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TJMA promove roda de conversa sobre a Mulher Negra

O evento é referente à programação do mês internacional da luta e da resistência da mulher negra

18/07/2022
Mirela Nunes

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), por meio do Comitê da Diversidade e da Unidade de Monitoramento Carcerário (UMF), realizou nessa sexta-feira (15/7), uma roda de conversa na Unidade Feminina de Pedrinhas, em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, comemorados no dia 25 deste mês.

A visita à Unidade foi realizada com a participação do juiz Marco Adriano Fonseca, coordenador-geral do Comitê de Diversidade, acompanhado de uma equipe de servidores e servidoras do Poder Judiciário maranhense. 

O trabalho em conjunto do Comitê de Diversidade com a UMF visa promover rodas de diálogos com meninas que cumprem medidas socioeducativas e com mulheres do sistema prisional, com o objetivo de fortalecer as políticas judiciárias com a representatividade de mulheres que atuam no contexto da educação antirracista, tanto no sistema de Justiça quanto na política de educação.

RODA DE CONVERSA

A advogada Luanna Lago conduziu a roda de conversa com as internas da Unidade de Monitoramento. Na ocasião, a convidada lançou o desafio “vem ser Firmina”, convidando as participantes a protagonizarem as narrativas de suas vidas, como Maria Firmina dos Reis no contexto em que viveu. 

A advogada utilizou obras da escritora, como “A Escrava”, para demonstrar a importância de Firmina na luta antirracista, ao expor em seus livros as crueldades sofridas pelos negros. 

“Maria Firmina é um nome que deve ser eternizado em nossas memórias e discussões" disse a convidada, que frisou a importância das internas conhecerem histórias como a de Firmina, para se inspirarem e colocarem em prática todo o empoderamento que surge a partir das reflexões.

A servidora do TJMA e membra do Comitê de Diversidade, Joseane Cantanhede, conversou com as internas a respeito da vulnerabilidade social das mulheres negras. A bibliotecária finalizou sua fala ressaltando a contribuição de Maria Firmina dos Reis no contexto da escravização, e a importância do legado da escritora na atualidade. “Como disse Maria Firmina: A mente, essa ninguém pode escravizar”, destacou.

A interna D.L.P considerou a roda de conversa como uma oportunidade de união entre mulheres negras para traçarem uma nova narrativa em suas vidas. “Precisamos de autoaceitação em primeiro lugar. O preconceito é enorme, mas temos que enfrentar as dificuldades para mobilizar a sociedade pelo direito de sermos reinseridas”, testemunhou a mulher.

Aproveitando a ocasião, D.L.P apresentou o trabalho da Cooperativa Cuxá, oportunidade que as mulheres têm de confeccionar artesanatos, e receberem financeiramente quando estes são vendidos.

SOBRE A DATA
 
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha foi criado em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana. É um marco internacional da luta e da resistência da mulher negra.

No mesmo dia, anualmente no Brasil, é comemorado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Mulher negra, estrategista militar e dirigente política, Tereza de Benguela marcou a história do Brasil no século XVIII à frente do Quilombo de Quariterê, localizado no território que hoje corresponde ao Vale do Guaporé, no Estado do Mato Grosso.

PROJETO ANUAL 

Na visita, a equipe informou que toda a programação do Comitê de Diversidade para 2022 está alinhada ao projeto que comemora o Bicentenário de Maria Firmina dos Reis. Mulher negra, que marcou a história do Brasil no século XIX, Maria Firmina dos Reis deixou seu legado como professora, escritora, musicista e criadora da primeira escola mista do Brasil.

A abertura do Bicentenário ocorreu no dia 11 de março, com o espetáculo “Maria Firmina dos Reis - Uma voz além do tempo”, com a atriz e pesquisadora maranhense Júlia Martins. O evento aconteceu no auditório do Centro 
Administrativo para servidores(as), magistrados(as) e alunos(as), professores(as) e gestores(as) de escolas públicas.

O Bicentenário é organizado pelo Comitê de Diversidade e Coordenação de Gestão da Memória e Biblioteca do TJMA.

Confira as fotos da roda de conversa no álbum do Flickr abaixo:

Roda de Conversa - Unidade Feminina de Pedrinhas

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