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TJMA promove a participação de socioeducandos em jogos do Sampaio

Publicado em 7 de Nov de 2022, 12h00. Atualizado em 7 de Nov de 2022, 13h14
Por Juliana Mendes

Por iniciativa da Unidade de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (UMF/TJMA), em parceria com a Fundação da Criança e do Adolescente (FUNAC) e o Sampaio Correa Futebol Clube, o projeto “Rolê do Esporte: a socioeducação em campo” promoveu a participação de 71 jovens que cumprem medidas socioeducativas na Ilha de São Luís em quatro partidas do Sampaio Correa, no Estádio Castelão, de setembro a novembro. O projeto objetiva contribuir com a garantia de direitos fundamentais e a ressocialização dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas de restrição ou privação de liberdade nas unidades de São Luís.

O adolescente S.V.S, de 17 anos, agradeceu pela confiança do projeto em oportunizar pela primeira vez sua ida a um estádio de futebol, durante o jogo Sampaio x Londrina, realizado neste sábado, 5. “Aqui abriram espaço para nós e depositaram confiança, onde não somos vistos com aquele olhar de alguns que criam um tabu sobre nós, de que não podemos mudar e nos tornar um novo tipo de pessoa e assim quebram essa barreira e nos transformam em outras pessoas para quando sairmos”, avaliou.

O projeto “Rolê do Esporte: a socioeducação em campo” é resultado de Termo de Cooperação assinado pelo coordenador-geral da UMF/TJMA, desembargador Ronaldo Maciel; pela presidente da FUNAC, Sorimar Saboia; e pelo presidente do Sampaio, Sérgio Frota, e conta o apoio da SEAP e MOB. Os adolescentes participaram dos jogos realizados  Campeonato Brasileiro, Série B, no Estádio Castelão, nos dias 30 de setembro (Sampaio 2x1 Grêmio); 3 de outubro (Sampaio 2x1 Ponte Preta); 11 de outubro (Sampaio 2x1 Chapecoense) e 5 de novembro (Sampaio 2x1 Londrina). 

O desembargador Ronaldo Maciel, idealizador da iniciativa, afirma que o objetivo principal é contribuir com a socioeducação e ressocialização dos jovens que estão cumprindo medidas nas unidades socioeducativas, oportunizando a eles o contato com outras realidades e atividades sociais. “É importante que os adolescentes tenham contato com o esporte, que é uma forma de inclusão social para esse público que está em extrema vulnerabilidade”, avalia.

O presidente do TJMA, desembargador Paulo Velten, presente em um dos jogos, elogiou a iniciativa do projeto, que permite a participação dos adolescentes em uma atividade esportiva. “A UMF e toda equipe estão de parabéns com esse projeto belíssimo que é o Rolê do Esporte, trazendo os socioeducandos para o estádio de futebol, que possam levar esse clima para suas vidas e transformar a energia do estádio em esperança por dias melhores”, avaliou.

A diretora da Unidade Socioeducativa Sítio Nova Vida, Flávia Andrade, vê a oportunidade com a realização de um sonho para os adolescentes e uma oportunidade de se integrarem na realidade esportiva. “A socioeducação se expande para que os jovens conheçam e tenham mais envolvimento com a sociedade, para onde irão retornar com novas expectativas, construímos com eles projetos de vida através da profissionalização, esporte, lazer e garantia de direitos”, avalia. 

“É uma grande oportunidade que muitos de nós adolescentes nunca tivemos quando em liberdade, é muito bom poder assistir ao jogo ao vivo juntamente com a direção e os adolescentes”, disse o jovem M.H.S.P. 

O juiz José dos Santos Costa, titular da 2ª Vara da Infância e Juventude de São Luís e coordenador do sistema socioeducativo (UMF/TJMA), avalia que a primeira edição do projeto representou um impacto para os adolescentes. “É importante nessa fase de reinserção social deles a compreensão de uma convivência salutar e vamos avaliar para nos próximos anos o projeto seja ainda mais grandioso”, pontuou. 

SOCIOEDUCAÇÃO

O projeto “Rolê do Esporte: a socioeducação em campo” considera o artigo 71 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que determina que “a criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento”. 

A primeira edição do projeto também contou com a presença do presidente do TJMA, desembargador Paulo Velten; o corregedor-geral da Justiça, desembargador José de Ribamar Froz Sobrinho; da presidente da FUNAC, Sorimar Saboia; do presidente do Sampaio, Sérgio Frota; do juiz coordenador da UMF, Douglas de Melo Martins; da coordenadora local do programa Fazendo Justiça (CNJ), Claudia Gouveia; do defensor público da 2ª Vara da Infância e Juventude de São Luís, Murilo Guazelli; da defensora da Vara da Infância e Juventude de Imperatriz, Jéssica Maciel; do coordenador executivo e da chefe da Divisão Estrutural Técnica da UMF, Miguel Moyses e Ana Letícia Barbosa, além de servidores(as) do Judiciário e FUNAC.

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