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Fórum Solo Seguro Favela enaltece união de instituições e comunidades

Na abertura do evento promovido pelo TJMA, palestrantes valorizam parcerias para regularização fundiária e citam São Luís, quinta capital em percentual de imóveis em áreas de vulnerabilidade

Publicado em 9 de Jun de 2025, 16h00. Atualizado em 9 de Jun de 2025, 15h00
Por Ascom/TJMA

A importância da união de instituições parceiras e comunidades para o sucesso da regularização fundiária foi destaque na abertura do Fórum Temático Solo Seguro Favela 2025, promovido pelo Tribunal de Justiça do Maranhão, na manhã desta segunda-feira (9/6), no auditório do Instituto Florence, em São Luís. Palestrantes valorizaram as parcerias estabelecidas e citaram São Luís, quinta capital brasileira em percentual de imóveis em áreas de vulnerabilidade, como um exemplo de lugar a ser beneficiado pela ação conjunta.

A atividade organizada pelo Núcleo de Governança Fundiária da Presidência do TJMA, em parceria com a Escola da Magistratura do Estado do Maranhão (Esmam), integra as ações do Programa Solo Seguro – Favela, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e tem como tema “Desafios e perspectivas da regularização fundiária em áreas urbanas informais: o papel do Poder Judiciário e dos parceiros institucionais”.

As instituições eficazes só existem se elas estiverem unidas e imbuídas do mesmo propósito, que é entregar a paz social para as pessoas e os seus direitos fundamentais", destacou a a diretora-geral do TJMA, juíza Ticiany Gedeon Palácio (na foto em destaque), ao abrir o evento.

A juíza disse que o Poder Judiciário assumiu o papel de incentivador de outras instituições para garantir que a agenda se mantenha como uma política permanente de estado, com destaque da utilização da regularização fundiária urbana (Reurb) nos municípios, como é feito pelo programa “Registro para Todos’, do Judiciário maranhense, com a capacitação de pessoas para conhecimento do procedimento.

AUDIÊNCIA PÚBLICA

A diretora-geral do TJMA anunciou que no próximo sábado, dia 14, o TJMA e parceiros realizarão uma audiência pública com a comunidade Morada do Sol, no bairro Maracanã, com escuta de demandas de moradores e moradoras, ação de cidadania de serviços essenciais à população, regularização de CPF e RG, atendimento jurídico, esclarecimento sobre a titulação e Reurb, orientação sobre direitos civis, previdenciários e sociais, com participação dos órgãos de Justiça, Defensoria Pública, cartórios e parceiros.

Enfatizou que somente a titulação não garante a segurança jurídica, mas a entrega do registro. “A gente precisa estar atenta aos modelos que às vezes surgem por aí, para a gente poder, realmente, dizer para aquela pessoa que, a partir daquele momento, ela está assegurada do seu direito de propriedade, do seu domínio pleno sobre aquela terra. E, ali, ela possa tirar o seu alimento, a sua saúde, a sua convivência familiar, a sua proteção das águas, enfim, todo aquele aconchego que a gente conhece como lar”, explicou.

VULNERABILIDADE

Foto horizontal da Abertura do Fórum Temático Solo Seguro Favela 2025. A foto mostra a palestra do juiz Hugo Abas. Ele está em pé, no lado esquerdo da imagem, falando em um microfone e gesticulando com a mão direita. Ele está vestindo um terno azul escuro e uma gravata. Sentada à direita dele, em uma cadeira, está uma mulher que está prestando atenção. Ela está vestindo um blazer escuro. Entre os dois, há uma pequena mesa redonda de madeira com garrafas de água. Ao fundo, há um banner grande que diz "SOLO SEGURO FAVELA" e, mais acima, a palavra "FACULDADE" e um logotipo azul. Na parte inferior do banner, são visíveis logotipos menores, incluindo um que diz "ANOREG/MA". Na parte inferior da foto, é possível ver as cabeças da audiência, indicando que há pessoas sentadas assistindo à apresentação.

Na primeira palestra do evento, “A atuação da Justiça Federal na destinação de terras da União e na promoção da função social da propriedade em áreas urbanas ocupadas”, o juiz Federal Hugo Abas Frazão (em pé, na foto acima), do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, falou sobre a importância do órgão do Judiciário que controla a regularização fundiária em áreas urbanas públicas federais, em terrenos de marinha ou em áreas destinadas para a titulação quilombola. A mediação foi da juíza Arianna de Carvalho Saraiva, coordenadora do Núcleo de Governança Fundiária (NGF) do TJMA. 

O magistrado reforçou a necessidade de uma rede vinculante de instituições parceiras e elogiou o trabalho desenvolvido pelo Núcleo do Tribunal, destacando a atuação das juízas Ticiany Gedeon Palácio e Arianna Saraiva.

Citou órgãos públicos federais que atuam em parceria com a Justiça federal e o exemplo de sucesso da resposta inovadora do projeto “Praça de Justiça e Cidadania em Alcântara”, como uma solução multi-institucional para o caso das comunidades quilombolas do município, após disputas históricas e a condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Em relação às populações de áreas em situação de vulnerabilidade, citou a situação de São Luís, que, segundo o IBGE, conta com 34,5% da população em áreas de vulnerabilidade, sendo a quinta capital brasileira nesta situação em termos percentuais.

“É um problema já consolidado que exige dos atores um grande empenho, uma arquitetura inovadora, para que a gente possa superar isso e mudar a realidade”, finalizou.

EMPREENDEDORISMO

Foto horizontal da Abertura do Fórum Temático Solo Seguro Favela 2025. A foto mostra dois homens sentados em cadeiras durante um evento. À direita, um homem de terno escuro, Albertino Filho, está falando em um microfone que segura com as duas mãos, gesticulando. À esquerda, um segundo homem, também de terno (azul) e gravata clara, está sentado e olhando para o homem que fala. Ele tem barba. Entre os dois, há uma mesa baixa com copos e garrafas de água. Ao fundo, um banner com a frase "SOLO SEGURO FAVELA" é visível, junto com um logotipo azul no canto superior esquerdo.

Por fim, o superintendente do Sebrae Maranhão, Albertino Leal de Barros Filho (falando ao microfone, na foto acima), falou sobre a “Regularização fundiária como vetor de desenvolvimento econômico local e inclusão produtiva em territórios vulneráveis”, com mediação do conselheiro titular do Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 2ª Região e consultor em regularização fundiária do TJMA, Séliton Queiroz.

O palestrante relatou que 96% dos empreendimentos no Brasil são de micro e pequenas empresas, dos quais metade se caracteriza como microempresas individuais, que faturam até R$ 81 mil por ano. Disse que as projeções apontam um milhão de pessoas empregadas nesse tipo de empreendimento no Maranhão, o que representa quatro milhões de pessoas envolvidas, se considerada uma média de quatro pessoas por família.

“Desde o processo de educação, a família só pensa em educar. Após ter a segurança da sua moradia, pelo outro lado, o pequeno empreendedor precisa ter o seu domínio sobre a sua terra, ou o domínio sobre a sua propriedade, para poder fazer investimentos, para poder buscar crescer, para poder gerar uma melhor qualidade de vida para ele e para os seus clientes. Então, a regularização fundiária é fundamental para todo esse crescimento da economia nos nossos municípios”, esclareceu. 

A juíza Arianna Saraiva lembrou que, embora o Maranhão não tenha o contexto de favela como em outras grandes capitais, há no estado os espaços urbanos informais ocupados, sobre os quais o Judiciário maranhense tem dialogado com parceiros, e citou a Justiça Federal, Incra, Iterma, TCE/MA, Conselho  de Técnicos e o Sebrae, no aspecto econômico. “Trazendo exatamente a regularização do micro e do pequeno empreendedor, o MEI, que tem o seu imóvel não devidamente regularizado e, quando o regulariza, abre portas”, disse.

Disse que a ação do próximo sábado na comunidade Morada do Sol, no Maracanã, fará cadastro e atendimento social para mais de 750 famílias, com mais de 15 instituições, junto com a Prefeitura de São Luís, na regularização.

Foto horizontal da Abertura do Fórum Temático Solo Seguro Favela 2025. A foto mostra sete pessoas, quatro homens e três mulheres, em pé e posando para a câmera. Todos estão vestidos formalmente. Da esquerda para a direita: O primeiro homem veste um terno escuro. A primeira mulher veste um casaco verde sobre uma blusa branca e uma saia de renda branca. O segundo homem veste um terno azul. A segunda mulher veste uma camisa clara e uma calça marrom-avermelhada. A terceira mulher veste um conjunto de blazer e calça roxos escuros. O terceiro homem veste um terno escuro. O quarto homem veste um terno azul escuro. Ao fundo, há um banner com as palavras "SOLO SEGURO" visíveis e o logotipo da "FACULDADE". No lado esquerdo, pode-se ver parte de um logotipo azul.

O dispositivo de abertura do evento contou com a diretora-geral do TJMA, juíza Ticiany Gedeon Palácio; o diretor-presidente do Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma), Anderson Pires; a presidente da Comissão de Regularização Fundiária da OAB – Seccional Maranhão, Ronyara Bittencourt; a pró-reitora da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC) da Universidade Federal do Maranhão, Zefinha Bentivi, representando o reitor da UFMA, Fernando Carvalho; o diretor-geral da Faculdade Florence, Paulo Nogueira; o superintendente do Sebrae Maranhão, Albertino Leal; e o consultor em regularização fundiária do TJMA e conselheiro do CRT-2, Séliton Queiroz.

Também prestigiaram o evento, a secretária-adjunta de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Eliane Fernandes; a secretária-adjunta da Micro e Pequena Empresa da Secretaria de Estado de Indústria e Comércio, Luzia Rezende; o prefeito do município de Morros, Milton José Sousa Santos, além de magistrados(as), servidores(as), registradores de imóveis, representantes de movimentos sociais, gestores(as) públicos(as), estudantes, pesquisadores e demais interessados na área de regularização fundiária.

Confira a programação completa do evento, que prossegue na tarde desta segunda-feira.

Veja álbum de fotos de Ribamar Pinheiro.

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