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Diálogos com Corregedor Extrajudicial é lançado em Barreirinhas 

Projeto de aprimoramento da atividade extrajudicial da COGEX visa aproximar profissionais de cartórios e magistratura para debater desafios e buscar melhorias conjuntas

Publicado em 28 de Ago de 2025, 15h19. Atualizado em 28 de Ago de 2025, 17h41
Por Fernando Souza

Já era noite quando os trabalhos da primeira edição do projeto Diálogos com o Corregedor Extrajudicial foram concluídos no Fórum de Barreirinhas, nessa quarta-feira (27/8). A cidade dos Lençóis Maranhenses, localizada a 254 km de São Luís, foi palco para o lançamento da iniciativa da Corregedoria Geral do Foro Extrajudicial do Maranhão (COGEX), que visa fortalecer o vínculo institucional com profissionais que atuam na esfera extrajudicial, bem como juízas e juízes com competência de registros públicos.

Logo na abertura dos trabalhos, o corregedor-geral do foro extrajudicial, desembargador José Jorge Figueiredo dos Anjos, destacou que o projeto  idealizado pela atual gestão não tem caráter fiscalizador, mas que se constitui em ação voltada para o fortalecimento da atividade cartorária. Ele disse que a iniciativa faz parte do conjunto de ações que vêm sendo implementadas para enfrentar os desafios atuais, com destaque para seu caráter de interlocução e construção de soluções de forma conjunta.


Desembargador José Jorge enfatizou o caráter de diálogo para construção de soluções conjuntas

“Esse alinhamento é necessário, para que possamos reforçar a atuação da COGEX enquanto órgão de fiscalização e aprimoramento, fazendo cumprir as normas que regulamentam a atividade. Além disso, buscamos fortalecer um espaço pautado no diálogo, ouvindo cartorários e juízes que atuam na função de corregedores permanentes, a fim de que possamos conhecer os problemas de cada localidade, orientar sobre procedimentos e pensar soluções de forma conjunta, com todos que fazem parte do sistema extrajudicial”, disse.

Além do corregedor, o encontro teve a participação do juiz auxiliar André Bogéa e da juíza auxiliar Laysa Paz Mendes. Em sua exposição, Bogéa destacou o papel de integrantes da magistratura na função correcional, quando estes acumulam a competência de registros públicos. Dentre as muitas atribuições, o magistrado falou da atividade de inspeção, decisão sobre suscitação de dúvidas, produção de relatórios, acompanhamento de determinações decorrentes das inspeções realizadas pela COGEX, fiscalização das taxas cobradas nos cartórios e a instauração de sindicâncias e processos administrativos disciplinares.


O papel da magistratura e deveres funcionais foram destacados pelo juiz auxiliar André Bogéa

Em relação a delegatárias e delegatários dos serviços extrajudiciais, André Bogéa enfatizou os deveres funcionais desses profissionais e do compromisso que devem ter ao realizar um serviço que é regulamentado por normas e que classificou como “essencial” para a população. Para casos em que o profissional do cartório não esteja seguro sobre a realização de algum ato, ele lembrou que é possível recorrer à suscitação de dúvidas, oportunidade em que é feito questionamento ao juízo local para deliberar acerca do procedimento em questão. “É um procedimento que traz segurança na realização dos atos, mas que precisa ser utilizado com racionalidade”, pontuou.

A juíza Laysa Paz Mendes pautou seu diálogo durante o encontro na alimentação das plataformas digitais utilizadas em cada uma das atribuições cartorárias, como imóveis, notas, protesto e registro civil. Esses sistemas constituem bases de dados que são utilizados para melhoria dos serviços extrajudiciais em todo país, bem como servem para subsidiar ações governamentais e políticas públicas. Neste aspecto, o desembargador José Jorge reforçou a atuação da COGEX para garantir o cumprimento dos prazos.

As plataformas precisam ser alimentadas regularmente e cada sistema possui prazo específico, que, se não observado, pode acarretar a abertura de procedimentos e até multa, como no caso do Sistema Nacional de Registro Civil (Sirc). Além da alimentação diária de sistemas – como ONR, RI Digital, CRC –, foi reforçado que os cartórios precisam realizar a migração das informações mais antigas, relativas a atos notariais ou registrais praticados em décadas anteriores, até que todo acervo esteja digitalizado e virtualizado, sob pena de abertura de procedimento disciplinar. 


A juíza auxiliar Layza Paz lembrou do regular envio de dados às plataformas e da virtualização do acervo existente
   

Laysa Mendes também falou do recolhimento dos fundos de implementação e custeio dos serviços eletrônicos relacionados a cada atribuição extrajudicial. A magistrada finalizou chamando atenção para a importância e bom funcionamento das unidades interligadas de registro civil. O serviço garante o registro imediato e a emissão da certidão para crianças recém-nascidas e já é ofertado dentro de 128 maternidades do Maranhão, atividade que exige o acompanhamento constante do cartório local ao qual é vinculado e da supervisão de juízas e juízes corregedores permanentes.

O projeto Diálogos com o Corregedor Extrajudicial foi lançado dentro da programação de mais uma edição do Encontros Regionais, realizado pelo Tribunal de Justiça do Maranhão, para promover o debate e engajar profissionais do Judiciário e integrantes da magistratura na missão institucional. Dentre as atividades realizadas estão palestras, cursos, orientações sobre processos de trabalho, melhoria estrutural de fóruns, além de aspectos relacionados à promoção de saúde e bem-estar no ambiente de trabalho.

O projeto Diálogos com o Corregedor Extrajudicial foi bem avaliado pelos participantes desta primeira edição. Para o delegatário do Ofício Único de Barreirinhas, Renato Madeira, a Corregedoria Extrajudicial inova ao estabelecer um canal de diálogo direto com quem está na linha de frente da entrega dos serviços para cidadãs e cidadãos. “A iniciativa fortalece o diálogo institucional entre a COGEX e cartórios, através de orientações pedagógicas. A presença do Corregedor e dos membros da Corregedoria demonstra o comprometimento com melhorias contínuas do serviço extrajudicial”, afirmou.

Além do delegatário de Barreirinhas, compareceram ao encontro as cartorárias de Tutóia, Norma França, e Maria Thereza, que é titular de Primeira Cruz e responde pelas serventias de Araioses e Água Doce. Estiveram presentes a juíza Jerusa Mendes (Araioses) e os juízes Marcelo Fontenelle (Araioses), Gabriel Caldas (Tutóia), Vinícius Abreu (Humberto de Campos), José Lima (Barreirinhas) e Ivis Monteiro (Barreirinhas). 

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