas em situação de rua.
“Achei muito legal, porque é um apoio que muitas vezes as pessoas não têm. Eu, por exemplo, não tinha condições de cortar meu cabelo se não tivesse esse evento aqui. Agradeço a Deus por tocar no coração das pessoas e fazer essas coisas”, concluiu.
REUNIÃO

Durante a ação, a coordenadora do Comitê Regional PopRuaJud/TJMA, desembargadora Graça Amorim, acompanhada pela juíza Larissa Tupinambá e pelo padre José de Ribamar Nascimento, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Foz do Rio Anil, se reuniu, na Igreja, com Ana Rosa Costa Pinheiro-CCP Cohafuma,Terezinha de Jesus Passos dos Santos- CCP São Cristóvão, Zélia Moreno-CCP Paço do Lumiar e Maria Elisângela Santos de Assunção-CCP Santo Antonio, representantes da Sociedade Civil Organizada SSP/MA, onde agendou uma reunião no seu gabinete com o coordenador estadual do Pacto pela Paz do Maranhão, major da Polícia Militar Ricardo Santos, para conhecerem os projetos localizados no antigo Casino Maranhense, na Avenida Beira-Mar, e discutir de que forma esses trabalhos podem estar contribuindo para atender as demandas.
Veja fotos no álbum de Luis Marcelo.
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