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Novo Ponto de Inclusão Digital fortalece acesso dos povos indígenas ao Judiciário

TJMA inaugura 125º PID no Maranhão, beneficiando os povos originários da Aldeia Bacurizinho em Grajaú

Publicado em 16 de Mai de 2025, 8h22. Atualizado em 16 de Mai de 2025, 11h07
Por Márcio Rodrigo

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), por meio do programa Justiça de Todos, inaugurou, nesta quinta-feira (15/5), um Ponto de Inclusão Digital (PID) na Aldeia Bacurizinho, situada em Grajaú, para atender indígenas da etnia Guajajara. Com a maior rede de pontos digitais em funcionamento no país, um total de 125 PIDs, o Maranhão já contabiliza mais de 11 mil atendimentos realizados por meio desses espaços, consolidando-se como referência nacional na democratização do acesso à Justiça.

  • Os PIDs oferecem diversos serviços à comunidade, incluindo consulta processual, atendimento pelo Balcão Virtual, realização de audiências e sessões do Tribunal do Júri, além de pedidos de Medida Protetiva de Urgência (MPU Eletrônica), entre outros. Por meio dessas ferramentas, cidadãos que enfrentam barreiras geográficas podem acessar seus direitos e acompanhar procedimentos judiciais sem necessidade de deslocamento. O espaço digital de acesso à Justiça na Aldeia Bacurizinho foi instalado no Laboratório de Informática Professor Edilson Ribeiro Guajajara, que dá suporte digital aos estudantes da aldeia, e vai funcionar das 8h às 14h.

A solenidade contou com a presença da juíza auxiliar da Presidência do TJMA e coordenadora do programa Justiça de Todos, Tereza Nina, que destacou o compromisso do Tribunal com a inclusão digital e o respeito à diversidade do Estado. "Este PID representa um pedacinho do Fórum de Grajaú dentro da Aldeia Bacurizinho. A justiça se faz presente onde há necessidade, garantindo cidadania e dignidade", afirmou a magistrada.

Teste de conexão do PID Aldeia Bacurizinho foi realizado com o Fórum de Grajaú e conciliadores do ônibus itinerante do TJMA

O evento também trouxe um anúncio importante feito pelo desembargador federal da 1ª Região, Roberto Veloso. “A Justiça Federal passará a utilizar o espaço em conjunto com a Justiça Estadual, promovendo um atendimento integrado. O que ocorre hoje em Grajaú é histórico, pois estamos concretizando uma parceria inédita entre os dois judiciários, garantindo que este ponto seja utilizado por ambas as instâncias em uma aldeia indígena. O acesso à justiça só tem valor se, de fato, alcançar aqueles que precisam", pontuou.

O desembargador ressaltou ainda a importância dos povos indígenas na preservação ambiental e cultural. "Os Guajajara são guardiães da floresta, dos rios e da biodiversidade, mas também de nossa língua e identidade. A riqueza da língua indígena é imaterial e precisa ser preservada como parte fundamental da história deste país", reforçou.

O vereador indígena Arão Guajajara, representando a cacique Iara, celebrou a iniciativa e ressaltou o protagonismo dos indígenas na condução do PID.

Hoje, a justiça está dentro da nossa casa, e o melhor é saber que foi escolhida uma indígena, a Vaniênia Guajajara, como facilitadora deste espaço. Isso é inclusão real", destacou.

A juíza Adriana Chaves, ouvidora dos Povos Indígenas do Maranhão, enfatizou o compromisso do TJMA com a aproximação do judiciário às comunidades indígenas. "Este ponto de inclusão digital reafirma que a justiça está se tornando cada vez mais acessível e alinhada às necessidades dos povos indígenas. O presidente do TJMA, desembargador Froz Sobrinho, tem direcionado ações que garantem acolhimento e pacificação social, buscando reparar a exclusão histórica dessas populações do sistema judiciário", afirmou.

PID vai garantir acesso à Justiça para mais de 280 famílias da Aldeia Bacurizinho, além de indígenas de comunidades próximas 

TRÊS PIDs EM GRAJAÚ

O juiz Alexandre Magno de Andrade, diretor do Fórum de Grajaú e titular da 1ª Vara, destacou que o novo PID beneficiará não apenas a Aldeia Bacurizinho, mas também outras comunidades próximas. O magistrado relembrou a instalação dos primeiros pontos digitais da comarca, em Itaipava do Grajaú e Formosa da Serra Negra, e enfatizou os resultados positivos desses espaços. "A experiência tem sido muito boa, colaborando significativamente com o trabalho do Sistema de Justiça. Tenho certeza de que para a comunidade Bacurizinho não será diferente", declarou.

A instalação do PID na Aldeia Bacurizinho reforça a estratégia do TJMA de expandir a inclusão digital e alcançar cidadãos em locais remotos. Formosa da Serra Negra e Itaipava do Grajaú, que receberam os primeiros pontos da comarca, estão localizadas a 84 km e 120 km, respectivamente, da sede do Fórum de Grajaú. A chegada dos PIDs a essas cidades representou um marco na comarca, permitindo que moradores das regiões mais distantes pudessem acompanhar processos, participar de audiências e acessar outros serviços judiciais sem a necessidade de deslocamento para a sede do Fórum.

Também participaram da solenidade de instalação do PID em Bacurizinho, a titular da 2ª vara de Grajaú, juíza Myllenne de Melo Moreira; o juiz Rodrigo Nina, coordenador do Nupemec/TJMA; a diretora do campus de Grajaú, professora Ana Rita Bezerra; a secretária municipal de Assuntos Indígenas, Riane Guajajara; a presidente da Subseção da OAB/MA em Grajaú, advogada Ana Lúcia Gedelha; o vereador Rafael Monturo, representando a Câmara Municipal de Grajaú, além de representantes das defensorias públicas da União e do Estado; e indígenas da Aldeia Bacurizinho.

Acesse o álbum completo de imagens do fotógrafo Ribamar Pinheiro/TJMA

 

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